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14/06/2025
 

Cultura

HISTÓRIAS CRUZADAS: A mulher assassinada era inocente ou culpada?

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Capítulo 2 (Continuação):
por Nélsinês Urnau

rua fernando pessoa

Escova… que escova? Onde? – ele indagou, ainda meio atordoado. A senhorinha apontou: ali, na grama perto do portão. Com apenas um ah! Ele se dirigiu até ali e, alcançando a escova, comentou: não sabia que trabalhava ali, nunca lhe vi… Disse que seus patrões viajaram? Estive me preocupando à toa, então.
Ela estranhou, não constava que fosse amigo dos patrões. Também, pudera não ver, ela trabalhava na casa da frente, de paredes inteiriças onde, lavando a sacada do segundo piso, a escova lhe voara da mão. Perguntou a razão da preocupação.
A janela… – ele respondeu com ar de suspense, apontando o queixo para a casa dos fundos daquele terreno, bem parelha com a sua.
O que tem a janela? – ela indagou. Permanece fechada desde anteontem… – ele respondeu com ar de suspeitar que algo não estivesse bem, ali. – Eles também viajaram?
– Não sei desses, a parte do fundo é independente. Não costumo bisbilhotar a vida dos outros. Se o senhor faz isso, não conte com contribuição minha. E agora, permita-me voltar ao meu trabalho. Obrigada por me alcançar a escova. – disse a senhorinha, retirando-se.
Mas, ela não voltou logo à tarefa em andamento, antes foi espiar pela basculante para o pátio dos fundos. Parecia tudo em paz e ordem ali, normal que nesta hora não houvesse ninguém, deviam estar em seus respectivos empregos. Por instantes, pareceu-lhe ter visto algo, um detalhe. Tornou a olhar, já com um fino sentido de investigação. Nada de mais viu: roupas no varal, calçada com folhas caídas, só. O resto, a árvore escondia, inclusive o acesso à casa.
Decidida a não se deixar impressionar pela breve conversa com o vizinho, executou seu trabalho. Nem sabia mesmo quem eram os moradores daquela casa, muito menos algo mais sobre eles. Nem seus próprios vizinhos lá da Rua Fernando Pessoa lhe importavam, ia logo tomar tento dos vizinhos dos patrões? Não mesmo! Apesar de que, agora conhecera brevemente o vizinho que lhe alcançara de volta a escova e tomara ciência que este cuidava a janela do outro.

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Cultura

Espetáculo COMA estreia em setembro em Canoas e convida o público para jornada sensorial profunda

Redação

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Espetáculo COMA estreia em setembro em Canoas e convida o público para jornada sensorial profunda

O espetáculo COMA, com dramaturgia de Marco Marchessano (Artista e performer radicado em Canoas) e Leandro Silva (Artista bonequeiro filiado à ABTB / Centro UNIMA, diretor teatral e pesquisador), estreia em setembro, na cidade de Canoas, como uma experiência cênica que funde teatro visual, animação e tecnologias poéticas.

Ambientado entre os limites da consciência e da inconsciência, o espetáculo propõe uma imersão sensorial e emocional no universo de um homem em estado de coma, refletindo sobre a fragilidade da vida, a espiritualidade e os dilemas éticos que envolvem sua permanência ou fim.

A narrativa se constrói a partir de imagens, sons, marionete em escala real e projeções oníricas que substituem a linearidade tradicional por uma dramaturgia do sensível. O espectador é conduzido por atmosferas que transmutam uma UTI em um espaço metafísico, onde a figura do Homem em Coma flutua entre memórias, traumas e possibilidades de retorno ou partida.

A cada imagem, luz e som, o espetáculo se funde e mexe com todos os nossos sentidos, a trilha sonora pulsa como o próprio corpo em suspenso, vozes distantes, murmúrios e silêncio compõem o tecido sonoro que sustenta a jornada. Elementos visuais como projeções holográficas, animações fragmentadas e luzes líquidas criam uma atmosfera entre o concreto e o abstrato, onde o tempo se dobra e a percepção se altera.

Mais do que um espetáculo, COMA é uma travessia poética sobre a condição humana diante do limite, com poesia e silêncio, reflexões sobre a bioética dos limites da vida, a espiritualidade em estado de suspensão e a presença do afeto mesmo na ausência do corpo consciente.

Serviço:

  • Espetáculo COMA
  • Dramaturgia: Marco Marchessano e Leandro Silva
  • Gênero: Teatro Visual, Teatro de Animação, Poéticas Tecnológicas
  • Classificação: 16 anos
  • Duração: 60 minutos
  • Estreia: Setembro de 2025
  • Cidade: Canoas (RS)
  • Local, datas e ingressos: a serem divulgados em breve
  • instagram @projeto.coma
  • Informações: projetocoma2018@gmail.com | Marco Marchessano

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Cultura

AETC realiza atividades alusivas aos 86 anos de Emancipação Política de Canoas

Redação

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AETC realiza atividades alusivas aos 86 anos de Emancipação Política de Canoas

A AETC (Associação das Entidades Tradicionalistas de Canoas) convida os Tradicionalistas e a Comunidade a participarem das atividades Artisticas, Campeiras, Culturais e Esportivas alusivas aos 86 anos de Emancipação Política de Canoas.

