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29/06/2025
 

Comunidade

Lixo continua tomando conta da Rua da Barca, no bairro Harmonia

Assunto foi tema de representação na Justiça da Promotoria Especializada de Canoas

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Cruzamento da rua da Barca com o trem cargueiro da ALL. Foto: Bruno Lara/OT.

Cruzamento da rua da Barca com o trem cargueiro da ALL. Foto: Bruno Lara/OT.

 

A equipe de O Timoneiro segue visitando os pontos mais extremos de abandono de Canoas. Na última semana, uma equipe visitou a rua da Barca, no bairro Harmonia, que liga a rua Operário Jesus até a BR-448.

A situação é normal até onde tem asfalto. Assim o trecho é descrito para os que não residem no bairro. A rua asfaltada, porém, segue até o limite dos trilhos onde circula o trem da América Latina Logística (ALL), transportador de cargas. No restante do trecho, até a BR-448, o caminho é seguido por chão batido, embora poucos se arrisquem a circular pelo local.

São incontáveis as sacolas de lixo que o local recebe. Além disso, é o destino final para galhos, móveis descartados, roupas, animais mortos e até um tronco de árvore arrancado. Mas a cena não é rara. Pontos de maior movimento como a rua República e a avenida Rio dos Sinos também estão cobertos de lixo.

Trem na ativa

Todos os locais acima citados têm um ponto em comum: avizinham os trilhos do trem. Na rua da Barca, em setembro de 2014, um dos trens da ALL com destino a Passo Fundo, carregado com 60 mil litros de gasolina e diesel, tombou no final da tarde. No episódio ninguém se feriu, mas o susto foi grande levando em consideração que os trilhos passam a poucos metros das residências.

Ministério Público

O advogado Nelson Machado Fagundes protocolou na Promotoria de Justiça do Ministério Público de Canoas uma representação pedindo soluções para o local. Citando a arrecadação municipal de aproximadamente R$ 1,6 bilhão, ele cobrou um retorno deste dinheiro em serviços. “Não poderá o Município ter uma arrecadação européia e prestar serviços à população de nível africano”, afirmou no texto.

“A comunidade do final da Rua da Barca, final da Vila Natal, bairro Mathias Velho, composta em sua maioria por famílias humildes, convive com um quadro tétrico e totalmente incompatível com a vida, sem segurança para os que lá moram, de modo especial as crianças, senhoras grávidas e pessoas doentes”, sustenta. “Junto às casas dos moradores, existe um valão a céu aberto, em que um manancial de água parada e podre, capaz de acomodar um criadouro adequado para mosquitos que infestam a área e trazem perigo continuado a todos que residem no local”, vai além.

O que diz a Prefeitura

A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSU) informou que “realiza o Choque de Limpeza em todos os quadrantes da cidade. O que significa que, a cada 30 dias, a equipe retorna ao local para a manutenção. Todas as vezes são retirados, em média, 50 caminhões-caçamba de lixo. A SMSU promove, ainda, o trabalho de conscientização com a comunidade quanto ao destino correto do lixo, além de fiscalizar a área para evitar o descarte irregular. A Prefeitura oferece cinco ecopontos instalados na cidade para que, gratuitamente, o cidadão possa destinar seu resíduo seco”, justificou.

 

Terreno foi desocupado em 2015, com resistência dos moradores. Foto: Bruno Lara/OT.

Terreno foi desocupado em 2015, com resistência dos moradores. Foto: Bruno Lara/OT.

 

“Não há necessidade de ocupações irregulares”, garante Prefeitura

Em setembro de 2015 cerca de 200 famílias ocupavam uma área da Prefeitura no loteamento Porto Belo. No dia 14 do mesmo mês, uma reintegração foi feita, deixando ao menos um ônibus queimado no local onde houve forte confronto dos moradores com a Brigada Militar.

O Timoneiro visitou a mesma área nesta semana que, cercada, serve agora apenas para o crescer da grama que já se faz alta no local. Em novo questionamento, a Prefeitura informou desta vez que em 2014 “a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação reassentou as famílias” dentro do programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal.

Em 2015, salienta, houve nova ocupação irregular na mesma área, “que é considerada de risco por estar sob a rede de alta tensão. Na ocasião, antes e mesmo depois da reintegração, a Prefeitura tentou realizar o cadastro social destas famílias, mas elas não aceitaram”.

Como a área é considerada de risco e imprópria para morar, a Prefeitura garante que irá fazer “um projeto paisagístico para embelezamento da área”, pontua sem dar maiores detalhes.

Mas uma atitude da Prefeitura chamou a atenção. Após responder os questionamentos de OT sobre a área, afirmou: “Vale ressaltar que em Canoas não há necessidade de ocupações irregulares, pois a Prefeitura promove políticas habitacionais proporcionando ao cidadão o acesso à moradia própria, por meio de sorteio público e de reassentando de famílias que vivem em áreas de risco, contribuindo para o resgate da dignidade destas pessoas”. A série Abandonados, veiculada por O Timoneiro, porém, tem encontrado lugar que o próprio órgão desconhece.

 

Ônibus da empresa Vicasa foi incendiado por manifestantes no Porto Belo. Foto: Bruno Lara/OT.

Ônibus da empresa Vicasa foi incendiado por manifestantes no Porto Belo. Foto: Bruno Lara/OT.

