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18/10/2024
 

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Prefeitura discorda da posição do TCE e afirma que entrará com recurso

Em nota, o órgão respondeu que “há elementos inconsistentes na decisão, buscando a revisão da mesma”.

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Foto: Bruno Lara-arquivo/OT.

Foto: Bruno Lara-arquivo/OT.

Por Bruno Lara

Após a condenação de Jairo Jorge (PT) no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), ocorrida na terça-feira, 8, a Prefeitura de Canoas se posicionou em nota afirmando que “respeita a decisão na sessão da 1° câmara do Tribunal”, mas que recorrerá da decisão. A posição do órgão que realizou uma inspeção especial nas contas do município, nos exercícios de 2014 e 2015, foi de criar um débito ao responsável no valor de R$ 674.400,00, além de impor uma multa de R$ 1,5 mil – maior valor estadual previsto – e cientificar o Poder Legislativo local.

Para o Executivo canoense, “há elementos inconsistentes na decisão, buscando a revisão da mesma”. O argumento se embasa na afirmação do órgão de que “dispunha do termo de referência, bem como comparou preços para chegar ao valor definitivo”.

Informou a imprensa, também, que “buscou como ponto de partida uma tomada de preços realizada em agosto de 2011, cujo valor para contratação para o Plano de Saneamento a Prefeitura pagou R$760mil, que em valores correntes, de acordo com a inflação do período equivale até fevereiro de 2014 a R$ 882,9mil”, diz em nota.

Para sustentar sua tese, a defesa busca enfatizar dois pontos: O primeiro, e mais importante, é que a Fundação Escola e Sociologia de São Paulo, que já teve em seu quadro docente o ex-presidente da república Fernando Henrique Cardoso (FHC), foi contratada para seis objetos diferentes, o que encarece o valor. O segundo ponto é combater a comparação com cidades que atendem populações menores do que Canoas.

 

Fundação Escola contratada para seis objetos

Sobre os objetos da contratação da Fundação Escola e Sociologia de São Paulo, a Prefeitura alegou que contratou a Fundação “por R$ 864 mil reais em fevereiro de 2014 seis (6) objetos diferentes que passam pela Revisão do Plano Municipal de Saneamento e a avaliação do contrato do programa com a Corsan no valor de R$330mil; a Reestruturação da limpeza urbana, que embasou as licitações em curso, no valor de R$106mil; o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos no valor R$120,6mil; Estudos para viabilidade do tratamento do lixo orgânico através da compostagem, no valor de R$79,5mil; a reestruturação da coleta seletiva no valor de R$95,4mil e a gestão e manejo de resíduos da construção civil no valor de R$132,5mil”.

Em sua justificativa, o município alegou que “A decisão da 1° Câmara foi tomada a partir da comparação de elementos diferentes. Comparou cidades que possuem contratos menores com o que foi contratado pela cidade de Canoas que envolve seis diferentes objetos”.

 

Leia a nota da Prefeitura na íntegra:

“A Prefeitura de Canoas informa que respeita a decisão na sessão da 1° câmara do Tribunal de Contas do Estado, porém afirma que não há irregularidades na contratação do serviço e entrará com recurso, visto que há elementos inconsistentes na decisão, buscando a revisão da mesma.

“A Prefeitura afirma que dispunha do termo de referência, bem como comparou preços para chegar ao valor definitivo. Buscou como ponto de partida uma tomada de preços realizada em agosto de 2011, cujo valor para contratação para o Plano de Saneamento a Prefeitura pagou R$760mil, que em valores correntes, de acordo com a inflação do período equivale até fevereiro de 2014 a R$882,9mil.

“No caso dos objetos da contratação da Fundação Escola e Sociologia de São Paulo a prefeitura contratou por R$ 864 mil reais em fevereiro de 2014 seis (6) objetos diferentes que passam pela Revisão do Plano Municipal de Saneamento e a avaliação do contrato do programa com a Corsan no valor de R$330mil; a Reestruturação da limpeza urbana, que embasou as licitações em curso, no valor de R$106mil; o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos no valor R$120,6mil; Estudos para viabilidade do tratamento do lixo orgânico através da compostagem, no valor de R$79,5mil; a reestruturação da coleta seletiva no valor de R$95,4mil e a gestão e manejo de resíduos da construção civil no valor de R$132,5mil.

“A decisão  da 1° Câmara foi tomada a partir da comparação de elementos diferentes. Comparou cidades que possuem contratos menores com o que foi contratado pela  cidade de Canoas que envolve seis diferentes objetos.

“Por exemplo, a cidade de Biritiba Mirim no Estado de São Paulo, que foi utilizada como comparativo pelo TCE, com apenas 31 mil habitantes, pagou pelo seu estudo de limpeza urbana R$130mil, enquanto Canoas, 11 vezes maior, pagou R$106mil.

“Na comparação é citado também o exemplo de Franca, com a mesma população de Canoas, que contratou o Plano de Gestão Integrada de Resíduos no valor de R$145mil, enquanto Canoas pagou R$120,6mil.

“Na decisão o TCE comparou os valores de R$130mil e R$145mil de dois objetos com o valor total contratado pela cidade de Canoas, o que se torna contraditório.

“Em razão disso é que será buscado recurso junto a 1° Camara e o Pleno do TCE.

“É importante afirmar que a Fundação Escola Sociologia e Política de São Paulo, instituição com 83 anos, que teve entre seus quadros professores como Fernando Henrique Cardoso, Darci Ribeiro e Florestan Fernandes, onde nasceu a USP, realiza hoje o trabalho para inúmeras cidades na área ambiental, cujos contratos foram validados pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Em nenhum momento o TCE RS questiona a qualidade do trabalho e a excelência da instituição.

“Canoas foi o primeiro município do Rio Grande do Sul, acima de 100 mil habitantes, a atender integralmente a lei 11.445/2007 do Plano Municipal de Saneamento e está atendendo também o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos, a lei nº 12.305.

“Se essas leis não tivessem sido atendidas implicaria na vedação de recebimento de recursos para a administração, o que levaria consequentemente a paralisação de obras.

“A Prefeitura garante que, sem isso, haveria a  interrupção nos R$160milhões investidos em drenagem.

“Esta revisão e avaliação do contrato do programa realizado com a Corsan garantiu na sua pactuação o ressarcimento na ordem de R$5,7milhões. Recursos repassados e aplicados na cidade de Canoas.”

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro

Redação

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro - Enchente 67
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.

As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.

O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.

Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.

Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.

Primeiras memórias

Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.

Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.

A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.

Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”

Socorrista e resgatado

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.

Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.

“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.

Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.

Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.

“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.

Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.

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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Redação

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Prefeitura disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.

A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.

Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.

Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.

No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:

– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato

*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Redação

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.

De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850  mil pessoas.

Risco de inundação extrema

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.

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