Conecte-se conosco

header-top







 

16/08/2025
 

Comunidade

Lixo continua tomando conta da Rua da Barca, no bairro Harmonia

Assunto foi tema de representação na Justiça da Promotoria Especializada de Canoas

Avatar

Publicado

em

Cruzamento da rua da Barca com o trem cargueiro da ALL. Foto: Bruno Lara/OT.

Cruzamento da rua da Barca com o trem cargueiro da ALL. Foto: Bruno Lara/OT.

 

A equipe de O Timoneiro segue visitando os pontos mais extremos de abandono de Canoas. Na última semana, uma equipe visitou a rua da Barca, no bairro Harmonia, que liga a rua Operário Jesus até a BR-448.

A situação é normal até onde tem asfalto. Assim o trecho é descrito para os que não residem no bairro. A rua asfaltada, porém, segue até o limite dos trilhos onde circula o trem da América Latina Logística (ALL), transportador de cargas. No restante do trecho, até a BR-448, o caminho é seguido por chão batido, embora poucos se arrisquem a circular pelo local.

São incontáveis as sacolas de lixo que o local recebe. Além disso, é o destino final para galhos, móveis descartados, roupas, animais mortos e até um tronco de árvore arrancado. Mas a cena não é rara. Pontos de maior movimento como a rua República e a avenida Rio dos Sinos também estão cobertos de lixo.

Trem na ativa

Todos os locais acima citados têm um ponto em comum: avizinham os trilhos do trem. Na rua da Barca, em setembro de 2014, um dos trens da ALL com destino a Passo Fundo, carregado com 60 mil litros de gasolina e diesel, tombou no final da tarde. No episódio ninguém se feriu, mas o susto foi grande levando em consideração que os trilhos passam a poucos metros das residências.

Ministério Público

O advogado Nelson Machado Fagundes protocolou na Promotoria de Justiça do Ministério Público de Canoas uma representação pedindo soluções para o local. Citando a arrecadação municipal de aproximadamente R$ 1,6 bilhão, ele cobrou um retorno deste dinheiro em serviços. “Não poderá o Município ter uma arrecadação européia e prestar serviços à população de nível africano”, afirmou no texto.

“A comunidade do final da Rua da Barca, final da Vila Natal, bairro Mathias Velho, composta em sua maioria por famílias humildes, convive com um quadro tétrico e totalmente incompatível com a vida, sem segurança para os que lá moram, de modo especial as crianças, senhoras grávidas e pessoas doentes”, sustenta. “Junto às casas dos moradores, existe um valão a céu aberto, em que um manancial de água parada e podre, capaz de acomodar um criadouro adequado para mosquitos que infestam a área e trazem perigo continuado a todos que residem no local”, vai além.

O que diz a Prefeitura

A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSU) informou que “realiza o Choque de Limpeza em todos os quadrantes da cidade. O que significa que, a cada 30 dias, a equipe retorna ao local para a manutenção. Todas as vezes são retirados, em média, 50 caminhões-caçamba de lixo. A SMSU promove, ainda, o trabalho de conscientização com a comunidade quanto ao destino correto do lixo, além de fiscalizar a área para evitar o descarte irregular. A Prefeitura oferece cinco ecopontos instalados na cidade para que, gratuitamente, o cidadão possa destinar seu resíduo seco”, justificou.

 

Terreno foi desocupado em 2015, com resistência dos moradores. Foto: Bruno Lara/OT.

Terreno foi desocupado em 2015, com resistência dos moradores. Foto: Bruno Lara/OT.

 

“Não há necessidade de ocupações irregulares”, garante Prefeitura

Em setembro de 2015 cerca de 200 famílias ocupavam uma área da Prefeitura no loteamento Porto Belo. No dia 14 do mesmo mês, uma reintegração foi feita, deixando ao menos um ônibus queimado no local onde houve forte confronto dos moradores com a Brigada Militar.

O Timoneiro visitou a mesma área nesta semana que, cercada, serve agora apenas para o crescer da grama que já se faz alta no local. Em novo questionamento, a Prefeitura informou desta vez que em 2014 “a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação reassentou as famílias” dentro do programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal.

Em 2015, salienta, houve nova ocupação irregular na mesma área, “que é considerada de risco por estar sob a rede de alta tensão. Na ocasião, antes e mesmo depois da reintegração, a Prefeitura tentou realizar o cadastro social destas famílias, mas elas não aceitaram”.

Como a área é considerada de risco e imprópria para morar, a Prefeitura garante que irá fazer “um projeto paisagístico para embelezamento da área”, pontua sem dar maiores detalhes.

Mas uma atitude da Prefeitura chamou a atenção. Após responder os questionamentos de OT sobre a área, afirmou: “Vale ressaltar que em Canoas não há necessidade de ocupações irregulares, pois a Prefeitura promove políticas habitacionais proporcionando ao cidadão o acesso à moradia própria, por meio de sorteio público e de reassentando de famílias que vivem em áreas de risco, contribuindo para o resgate da dignidade destas pessoas”. A série Abandonados, veiculada por O Timoneiro, porém, tem encontrado lugar que o próprio órgão desconhece.

