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26/06/2025
 

Comunidade

“O que você faria se soubesse que sua filha corre risco de morrer ou ficar tetraplégica?”

Jovem de 14 anos sofre com escoliose e não consegue marcar cirurgia

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Raio X da menina revela curvatura de 72 graus na coluna vertebral. Foto: Bruno Lara/OT

Raio X da menina revela curvatura de 72 graus na coluna vertebral. Foto: Bruno Lara/OT

Bruno Lara

Assim começou o e-mail de uma mãe desesperada. Adriana Cardoso, moradora do bairro Guajuviras, trabalha desde os 13 anos, nos últimos anos como porteira em um shopping da cidade, mas devido ao problema da filha foi obrigada a abandonar o serviço para cuidá-la. Desempregada, apenas o marido, vigilante, é quem mantém a casa que além dela abriga mais três filhos de seis, oito e 14 anos. “Ninguém está fazendo nada. Me sinto impotente”, se queixa.

Desde os 13 anos a filha se queixava de dor nas costas, “mas eu olhava e não aparecia nada”, relata a mãe. A menina sempre teve o cabelo cumprido, o que dificultava os sinais da doença. Sempre se queixando do incômodo, um dia reclamou que estava com uma dor além do normal. “A levamos para a central de consultas e a médica nos disse que era uma escoliose e nos encaminhou para a Ulbra. Lá o médico disse que não adiantava mais colocar o colete, que precisava de uma cirurgia”, lembra.

Aos três dias de junho de 2014 ela consultou no Instituto Gaúcho de Cirurgia da Coluna Vertebral. Assinado pelo Dr. Erasmo Zardo, o relatório médico informou que a paciente “apresenta grave escoliotica dorsal com 60 graus de caracter rapidamente progressivo” e ainda que “considerando o valor angular, imaturidade esquelética, necessita de tratamento cirúrgico com brevidade”.

Segundo o boletim de atendimento datado em 13 de novembro de 2014, por volta das 11 horas da manhã no Hospital Universitário, o documento assinado pelo Dr. Alexandre C. Borba explana sobre a dificuldade de agendar cirurgia devido à necessidade de material específico para cirurgia não existente no espaço. “1. RX. Adequado; 2. Mesa radiotransparente adequada; 3. Monitorização eletrofiologica; 4. Suporte anestésico adequado”, termina recomendando o retorno da paciente em 45 dias. “Os médicos me disseram que ela pode ficar tetraplégica ou ir ao óbito se a curvatura chegar aos 80°. Falaram isso na minha cara e na dela também”, reclama Adriana.

Menina está evadindo da escola por sentir vergonha de sua aparência. Foto: Divulgação

Menina está evadindo da escola por sentir vergonha de sua aparência. Foto: Divulgação

No histórico, o documento salienta que o “familiar encontra-se ansioso pelo tempo de espera” e que o médico residente “consultou o Dr. Erasmo que indicou realizar cirurgia”. Segundo a mãe, uma intervenção cirúrgica particular lhe foi oferecida por um outro médico com um custo de R$ 128 mil. No Sistema Único de Saúde (SUS), o procedimento não mais ocorreria por falta de dinheiro. “Me disseram que ela precisaria de 27 pinos na coluna e que seriam oito horas de cirurgia. Que podia até ficar tetraplégica, mas que não fariam, pois o hospital está sem verbas”, afirmou. Adriana informou ainda que se reuniu com o secretário municipal de Saúde, Marcelo Bósio, na manhã de quarta-feira, 22. O resultado foi um aperto de mãos e mais um pedido de paciência.

Presente de debutantes
No dia 12 de janeiro do ano que está por vir, a menina irá debutar. “Em janeiro ela faz 15 anos. O presente que eu queria dar é fazer a cirurgia. Endireitar a coluna dela. Endireitar a nossa vida”, desabafa. “Eu quero fazer a cirurgia logo”, complementa a menor, que teve sua identidade preservada.

Com a certeza do diagnóstico as dificuldades começaram. A menina, que atualmente, cursa o oitavo ano em uma escola municipal da cidade, reprovou no ano passado e enfrenta dificuldades diárias para voltar a frequentar a instituição. “Ela não quer mais ir para o colégio, nem conversar com os amigos. Ela já está ficando para trás. Ela chama isso (desvio na coluna vertebral) de troço que está nas costas dela. Eu já não consigo mais viver com isso”, afirma a mãe.

A curvatura era de 60 graus em junho de 2014. Em julho deste ano, a curvatura já está em 72 graus. “Os órgãos vitais estão sendo pressionados, fazendo com que ela corra risco de morte. A SAÚDE desse ESTADO está matando minha filha, estou perdendo minha filha”, afirma.

O que é escoliose
A escoliose é uma deformidade na coluna vertebral. Pode ser ou não acompanhada de rotação nas vértebras. Existem vários tipos da doença, as mais comuns são: Congênita, quando é genética; Neuromuscular, quando causa por paralisia cerebral ou fraqueza do músculo entre outros; e Idiopáticas, com causas desconhecidas, mas responsável por 80% dos casos em todo o mundo. A doença é descoberta geralmente quando os ombros estão aparentemente em alturas diversas – não simétricas como o normal – apresentando coluna com inclinação para um dos lados e um eventual desconforto muscular. O uso de coletes é recomendado para retardar a curvatura em alguns casos. No da moradora do Guajuviras, os médicos recomendaram a cirurgia, que consiste em encaixar os ossos com hastes de metal, ganchos e parafusos e corrigir a curvatura.

