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07/09/2024
 

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Opinião: Lixo: Uma questão de saúde, segurança e educação

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bruno27012016

Por Bruno Lara

 

Na manhã desta quarta-feira, 27 de janeiro de 2016, visitamos a Vila Cerne, no final do bairro Harmonia, em Canoas, atendendo ao pedido de uma amiga moradora do local e também dos moradores que há muito reclamam da situação que não é nenhuma novidade: o lixo a céu aberto.

Parece-nos lógico, desde os primórdios, a importância de recolher o lixo, um dos maiores problemas ambientais de todas as nações do mundo.

Estes dias revia o documentário “Ilha das Flores”, de 1989. O curta-metragem porto alegrense, que mostra o trajeto dos alimentos que chegam para os moradores da ilha, após serem descartados por humanos e porcos, foi premiado, recomendado, e até hoje é lembrado. A película de Jorge Furtado mostra a questão social, uma crítica a diferença social.

Esse lixo povoa Canoas. Descartado por moradores de classe média que servem de alimento para muitos nos lixões do estado. Ele está em praticamente todas as ruas da cidade. Basta alguém depositar uma telha em frente a um terreno que os demais vizinhos aproveitam a deixa para limpar os pátios e fazer da rua uma miniatura de lixão. O lixo atrai roedores, animais em geral que ajudam no processo de decomposição dos resíduos, sobretudo os orgânicos.  Estes, por ventura, vão para dentro das casas e lá fazem a festa. Aí aparecem as reclamações. O problema finalmente invadiu suas particularidades e, agora, é uma questão séria.

A atribuição de recolher este lixo é da Prefeitura, embora as respostas oficiais neguem. As pessoas cobram do poder público por não ter recolhido aquilo que jogaram em frente a um terreno qualquer, geralmente abandonado, com vegetação atuante. Uma paisagem que tinha tudo para ser muito bem aproveitada, com o transitar de um trem de carga e a passagem de um arroio, hoje é só mais um ponto que deixa de ser ocupado por pessoas e passa a ser ocupado pelo lixo.  Neste caso, em específico, serve de playground para um simpático vira-lata que parece não gostar de invasores em seu território.

Cão cuida do seu lixo na avenida Rio dos Sinos, no Harmonia.

Foto: Bruno Lara/OT

A atribuição do município é dar suporte aos moradores. É atribuição do poder público sim limpar, instruir para que não se faça novamente, multar se for necessário, criar locais propícios para o despejo destes materiais, informar aos cidadãos da existência destes locais, de sua localização e aí por diante. É seu trabalho, sua essência. Se não for para resolver assuntos como este não precisaria existir.

Este espaço na Vila Cerne me chamou atenção. Na esquina, uma câmera da Prefeitura instalada, com visão privilegiada para a rua e o local em questão, ou seja, identificar os descartadores não é o problema. Limpar já virou rotina e, como tudo que é rotina, é mal feito. “A Prefeitura limpa, mas deixa um pouco aí e nem saíram as máquinas já tem gente jogando lixo de novo”, me contou um morador. Lá, em pleno combate assíduo ao mosquito Aedes aegypti, pneus descansam e acumula água parada a vontade.

Eis a questão. Os defensores do poder público defendem o discurso pronto de que a culpa não é do prefeito. É culpa do Prefeito sim. Cabe a ele montar um plano de ação para o lixo, construir locais, orientar os cidadãos, criar políticas públicas que resolvam o problema. As eleições vêm aí e a saída, ao que tudo indica, é utilizar o poder do voto para escolher aquele que olha o problema com seriedade e apresenta soluções para o mesmo.

“Nós queremos é saúde, educação e segurança”, me disse uma senhora na porta do supermercado outro dia. O povo se esquece, pelo visto, que o lixo na rua traz doenças, que os pontos com maior penumbra – como é o caso da avenida Rio dos Sinos e de tantos outros, sem iluminação – é o esconderijo dos que roubam e traficam e que jogar o lixo lá é uma tremenda falta de educação.

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro

Redação

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro - Enchente 67
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.

As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.

O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.

Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.

Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.

Primeiras memórias

Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.

Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.

A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.

Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”

Socorrista e resgatado

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.

Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.

“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.

Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.

Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.

“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.

Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.

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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Redação

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Prefeitura disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.

A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.

Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.

Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.

No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:

– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato

*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Redação

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.

De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850  mil pessoas.

Risco de inundação extrema

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.

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