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14/08/2025
 

Comunidade

OCUPAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS: Diversão X Sossego

A reivindicação dos participantes dos encontros é a inexistência de lugar apropriado para encontros e som automotivo

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Foto: Stéfani Iser-Especial/OT

Foto: Stéfani Iser-Especial/OT

Bruno Lara

A busca incessante por espaço continua na cidade. De um lado, os jovens – principalmente entre 18 e 30 anos – que cada vez mais se apropriando dos espaços públicos, ocupando em massa e, de certa forma, desordenadamente não só as periferias do município, mas onde existe qualquer lugar acessível e disponível para o encontro. Surgem como alternativas a lugares apropriados, que inexistem no município, as praças, parques e postos de gasolina. Todas essas áreas, no entanto, estão situadas em partes residenciais.
Do outro lado, encontram-se os residentes que avizinham estes espaços e não gostam do que veem. Som alto, muita concentração de carros e motos, drogas lícitas e ilícitas, menores de 18 anos e um pós-festa recheado de resíduos deixado nas ruas e calçadas. A presença de crianças e mulheres é um argumento positivo para os entusiastas dos eventos, por ser um ambiente de confraternização familiar, e um ponto negativo para os que presenciam de fora a cena, por julgarem estes como lugares impróprios.

Falta de locais

Foto: Stéfani Iser-Especial/OT

Foto: Stéfani Iser-Especial/OT

Os carros, prioritariamente rebaixados e com alto-falantes que ocupam todo um porta malas – mesmo que muitos com problemas que os impediriam de rodar – encontram nos postos de gasolina a facilidade no acesso, o que culmina no encontro com um grande número de pessoas simpatizantes do automobilismo, somados a conveniência das lojas que vendem alimentos bebidas – presente em quase todas as reuniões – e a segurança de estar em grupo. “O pessoal se reúne nesses espaços, pois é onde tem mais livre acesso, onde cabem mais carros. O posto de gasolina tem um espaço maior, praças tem espaço maior”, explica Jonatas, 26 anos, morador do bairro Harmonia e representante da equipe Kombat.
A consciência existe e, segundo eles, são poucos os que ligam o som. “Quem curte e sabe profundamente sobre o som automotivo, sabe que não é em qualquer lugar que pode tocar, muito menos em postos. Quem toca é gurizada que já está bêbada. Suja o nome mais por uns e outros”, destaca Jonatas.
Rafael, 25 anos, morador do bairro Niterói, concorda e sugere uma solução. “A gente sabe que incomoda. Mas te garanto, se eles (Prefeitura) liberassem um lugar para som automotivo, iria diminuir bastante a perturbação. Claro que esse lugar teria ordem. Sei lá, proibisse bebida alcoólica, fosse só mesmo para usar o seu som e a galera se reunir”, indica.
Jonatas acredita na mesma solução, mesmo que não houvesse música no espaço. “Se tivesse um lugar apropriado, não para tocar, mas que a gente pudesse ir tranquilo. Que não tivesse guincho, polícia, porque a maioria dos carros anda irregular, um pouquinho mais baixo (rebaixado), xenon (gás utilizado em lâmpadas incandescentes que emite mais iluminação que a luz normal dos veículos), essas coisas. Se tivesse um lugar apropriado, com certeza, acabaria isso nos postos”, conclui.
Os eventos anteriormente aconteciam no Parque Eduardo Gomes (Parcão), mas a entrada no estacionamento na parte lateral, pela rua Bartolomeu de Gusmão, foi interditada pelo poder público. Mas as atitudes que possuíam o intuito de inibir estes eventos acabaram empurrando os frequentadores para novos pontos de encontro. “Acaba a polícia indo ali (no Parque) e acabando com aquilo dali. Daí o pessoal não vai para casa e acaba indo pro posto”, conclui o morador do Harmonia.

Sem sossego

Seja no posto da av. Boqueirão ou no da av. Santos Ferreira, os carros e motos estão presentes. São ruas com enfileiramento de carros, muitas pessoas confraternizando em uma verdadeira balada a céu aberto, no meio das ruas. “As festas com gritaria, consumo de álcool, drogas, e som absurdamente alto continuam acontecendo durante toda semana. Agora mesmo são mais de 2 horas da manhã de uma madrugada de terça-feira e a situação é insuportável”, expõe a moradora através de e-mail que não será identificada para ser preservada.