Os eventos serão realizados no Paarque. do Gaúcho (fundos do Parque Eduardo Gomes, com acesso pela Rua 24 de Outubro), no Bairro Fátima.

Estas atividades tradicionalistas integram a Programação Oficial de aniversário do Município. Pede-se a doação (não obrigatória) de 1 kg de alimento a ser destinado a Entidades Assistências credenciadas junto à Aetc Canoas .

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Cultura

40Nós: exposição fotográfica traz a intimidade e o cotidiano de um casal a duas

Redação

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40Nós exposição fotográfica traz a intimidade e o cotidiano de um casal a duas

A partir de 2 de junho de 2025, a Galeria Liana Brandão, no Centro Cultural José Pedro Boéssio, em São Leopoldo, recebe a exposição “40Nós”, da fotógrafa e artista visual Mariana Jesus, com curadoria de Mariane Rotter. O projeto financiado pela Lei Paulo Gustavo, tem abertura oficial às 19 horas.

A mostra traz à tona o poder político e poético da fotografia contemporânea em preto e branco, a partir de um recorte íntimo, porém profundamente público, de uma vivência LGBTQIAPN+ negra, interracial e interregional.

Inicialmente prevista para o Novembro Negro de 2024, a exposição foi adiada devido às enchentes no Rio Grande do Sul. Agora, no mês do Orgulho LGBTQIAPN+, a mostra ressurge como gesto simbólico de resistência e memória.

Com classificação de 14 anos, a série apresenta 26 imagens em preto e branco que revelam fragmentos do cotidiano pandêmico da artista e sua companheira em um pequeno apartamento, em uma travessia afetiva entre Bahia e Rio Grande do Sul, entre ancestralidade e contemporaneidade, entre o privado e o político.

A exposição, que tem entrada gratuita, revela 40 possibilidades de transmutações: do amor, da resistência e da intimidade como ato político. A partir de seu olhar poético e documental, Mariana nos convida a enxergar os laços que unem existências diversas, muitas vezes invisibilizadas.

Na abertura, haverá uma visita guiada pela artista e uma conversa sobre o processo criativo da obra. Ao longo do mês de junho, o projeto se desdobra em ações educativas e encontros poéticos:

  • 13/06 (sexta-feira), 19h – Roda de conversa com estudantes da EJA e Ensino Médio, com a ONG Ponto e Gênero, com participação da artista;
  • 05/06 (quinta), 19h, 17/06 (terça), 10h e 19/06 (quinta), 10h – Mediações com a artista visual e educadora Natalia Brock;
  • 21/06 (sábado), 16h – Ação fotográfica com até 30 casais LGBTQIAPN+, com inscrições via formulário online e mediação da exposição. Cada casal receberá gratuitamente uma imagem digital feita pela artista.

O espaço expositivo é acessível, com rampa, corrimãos e espaço para cadeirantes. Todas as 26 obras contarão com audiodescrição via caixas de som e QR Code, além de texto curatorial em áudio reproduzido em looping por fones de ouvido no local.

A série “40Nós” já teve parte de suas imagens expostas na mostra coletiva “Através da Imagem” (Galeria Loide Schwambach – Fundarte, 2021), e duas fotografias foram capa da Revista Fundarte nº 46 – “Arte, Educação e Performance”.

Sobre a artista

Mariana Jesus é fotógrafa, artista visual e professora. Natural de Salvador (BA), vive em São Leopoldo (RS). Graduanda em Artes Visuais na UERGS, atua como docente na Escola de Fotografia Fluxo (POA) e em projetos sociais e ambientais como o Guardiões da Água (Semae).

Sua produção articula arte e ativismo com foco em negritude, LGBTQIAPN+ e sustentabilidade. Integra o Coletivo 2×3 Poéticas de Aproximação, o Núcleo de Fotografia da UERGS e o projeto Infraordinário (Uergs/Flume).

Serviço

  • Exposição 40Nós – Mariana Jesus
  • Onde: Galeria Liana Brandão – Rua Osvaldo Aranha, 934 – Centro de São Leopoldo – RS
  • Quando: De 2 a 28 de junho de 2025
  • Horário: Segunda a sexta, das 9h às 17h
  • Entrada gratuita | Classificação: 14 anos
  • Ação fotográfica com casais LGBTQIAPN+: 21/06 (sábado), 16h

Redes e contato

  • Site: marianajesus.46graus.com
  • e-mail: marianajesusfotografia@gmail.com
  • Instagram: @marianajesusfotografia | @coletivo2x3poeticasaproximacao
  • YouTube: Mariana Jesus Fotografia
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