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07/09/2024
 

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Cirurgia de menina com escoliose é adiada novamente

Cirurgia foi remarcada, segundo mãe, por falta de anestesia no Hospital Universitário (HU).

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Raio X da menina revela curvatura de 72 graus na coluna vertebral

Raio X da menina revela curvatura de 72 graus na coluna vertebral

Bruno Lara

Em julho, O Timoneiro mostrou o desespero de Mariana Cardoso, 14 anos, que sofre de escoliose. Desde os 10 anos reclamando de dor, a menina descobriu no último ano que sua coluna vertebral apresenta 72 graus de curvatura. O secretário municipal de saúde, Marcelo Bósio, se fez presente nos estúdios da Rádio O Timoneiro para explicar a dificuldade na marcação de consultas com especialistas ou cirurgias, mas a situação voltou a se repetir.
Aparentemente com a situação resolvida, a mãe Adriana Cardoso, que largou o emprego para cuidar da filha, estava aguardando a internação da filha nos Hospital Universitário (HU), agendada para quarta-feira, 2, quando recebeu ligação da Prefeitura, por volta das 15 horas, informando que não seria mais possível. Segundo ela, a cirurgia não seria mais possível por falta de anestesia. “Minha filha já esta apavorada. Pensou que ia ser feito já. Agora eles mudam tudo”, reclama.
Adriana informou que a internação foi remarcada para quinta-feira, 10, mas não há certeza. O mesmo servidor ficou de ligar na segunda-feira, 7, feriado alusivo a Independência do Brasil, para confirmar. “Ela já estava prepara psicologicamente para fazer a cirurgia. E agora o que eu faço?”, questiona a mãe.
No estúdio da rádio OT, Bósio deu ênfase ao caso não ser comum. Para o secretário, o município precisa se preparar para atender casos de média complexidade e não de alta complexidade, delegando estes casos para Porto Alegre. Ele revelou que o objetivo não é atender todos os casos. “Nós não temos uma estrutura (No HU), e nem é esse o objetivo de ter, que atenda 100% dos casos encaminhados”, afirmou.

Relembre o caso
Adriana procurou o jornal para expor a situação da filha. A curvatura da coluna era de 60 graus em junho de 2014. Em julho deste ano, a curvatura já está em 72 graus. “Os órgãos vitais estão sendo pressionados, fazendo com que ela corra risco de morte. A SAÚDE desse ESTADO está matando minha filha, estou perdendo minha filha”, afirmava Adriana em e-mail.
O boletim de atendimento datado em 13 de novembro de 2014, por volta das 11 horas da manhã no Hospital Universitário, revelava que algo de errado estava ocorrendo. O documento falava sobre a dificuldade de agendar cirurgia devido à necessidade de material específico para cirurgia não existente no espaço. “1. RX. Adequado; 2. Mesa radiotransparente adequada; 3. Monitorização eletrofiologica; 4. Suporte anestésico adequado”, termina recomendando o retorno da paciente em 45 dias. “Os médicos me disseram que ela pode ficar tetraplégica ou ir ao óbito se a curvatura chegar aos 80°. Falaram isso na minha cara e na dela também”, reclama Adriana.
No dia 12 de janeiro de 2016, Mariana estará debutando. “O presente que eu queria dar é fazer a cirurgia. Endireitar a coluna dela. Endireitar a nossa vida”, desabafa Adriana, temendo que não haverá tempo para isso. A paciente só pede ao poder público que possa realizar o procedimento. “Eu quero fazer a cirurgia logo”, complementa a menor.

Menina está evadindo da escola por sentir vergonha de sua aparência. Foto: Divulgação

Menina está evadindo da escola por sentir vergonha de sua aparência. Foto: Divulgação

SIMERS denunciou HU
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) pediu, em audiência na quinta-feira, 30, no Ministério Público de Canoas, providências diante das más condições de trabalho enfrentadas pelos médicos do Hospital Universitário da cidade. O diretor do SIMERS, Jorge Eltz, relatou ao promotor Marcelo Dossena Lopes dos Santos a desativação de leitos e de parte dos blocos cirúrgicos.
Em abril passado, foi fechada metade do número de blocos, com consequente aumento na fila de espera pelos procedimentos. O fechamento de todo o 7º andar e de uma ala inteira da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) também provocou mais restrição de vagas na internação. “É uma clara redução da assistência médica à população de Canoas e região”, apontou Eltz. “Uma situação bastante difícil para os pacientes e trabalhadores do hospital”, concluiu o dirigente.
Os profissionais que permanecem trabalhando já receberam os salários de junho atrasados e temem que os atrasos virem rotina. Na avaliação do sindicato, os problemas são reflexo da falta de repasses de verbas ao hospital, que é gerido pelo Sistema de Saúde Mãe de Deus. O SIMERS encaminhará mais informações sobre a situação no HU, solicitadas pelo promotor, que avaliará medidas judiciais.

O que diz a Prefeitura
“O Hospital Universitário teve a necessidade de uso do Bloco Cirúrgico por agravamentos de saúde de pacientes internados. Como a cirurgia da Mariana dura, em média, dez horas, teve que ser remarcada para a próxima quinta-feira, 10, com a internação prevista para o dia anterior, 09. Aproveitamos para informar que as outras salas cirúrgicas são retaguarda para o HPSC (fraturas graves)”, informou.

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro

Redação

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro - Enchente 67
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.

As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.

O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.

Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.

Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.

Primeiras memórias

Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.

Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.

A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.

Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”

Socorrista e resgatado

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.

Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.

“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.

Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.

Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.

“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.

Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.

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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Redação

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Prefeitura disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.

A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.

Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.

Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.

No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:

– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato

*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Redação

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.

De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850  mil pessoas.

Risco de inundação extrema

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.

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