Foto: Stéfani Iser-Especial/OT

Outra questiona os motivos pelos quais os postos de gasolina 24 horas são os escolhidos para os encontros. “Nos perguntamos o que há de tão especial neste posto 24 horas que, nem após tantas denúncias de infrações a olhos de quem quiser presenciar, até hoje nenhum órgão se pronuncia à respeito e toma medidas sérias para resolverem a situação. Estamos chegando a conclusão que chega a hora de moradores contratarem uma investigação paralela, reunir provas para realmente se descobrir o porquê de até hoje todos fazerem “vista grossa” a este problema. Não estamos exigindo nada além de respeito e cumprimento da lei”, conclui a canoense que reside próximo a um posto situado na intersecção entre a av. Boqueirão e a rua Liberdade, no bairro Igara.
Não é diferente no bairro Nossa Senhora das Graças, em especial no posto entre a av. Santos Ferreira e a av. Farroupilha. Munícipes que preferem não se identificar para evitar represálias acreditam que os encontros faltam com o respeito aos moradores. “Som alto até 4-5 horas da manhã com no mínimo 50 carros espalhados pela rua, inclusive com crianças pequenas, a polícia diz que não pode fazer nada”, ressalta.

Desafio para autoridades
O Tenente Coronel da Brigada Militar (BM), Eduardo Amorin, informou que ações semelhantes as realizadas no posto da av. Boqueirão serão também realizadas no posto da av. Santos Ferreira. “A ação da BM é abordagem. Nos locais que a sociedade nos informar, vamos intensificar a abordagem”, salientou.
Para o secretario especial da Coordenadoria de Juventude do município de Canoas, Herbert Poersch, o DJ Cabeção, a coordenadoria entende que os jovens necessitam “buscar alternativas para se encontrarem e usar como espaço de lazer, isso é um direito legítimo, porém precisamos lembrar que existem leis que estabelecem regras, e além disso existem os oportunistas que usam esses encontros para vender drogas e incentivar o uso de bebida alcoólicas aos condutores desses veículos”, salientou
Segundo ele, o município está agindo e buscando alternativas. “Em contrapartida, nós do governo, temos criado alternativas e espaços para que a juventude canoense possa se reunir como, por exemplo, a praça da juventude já inaugurada no Guajuviras, a casa das artes vila mimosa que tem opções diversas para todos e todas as semanas”, conclui.
A coordenadoria da juventude informa também que estará, no próximo mês, inaugurando o Skate Park Canoas que servirá também de ponto de encontro para a juventude. “Além de que, no próximo mês, faremos a 3º conferência municipal de juventude e a eleição da nova composição do Conselho municipal de juventude. Para dar solução a essa discussão é importante salientar que também iremos construir esse ano o 1º plano municipal de juventude que servirá também para que possamos dialogar sobre esse tema”, conclui o secretário enfatizando que estão sempre abertos ao diálogo com a comunidade pelo celular (51) 9240-1019 ou pelo email : djcabecao@canoas.rs.gov.br.
O impasse continua. Para os moradores se trata de um desrespeito. Uma falta de consideração com aqueles que estão cansados e, talvez, realizarão atividades no próximo dia. Para os jovens uma alternativa realista de entretenimento, encontrar os amigos e se divertir. O município apresenta alternativas consistentes, mas com objetivos diferentes daqueles que os jovens estão reivindicando. A polícia militar faz o seu trabalho, realizando batidas e intensificando a fiscalização. Enquanto não há uma solução para o assunto, de maior interesse para todos os lados, o impasse continuará.

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Campanha do Agasalho 2025 de Canoas recebeu 28.340 peças e distribuiu 15.774

Redação

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Campanha do Agasalho 2025 de Canoas recebeu 28.340 peças e distribuiu 15.774

A Campanha do Agasalho deste ano em Canoas atingiu os quantitativos de 28.340 peças recebidas e 15.774 itens distribuídos. Nesta quarta-feira, 6, a ação ocorreu com parceria entre agentes da Defesa Civil do município e voluntários para estender solidariedade aos moradores do bairro Rio Branco.

