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13/09/2025
 

Comunidade

Agentes do Consultório na Rua se dizem vítimas de perseguição política

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Projeto atende moradores em situação de rua em Canoas. Foto: Bruno Lara/OT.

Projeto atende moradores em situação de rua em Canoas. Foto: Bruno Lara/OT.

As fotos mostram salas minúsculas alagadas, com cadeiras velhas, armários vítimas da erosão da água que entra a cada chuva, medicamentos e suplementos expostos em caixas de papelão sobre os móveis e até no chão. Essa foi a forma com que os agentes do Consultório na Rua acharam para expor, através da rede social Facebook, a situação precária de trabalho.

Em 2014 o movimento Consultório na Rua foi tido como inovador pela imprensa por se tratar de uma parceria inédita entre a administração municipal, o Estado e a União, com equipe composta por uma psicóloga, uma assistente social, dois agentes sociais, uma enfermeira e uma técnica em enfermagem que, nas ruas de Canoas, atendiam as 86 pessoas em situação de rua até então cadastradas pela Prefeitura. Até abril de 2015, mais de 500 abordagens eram registradas.

Mas parece que o encanto com o projeto acabou. Agentes reclamam que foram vítimas de uma perseguição política por terem realizado uma manifestação, mesmo que previamente autorizada em convenção pela categoria, no início de julho deste ano. “O serviço de Consultório na Rua foi desmontado por perseguições políticas praticadas pelo prefeito Jairo Jorge, sua Fundação de Saúde (assediadora) e seus secretários”, acusou Veridiana Machado, uma das agentes ligadas ao Grupo Mãe de Deus, que foi desligada da iniciativa com o argumento de que haverá uma “reestruturação na equipe”.

 

Objetivo

Para os envolvidos, se trata de um serviço do Sistema Único de Saúde (SUS) que tem como o principal objetivo estender àqueles que não possuem um local para morar. “Se ocupa do cuidado às pessoas que fazem uso problemático de álcool e de outras drogas, em liberdade, no território, a partir do respeito e do desenvolvimento de vínculo de confiança entre profissionais e pessoas atendidas, esta, a parte mais importante do processo de cuidado e de acompanhamento realizados”, aponta Machado.

Nas ruas, questões de saúde coletiva são tratadas de um modo geral, prevenindo a disseminação e facilitando o tratamento de tuberculose, acompanhando o tratamento e incidindo na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis como sífilis e HIV\AIDS, além de realizar diversos testes.

 

Sem viatura

Logo no início, relata, a equipe teve dificuldades para sair a campo e mapear o território. “Não conseguia obter os uniformes e nem o adesivo do carro, uma camioneta Doblô, recursos esses fundamentais para a identificação da equipe pelas pessoas atendidas e pela comunidade em geral, que, inclusive, é fator importante na relação até com a dinâmica do tráfico, inerente a todas as cidades atualmente”, revela. Mesmo assim, foram às ruas.

“Os trabalhadores só receberam uniformes e adesivos no carro, quando o prefeito Jairo Jorge resolveu inaugurar o serviço com mídia e propaganda. A camioneta Doblô, é um veículo pequeno, que sempre foi de tamanho insuficiente à equipe, que tinha que se dividir e deixar metade das pessoas quando era preciso transportar alguém para atendimento médico ou de outra ordem. Ao mesmo tempo, no estacionamento onde ficava a Doblô, existiam vários veículos como aqueles de SAMU, apodrecendo, abandonados na garagem. Um deles poderia ser adaptado para o Consultório na Rua, a fim de dar mais conforto às pessoas atendidas e qualificar o trabalho da equipe”, revela Veridiana.

 

Sem telefone

Segundo ela, a estrutura “nunca teve um telefone próprio. Os trabalhadores ou tinham que usar os seus próprios ou o da Unidade Básica de Saúde onde dividiam o espaço. Aliás, a única sala que o serviço de consultório na rua tem nessa UBS, é uma sala sem janelas, pequena, extremamente insalubre e que quando chove alaga”, denuncia.

 

Sem insumos

Conforme informaram os denunciantes, os insumos são precários. “Quando existem, pois, o serviço fica muito tempo sem o quite com bolachas, barras de cereais e água para oferecer às pessoas que, muitas vezes, ficam por diversas horas em jejum a fim de realizarem exames, ficam nessa sala úmida. Assim como, as medicações, os documentos, comprometendo os mesmos. Não existe uma continuidade no fornecimento desses itens pelo município”, revelam.

 

O que diz a Prefeitura

A Secretaria Municipal da Saúde​ (SMS)​​ informou que o projeto está de “acordo com a política federal.​ ​O que ocorreu, de forma gradual, ​foi ​a reestruturação da equipe, não sendo aceitável a alegação de perseguição política”. Segundo o órgão, atualmente, ​a secretaria da saúde “recebe ​R$ ​27 mil ao mês da União, o que representa uma parte do custo do consultório. ​Os custos com essa equipe são superiores a R$ 40 mil mensais”.

Sobre o veículo, afirmou que as ambulâncias “não têm nada a ver com o Consultório de Rua, pois a equipe do Consultório nunca ficou sem veículo e as ambulâncias são usadas para outros propósitos”. Hoje, o município dispõe de oito ambulâncias.

Sobre a sede, respondeu que a “equipe utiliza ​a área física da UBS Santa Isabel​, que oferece as condições necessárias​ para o exercício do trabalho. No entanto, em virtude da forte chuva forte do início do ano​, ocorreram ​problemas no telhado e o computado​r foi danificado. ​Depois do conserto, não houve mais problemas”.

