Destaques
Secretária de Saúde relata problemas na rede municipal
A redação de O Timoneiro conversou, na última quarta-feira, 18, com a secretária de Saúde de Canoas, Rosa Maria Groenwald. Na ocasião, a responsável por uma das áreas mais importantes para a cidade relatou problemas constatados nas primeiras semanas de administração.
Logo no início da entrevista, Rosa deixou claro que a situação encontrada na Secretaria é difícil. “Quando nós chegamos aqui, fizemos um diagnóstico situacional, elencamos as dificuldades e o panorama que tínhamos na gestão. O que mais nos espantou foi o volume de demanda reprimida de vários setores”. Segundo a secretária, a demanda é de 47 mil consultas, 66 mil exames gerais e 8,5 mil cirurgias.
De acordo com Rosa Maria, a equipe da pasta está articulando a capacidade financeira dos hospitais e fazendo um levantamento para saber de que forma será executada a demanda reprimida em todas as áreas, “a intenção é de que se possa suprir todo esse período em que essas pessoas ficaram em abandono”, informa. A secretária ainda questiona a administração passada, afirmando que não foi de um dia pro outro que as pessoas formaram esse volume de fila. “Como foi nesses 8 anos? “, pergunta.
Rede de problemas
Rosa Maria informa que ficou perplexa com a situação da rede como um todo. Segundo ela, de 28 unidades básicas de saúde, 11 delas são alugadas e adaptadas para o atendimento ao público. De acordo com a secretária, diversos locais contam com problemas estruturais, de organização e de gestão. “Outra situação que compromete muito o sistema é a do equipamento que temos dentro do HPS e do HU”, afirma Rosa. Ela relata que a manutenção do equipamento e da estrutura arquitetônica dos locais está comprometida.
Planos da gestão
Como primeira ação, a secretária afirma que está reavaliando todos os contratos de prestação de serviços da rede. Além disso, Rosa informa que foi montada, na primeira semana de governo, uma equipe de fiscalização para avaliar as prestações de serviço no HPS, no HU e nas Upas. “Hoje essa equipe vai até os locais, confere os profissionais que estão prestando atendimento naquele momento e faz um levantamento das necessidades da população” relata.
Finanças
Em coletiva de imprensa, antes de assumir a gestão, Luiz Carlos Busato (PTB) afirmou que, na administração anterior da Prefeitura, “não faltou dinheiro para a Saúde, faltou gestão”. A situação financeira atual, segundo a secretária de Saúde, está sendo revista. “Não podemos dizer que temos muito dinheiro, pois temos muitas necessidades da população e implementos que temos que fazer em programas”, afirma. Groenwald comenta que está realizando um levantamento, captando recursos e cadastrando serviços. Uma das principais estratégias anunciadas pela secretária é a de priorizar a saúde da família, reorganizando o cadastro para que ter um envio de verba específico na área.
Teleagendamento
Um dos serviços mais controversos da Secretaria de Saúde também foi abordado. Segundo Rosa, irão acontecer algumas mudanças no sistema: “Nós queremos tornar esse acesso melhor para o cidadão. Com 18 dias, já fizemos várias reuniões a respeito disso e nós estamos buscando a necessidade do usuário”, afirma.
Anúncios
Já no final da conversa, Rosa Maria informou que na semana que vem será divulgado um pacote de medidas pontuais para a Saúde do município, “são estratégias para que possamos dar as respostas que a população tanto precisa”, conclui.
Destaques
Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
Destaques
Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
Destaques
DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
- Coluna4 dias atrás
ECONOMIA: ‘Caminhos para a Inclusão e o Empoderamento’ (por Cristiane Souza)
- Coluna1 semana atrás
PSICOLOGIA: Tenho esquizofrenia, e agora? (por Marianna Rodrigues)
- Eleições 20241 semana atrás
Airton Souza se manifesta sobre decisão do STJ que mantém condenação
- Empresas & Negócios1 semana atrás
Grupo Passarela segue firme em seu plano de expansão e inaugura mais uma loja no Rio Grande do Sul
- Empresas & Negócios1 semana atrás
Confirmada a instalação de uma unidade das lojas Havan em Canoas
- Artigo3 dias atrás
‘400 DIAS, O FIM DO MITO’ (por Carlos Marum – Ex-Ministro de Estado)
- Emprego1 semana atrás
Feirão de Emprego em Canoas oferta vagas na empresa JBS
- Policial1 semana atrás
Polícia Civil deflagra 3ª fase da Operação Capa Dura