Em uma busca cuidadosa, pilha após pilha, sem desdobrar nem desarrumar os itens separados sobre uma grande mesa, propiciou que a dona de casa Tânia de Jesus, 46 anos, encontrasse roupas para proteger seus quatro filhos, de 13, 11, 8 e dois anos de idade.

Conforme o secretário de Defesa Civil e Resiliência Climática de Canoas, Vanderlei Marcos, a ação é estratégica para fazer com que os bens doados pela comunidade cheguem efetivamente para quem precisa. “A parceria com lideranças e pessoas que são referências nas localidades é fundamental para ampliar o acesso daqueles que precisam dos agasalhos”, descreve o gestor.

Ao lado da parceira de voluntariado Celi Oliveira, Vera confirma que o elo se fortalece e a corrente de solidariedade estende sua proteção.

“Fazemos isso há dez anos. Abro minha casa para receber quem precisa da ajuda. Cada pessoa que sai daqui com uma roupinha para sua família faz valer o trabalho da gente”, define Vera.

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Novo lote do Programa Volta por Cima é pago a famílias atingidas pelas chuvas de junho

Redação

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Novo lote do Programa Volta por Cima é pago a famílias atingidas pelas chuvas de junho

O governo do Estado informou que pagou, na sexta-feira, 1, o sexto lote dos recursos previstos pelo Programa Volta por Cima para famílias vítimas das chuvas intensas e enchentes no Rio Grande do Sul no período de 14 a 20 de junho de 2025. O benefício foi creditado no Cartão Cidadão de 498 famílias de oito municípios.

O valor do lote soma R$ 996 mil em apoio financeiro por parte do Executivo, totalizando RS 4 milhões em repasses nesta edição do programa. Foram destinados R$ 2 mil para famílias desabrigadas ou desalojadas, de acordo com os seguintes critérios:

  • ter sido desabrigada ou desalojada em razão das chuvas intensas e enchentes ocorridas entre 14 e 20 de junho de 2025, conforme Decreto 58.235;
  • residir em município com Decreto de Situação de Emergência ou Calamidade Pública homologado pelo governo do Estado;
  • ter sido identificada como moradora de área atingida a partir de mapeamento realizado pelo governo estadual;
  • constar no Cadastro Único (CadÚnico) na condição de pobre ou extremamente pobre, com atualização nos últimos 12 meses.

Para saber se foram contemplados com o benefício nos lotes já pagos, os cidadãos podem fazer a consulta pelo número do CPF no site do Volta por Cima.

O mapeamento de áreas atingidas está em constante atualização. Assim, famílias que atendam aos requisitos do programa e residam na mesma cidade podem receber o benefício em lotes diferentes.

Programa integra o Plano Rio Grande

A ação integra o Plano Rio Grande, programa liderado pelo governador Eduardo Leite para reconstruir o Estado e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.

A gestão do recurso do Volta por Cima compete à Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), com apoio da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) e da Secretaria da Fazenda (Sefaz), além do Banrisul.

Identificação das famílias beneficiárias

Famílias desalojadas ou desabrigadas serão automaticamente identificadas com base no cruzamento de dados oficiais de domicílio com o mapeamento das áreas atingidas.

Estão sendo usados satélites com tecnologia SAR, que permite a observação mesmo em condições de pouca ou nenhuma luz e através de nuvens e chuva. O levantamento é conduzido pelo Departamento de Economia e Estatística da SPGG, com apoio das prefeituras.

Em casos excepcionais, em que não ocorra a inclusão automática dos beneficiários, a Sedes orientará os municípios para o cadastramento das famílias.

O pagamento

O valor do benefício é creditado no Cartão Cidadão da pessoa de referência de cada núcleo familiar. Podem utilizar o recurso, a partir de 1º de agosto, os beneficiários do sexto lote que já têm o Cartão Cidadão em mãos em função de outro programa do governo.

Aqueles beneficiários que não possuem o cartão terão o documento emitido automaticamente, podendo retirá-lo na agência do Banrisul designada na sua cidade a partir de 18 de agosto.

O prazo para retirada dos cartões com o valor do auxílio vai até 30 de novembro de 2025. Após essa data, os valores não resgatados retornarão aos cofres públicos.