A secretaria diz que “não recebeu registro da falta de insumos ​​para a equipe e cabe destacar que estes profissionais não coordenam a equipe e​, ​portanto, não a representam”.

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Programa de benefício de R$ 2 mil a famílias afetadas pelas chuvas de junho retoma cadastramento

Redação

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Programa de benefício de R$ 2 mil a famílias afetadas pelas chuvas de junho retoma cadastramento

O cadastramento para o programa Volta por Cima já está aberto em Canoas. A medida é voltada a famílias atingidas pelas chuvas e enchentes ocorridas entre 14 e 20 de junho de 2025 e segue até o dia 5 de setembro, nos CRAS Harmonia, Mathias Velho e Rio Branco, conforme o endereço de residência.

O benefício, no valor de R$ 2 mil em parcela única, é destinado a famílias em situação de vulnerabilidade social que atendam aos requisitos estabelecidos pelo Decreto Estadual 58.235/2025. O objetivo é garantir apoio financeiro emergencial às pessoas que não foram identificadas automaticamente pelo mapeamento do governo estadual.

Podem solicitar o benefício as famílias que:

  • Tenham sido desabrigadas ou desalojadas em razão das chuvas intensas e enchentes de junho de 2025;
  • Não tenham sido identificadas automaticamente pelo mapeamento do governo estadual;
  • Residam em município com decreto de situação de emergência ou calamidade pública homologado pelo Estado;
  • Estejam inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) como pobres ou extremamente pobres, com atualização nos últimos 12 meses.

Segundo o secretário de Assistência Social, Márcio Freitas, o cadastramento representa uma oportunidade de reparação para as famílias que ainda não tinham sido contempladas,

“O programa busca assegurar que todas as pessoas em situação de maior vulnerabilidade, impactadas pelas chuvas de junho, recebam o benefício e possam enfrentar este momento com mais dignidade”, destacou.

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Governo do Estado paga mais de R$ 1,3 milhão do Programa Volta por Cima a famílias atingidas pelas chuvas de junho

Redação

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Programa de benefício de R$ 2 mil a famílias afetadas pelas chuvas de junho retoma cadastramento

O governo do Rio Grande do Sul realizou, nesta quarta-feira, 20, o pagamento de R$ 1,3 milhão em benefícios do Programa Volta por Cima para famílias afetadas pelas chuvas e enchentes registradas entre 14 e 20 de junho de 2025. Os valores foram creditados no Cartão Cidadão de 686 famílias de nove municípios, concluindo o sexto lote da iniciativa.

Com esse repasse, o programa já soma mais de R$ 5,3 milhões destinados a famílias em situação de vulnerabilidade. Cada núcleo familiar desalojado ou desabrigado recebeu R$ 2 mil, conforme critérios definidos em decreto estadual, que incluem comprovação de residência em áreas atingidas, cadastro atualizado no CadÚnico e reconhecimento da situação de emergência ou calamidade no município.

O benefício é gerido pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), com apoio da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), da Secretaria da Fazenda (Sefaz) e do Banrisul. Inicialmente, o governo havia destinado R$ 4 milhões ao programa, ampliados com um novo aporte de R$ 1,3 milhão.

As famílias contempladas foram identificadas por meio de mapeamento das áreas afetadas, realizado com imagens de satélite e cruzamento de dados oficiais, em parceria com prefeituras. Em casos excepcionais, municípios poderão cadastrar beneficiários não incluídos automaticamente.

O pagamento é feito pelo Cartão Cidadão. Quem já possui o documento pode acessar o recurso imediatamente. Para os novos beneficiários, o cartão estará disponível para retirada em agências do Banrisul a partir de 4 de setembro, com prazo até 30 de novembro. Valores não resgatados até essa data retornarão aos cofres públicos.

Todas as informações sobre os repasses estão disponíveis no Portal da Transparência do Estado. Denúncias podem ser encaminhadas pela Central do Cidadão.

Nesta etapa, foram contemplados moradores de Eldorado do Sul, Esteio, Mata, Nova Santa Rita, Restinga Sêca, Rio Pardo, São Vicente do Sul e Sapucaia do Sul e Triunfo.

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XVI Conferência Municipal da Assistência Social reúne comunidade e entidades em Canoas

Redação

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XVI Conferência Municipal da Assistência Social reúne comunidade e entidades em Canoas

Na quinta-feira, 14, a Associação Pestalozzi de Canoas foi palco da XVI Conferência Municipal da Assistência Social, que teve como tema “20 anos do SUAS: Construção, Proteção Social e Resistência”. O evento reuniu usuários, trabalhadores, entidades e gestores da política de assistência social, promovendo debates e a troca de experiências.

O objetivo, conforme a gestão municipal, foi fortalecer as ações de assistência social no município, com espaço para discussão sobre políticas públicas municipais, estaduais e nacionais. Para Edina Aparecida Alegro, presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, “estamos aqui num momento muito importante de fala para tratar de políticas ligadas à assistência social em todas as esferas”.

Participante do encontro, Paola Estalamartes, integrante da Associação das Senhoras das Campanhas dos Bebês, destacou a relevância do apoio recebido: “Somos gratos pelo apoio da Prefeitura e de instituições parceiras. Nosso foco é trabalhar o fortalecimento do vínculo familiar”.

Representando a gestão municipal, o secretário de Assistência Social, Márcio Freitas, reforçou o compromisso com a área: “Estamos participando deste grande evento com o comprometimento de manter e ampliar as políticas públicas de assistência social, voltadas especialmente para a população que mais precisa”.

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