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Moradores que decidiram permanecer na Praia do Paquetá recebem auxílio da Defesa Civil

Redação

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Moradores que decidiram permanecer na Praia do Paquetá recebem auxílio da Defesa Civil

De acordo com a gestão municipal, desde a quinta-feira, 19, quando as águas começaram a subir na Praia do Paquetá, a comunidade local começou a receber suporte da Prefeitura de Canoas, com coordenação da Defesa Civil e contando com a ação integrada entre diversas secretarias.

Entre as ações voltadas a quem optou por permanecer no local, ocorreram entregas de cestas básicas e suporte com acolhimento a famílias atingidas, além de resgate de pets encontrados na região. Na localidade vivem 120 famílias, das quais 100 optaram por permanecer nas suas casas.

Para o secretário da Defesa Civil e Resiliência Climática, Vanderlei Marcos, a estratégia prioritária é antecipar o suporte humanitário, mitigando o impacto sobre a vida das pessoas. Além da entrega de ranchos completos, a Defesa Civil atuou no alerta sobre riscos e na oferta de transporte para quem necessitasse buscar segurança por decorrência da cheia.

Já o secretário da Assistência Social, Márcio Freitas, trabalhou na entrega de alimentos e comandou o serviço de abrigos públicos para desalojados. A secretária de Bem-estar Animal, Paula Lopes, liderou o resgate de bichinhos de estimação para castração e encaminhamento a tutores. As atividades prosseguirão ao longo do final de semana.

“A nossa comunidade vive da pesca e do turismo. Com o tempo adverso, não tem como pescar, nem tem pessoas para comprar nosso pescado. Esse alimento garante segurança para estes dias difíceis”, pontuou o presidente da Associação de Moradores e Pescadores da Praia de Paquetá, Paulo Denilto.

Moradora de Paquetá, Elisabete Saroba agradeceu o donativo que irá manter a família formada por sete pessoas, cujos adultos trabalham na pesca e na construção, pelas próximas semanas. A Defesa Civil mantém plantão na entrada do bairro para orientar e transportar pessoas para acolhimento. As demais áreas da cidade não apresentam mais zonas de alagamento.

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Comunidade

Abrigo em Canoas acolhe 129 pessoas atingidas pelas fortes chuvas da madrugada

Redação

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Abrigo em Canoas acolhe 129 pessoas atingidas pelas fortes chuvas da madrugada

Na tarde desta quarta-feira, 18, a cidade de Canoas segue monitorando os impactos das fortes chuvas registradas na noite anterior. De acordo com informações da Secretaria Municipal de Assistência Social, 129 pessoas seguem acolhidas no Ginásio São Luís, no bairro São Luís.

O abrigo emergencial foi estruturado para garantir acolhimento seguro e digno à população afetada. Além disso, 35 pessoas que estavam abrigadas já puderam retornar com segurança para suas residências no bairro Mathias Velho, uma das regiões mais atingidas.

A Prefeitura reforça que permanece mobilizada, por meio de suas equipes técnicas e voluntários, para oferecer suporte imediato às famílias em situação de vulnerabilidade durante este período de instabilidade climática. A estrutura no Ginásio São Luís conta com alimentação, espaço para higiene, roupas, colchões, atendimento ambulatorial e também acolhimento de animais de estimação.

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Comunidade

Canoas lança Campanha do Agasalho 2025 com o tema “O seu roupeiro não sente frio”

Redação

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Canoas lança Campanha do Agasalho 2025 com o tema “O seu roupeiro não sente frio

Com o tema “O seu roupeiro não sente frio – desapegue do que você não usa mais e aqueça quem precisa”, a Campanha do Agasalho 2025 de Canoas foi lançada oficialmente na manhã de sábado, 14, durante a 3ª edição do evento Prefeitura na Tua Casa, na Praça Dona Mocinha, no bairro Niterói.

A iniciativa busca mobilizar a comunidade para a doação de roupas e cobertores, com foco no acolhimento das pessoas em situação de vulnerabilidade social e em situação de rua. Diante da antecipação das ondas de frio, antes mesmo do início oficial do inverno, a campanha ganha ainda mais relevância neste momento.

Neste ano, a ação contará com telebusca de doações, facilitando a entrega dos itens pela população, além de uma parceria com uma lavanderia industrial de Cachoeirinha, que garantirá a higienização das peças arrecadadas.

Coordenada pela Secretaria Municipal da Defesa Civil e Resiliência Climática, a campanha envolve a parceria das secretarias de Assistência Social, Segurança Pública, Desenvolvimento Econômico e Inovação e Cidadania, Mulher e Inclusão, integrando esforços para ampliar o alcance das ações.

O secretário da Defesa Civil e Resiliência Climática, Vanderlei Marcos, ressaltou o papel fundamental da população na construção de uma cidade mais solidária:

“Essa campanha é um esforço coletivo que depende do engajamento de toda a sociedade. Cada doação representa uma barreira contra o frio para quem não tem proteção. Nosso trabalho é garantir que esses itens cheguem com dignidade a quem mais precisa, e para isso, contamos com o espírito solidário dos canoenses.”

Durante o lançamento, o prefeito em exercício Rodrigo Busato destacou a importância da união da sociedade em torno da causa.

“A Campanha do Agasalho é mais do que uma ação de inverno, é um gesto de cuidado com quem mais precisa. Cada peça doada representa acolhimento e respeito. Nosso compromisso de governo é garantir que nenhum canoense enfrente o frio sem o mínimo necessário para se proteger”, afirmou Rodrigo Busato.

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