Quem perdeu o cartão deve ligar para 0800-5412323 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, e aos sábados, das 8h às 14h) e solicitar a emissão da segunda via.

Transparência e controle 

Todas as informações sobre os repasses estão disponíveis no Portal da Transparência do Estado, e denúncias podem ser encaminhadas pela Central do Cidadão.

O programa

O Volta por Cima é fundamentado na Lei 15.977/2023, que autoriza a concessão de auxílios em situações de emergência ou calamidade pública. Desde sua criação, o programa tem desempenhado papel fundamental na assistência às vítimas dos eventos meteorológicos extremos.

Em 2023, o Volta por Cima beneficiou 23.533 famílias, com mais de R$ 37 milhões em repasses. Após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024, a iniciativa atendeu mais de 100 mil famílias em situação de vulnerabilidade social, desalojadas ou desabrigadas, totalizando mais de R$ 250 milhões em recursos estaduais.

Municípios com beneficiários no 6º lote

  • Eldorado do Sul
  • Mata
  • Nova Santa Rita
  • Rio Pardo
  • São Pedro do Sul
  • São Vicente do Sul
  • Sapucaia do Sul
  • Triunfo
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Devolve ICMS paga R$ 76,4 milhões a 584 mil famílias na quinta-feira, 31

Redação

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Devolve ICMS paga R$ 76,4 milhões a 584 mil famílias nesta quinta-feira, 31

Famílias incluídas no programa Devolve ICMS recebem, na quinta-feira, 31, o pagamento referente ao segundo trimestre do ano. Serão repassados R$ 76,4 milhões para 584.138 grupos familiares inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal.

O valor é depositado no Cartão Cidadão dos titulares, que funciona como um cartão de débito e pode ser utilizado para compras em supermercados, farmácias e outros estabelecimentos comerciais. Ele é aceito em mais de 140 mil locais conveniados à Rede Vero, sem cobrança de taxa de manutenção.

Os cartões para os novos beneficiários que ingressaram nesta rodada poderão ser retirados a partir do dia 10 de setembro, já com a nova recarga.

O pagamento muda de família para família, pois é composto por duas parcelas depositadas na mesma data:

  • Parcela fixa: valor de R$ 100 pago para todos os beneficiários.
  • Parcela variável: valor que se altera conforme a renda declarada do CadÚnico e o volume de notas fiscais com CPF solicitadas pelo titular no trimestre de referência (neste caso, abril, maio e junho). Nesta rodada, são 265.317 famílias beneficiadas, somando R$ 18,1 milhões. O valor médio é de R$ 68,26.

Neste trimestre, 2.159 grupos familiares passaram a fazer parte do programa, e outros 1.884 reingressaram – estes poderão seguir usando os cartões antigos. Além disso, 4.330 deixaram de participar. Essas mudanças ocorrem conforme a entrada ou saída do CadÚnico – a apuração considerou o mês de abril de 2025.

A atualização do cadastro é essencial para que os cidadãos tenham acesso a políticas públicas construídas para sua faixa de renda.

O Devolve ICMS

Coordenado pela Secretaria da Fazenda (Sefaz), por meio da Receita Estadual, o Devolve ICMS é uma iniciativa de cashback que devolve parte do ICMS arrecadado pelo Estado a pessoas em situação de vulnerabilidade.

O programa de justiça social e tributária busca fazer com que o principal imposto estadualimpacte esse grupo de forma menos significativa, pois parte dele é devolvido. A maior parte do valor costuma ser usada para compra de alimentos e itens de primeira necessidade, além de medicamentos.

Quem tem direito

Têm direito ao benefício famílias inscritas no CadÚnico que recebam o benefício do Bolsa Família ou nas quais o titular familiar tenha algum dependente matriculado na rede estadual de Ensino Médio.

Todas as famílias possuem renda mensal de até três salários mínimos nacionais ou renda per capita por mês inferior a meio salário mínimo nacional, conforme dados do CadÚnico. Além disso, é necessário que o responsável familiar tenha domicílio no RS e mantenha o CPF ativo.

No  site do Devolve ICMS, é possível informar CPF e data de nascimento para saber se está incluído(a) no programa.

Dúvidas podem ser esclarecidas pela central do Devolve ICMS, que atende no telefone 0800 541 2323. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, e aos sábados, das 8h às 14h.

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