 

Ônibus da empresa Vicasa foi incendiado por manifestantes no Porto Belo. Foto: Bruno Lara/OT.

Ônibus da empresa Vicasa foi incendiado por manifestantes no Porto Belo. Foto: Bruno Lara/OT.

Continuar a ler
Clique em Comentário

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Comunidade

XVI Conferência Municipal da Assistência Social reúne comunidade e entidades em Canoas

Redação

Publicado

em

XVI Conferência Municipal da Assistência Social reúne comunidade e entidades em Canoas

Na quinta-feira, 14, a Associação Pestalozzi de Canoas foi palco da XVI Conferência Municipal da Assistência Social, que teve como tema “20 anos do SUAS: Construção, Proteção Social e Resistência”. O evento reuniu usuários, trabalhadores, entidades e gestores da política de assistência social, promovendo debates e a troca de experiências.

O objetivo, conforme a gestão municipal, foi fortalecer as ações de assistência social no município, com espaço para discussão sobre políticas públicas municipais, estaduais e nacionais. Para Edina Aparecida Alegro, presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, “estamos aqui num momento muito importante de fala para tratar de políticas ligadas à assistência social em todas as esferas”.

Participante do encontro, Paola Estalamartes, integrante da Associação das Senhoras das Campanhas dos Bebês, destacou a relevância do apoio recebido: “Somos gratos pelo apoio da Prefeitura e de instituições parceiras. Nosso foco é trabalhar o fortalecimento do vínculo familiar”.

Representando a gestão municipal, o secretário de Assistência Social, Márcio Freitas, reforçou o compromisso com a área: “Estamos participando deste grande evento com o comprometimento de manter e ampliar as políticas públicas de assistência social, voltadas especialmente para a população que mais precisa”.

Continuar a ler

Comunidade

Canoas retoma acordo para regulamentar comércio indígena no Centro

Redação

Publicado

em

Canoas retoma acordo para regulamentar comércio indígena no Centro

O comércio indígena no Centro de Canoas passará por mudanças nos próximos meses. Representantes de quatro aldeias, do Ministério Público Federal (MPF), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação (SMDEI) definiram a retomada do acordo firmado em 2019, que estabelece 12 pontos fixos para a comercialização de produtos.

O pacto original foi firmado após o Município relatar ao MPF a expansão das bancas indígenas, a venda de produtos industrializados e problemas de circulação de pedestres e veículos, especialmente na Rua Quinze de Janeiro. Na época, ficou determinado que, fora dos pontos autorizados, valeria a legislação municipal que proíbe o comércio transitório na área central.

Em vistoria realizada em julho deste ano, a SMDEI identificou 29 bancas ativas no Centro, número superior ao acordado. O levantamento motivou pedidos de providências de entidades empresariais e levou à retomada das negociações.

Com o novo entendimento, será mantido o limite de 12 bancas, que receberão placas e crachás de identificação para facilitar a fiscalização. Três boxes da Praça da Bíblia serão disponibilizados para depósito de materiais.

Segundo a SMDEI, a medida busca equilibrar a preservação do direito de comercialização dos povos indígenas com a organização do espaço público e o cumprimento da legislação municipal.

Continuar a ler

Comunidade

Campanha do Agasalho 2025 de Canoas recebeu 28.340 peças e distribuiu 15.774

Redação

Publicado

em

Campanha do Agasalho 2025 de Canoas recebeu 28.340 peças e distribuiu 15.774

A Campanha do Agasalho deste ano em Canoas atingiu os quantitativos de 28.340 peças recebidas e 15.774 itens distribuídos. Nesta quarta-feira, 6, a ação ocorreu com parceria entre agentes da Defesa Civil do município e voluntários para estender solidariedade aos moradores do bairro Rio Branco.

Em uma busca cuidadosa, pilha após pilha, sem desdobrar nem desarrumar os itens separados sobre uma grande mesa, propiciou que a dona de casa Tânia de Jesus, 46 anos, encontrasse roupas para proteger seus quatro filhos, de 13, 11, 8 e dois anos de idade.

Conforme o secretário de Defesa Civil e Resiliência Climática de Canoas, Vanderlei Marcos, a ação é estratégica para fazer com que os bens doados pela comunidade cheguem efetivamente para quem precisa. “A parceria com lideranças e pessoas que são referências nas localidades é fundamental para ampliar o acesso daqueles que precisam dos agasalhos”, descreve o gestor.

Ao lado da parceira de voluntariado Celi Oliveira, Vera confirma que o elo se fortalece e a corrente de solidariedade estende sua proteção.

“Fazemos isso há dez anos. Abro minha casa para receber quem precisa da ajuda. Cada pessoa que sai daqui com uma roupinha para sua família faz valer o trabalho da gente”, define Vera.

Continuar a ler
publicidade
Graduação Lasalle

Destaques