O que diz a Prefeitura
Segundo a Prefeitura Municipal de Canoas, “As cirurgias de escoliose são feitas no HU de Canoas, sempre que houver avaliação técnica compatível com a realização do procedimento”. A atual administração seguiu afirmando que “Para esta senhora, cuja filha sofre de escoliose, o secretário municipal de Saúde, Marcelo Bósio, sugere não aguardar. Ele tomará providências para a realização da cirurgia, com toda a celeridade possível, dentro das condições técnicas necessárias. A paciente já tem consulta agendada no HU para o dia 30/07/15, com equipe do HU, para dar prosseguimento ao tratamento”.

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Moradores que decidiram permanecer na Praia do Paquetá recebem auxílio da Defesa Civil

Redação

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Moradores que decidiram permanecer na Praia do Paquetá recebem auxílio da Defesa Civil

De acordo com a gestão municipal, desde a quinta-feira, 19, quando as águas começaram a subir na Praia do Paquetá, a comunidade local começou a receber suporte da Prefeitura de Canoas, com coordenação da Defesa Civil e contando com a ação integrada entre diversas secretarias.

Entre as ações voltadas a quem optou por permanecer no local, ocorreram entregas de cestas básicas e suporte com acolhimento a famílias atingidas, além de resgate de pets encontrados na região. Na localidade vivem 120 famílias, das quais 100 optaram por permanecer nas suas casas.

Para o secretário da Defesa Civil e Resiliência Climática, Vanderlei Marcos, a estratégia prioritária é antecipar o suporte humanitário, mitigando o impacto sobre a vida das pessoas. Além da entrega de ranchos completos, a Defesa Civil atuou no alerta sobre riscos e na oferta de transporte para quem necessitasse buscar segurança por decorrência da cheia.

Já o secretário da Assistência Social, Márcio Freitas, trabalhou na entrega de alimentos e comandou o serviço de abrigos públicos para desalojados. A secretária de Bem-estar Animal, Paula Lopes, liderou o resgate de bichinhos de estimação para castração e encaminhamento a tutores. As atividades prosseguirão ao longo do final de semana.

“A nossa comunidade vive da pesca e do turismo. Com o tempo adverso, não tem como pescar, nem tem pessoas para comprar nosso pescado. Esse alimento garante segurança para estes dias difíceis”, pontuou o presidente da Associação de Moradores e Pescadores da Praia de Paquetá, Paulo Denilto.

Moradora de Paquetá, Elisabete Saroba agradeceu o donativo que irá manter a família formada por sete pessoas, cujos adultos trabalham na pesca e na construção, pelas próximas semanas. A Defesa Civil mantém plantão na entrada do bairro para orientar e transportar pessoas para acolhimento. As demais áreas da cidade não apresentam mais zonas de alagamento.

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Abrigo em Canoas acolhe 129 pessoas atingidas pelas fortes chuvas da madrugada

Redação

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Abrigo em Canoas acolhe 129 pessoas atingidas pelas fortes chuvas da madrugada

Na tarde desta quarta-feira, 18, a cidade de Canoas segue monitorando os impactos das fortes chuvas registradas na noite anterior. De acordo com informações da Secretaria Municipal de Assistência Social, 129 pessoas seguem acolhidas no Ginásio São Luís, no bairro São Luís.

O abrigo emergencial foi estruturado para garantir acolhimento seguro e digno à população afetada. Além disso, 35 pessoas que estavam abrigadas já puderam retornar com segurança para suas residências no bairro Mathias Velho, uma das regiões mais atingidas.

A Prefeitura reforça que permanece mobilizada, por meio de suas equipes técnicas e voluntários, para oferecer suporte imediato às famílias em situação de vulnerabilidade durante este período de instabilidade climática. A estrutura no Ginásio São Luís conta com alimentação, espaço para higiene, roupas, colchões, atendimento ambulatorial e também acolhimento de animais de estimação.

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Comunidade

Canoas lança Campanha do Agasalho 2025 com o tema “O seu roupeiro não sente frio”

Redação

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Canoas lança Campanha do Agasalho 2025 com o tema “O seu roupeiro não sente frio

Com o tema “O seu roupeiro não sente frio – desapegue do que você não usa mais e aqueça quem precisa”, a Campanha do Agasalho 2025 de Canoas foi lançada oficialmente na manhã de sábado, 14, durante a 3ª edição do evento Prefeitura na Tua Casa, na Praça Dona Mocinha, no bairro Niterói.

A iniciativa busca mobilizar a comunidade para a doação de roupas e cobertores, com foco no acolhimento das pessoas em situação de vulnerabilidade social e em situação de rua. Diante da antecipação das ondas de frio, antes mesmo do início oficial do inverno, a campanha ganha ainda mais relevância neste momento.

Neste ano, a ação contará com telebusca de doações, facilitando a entrega dos itens pela população, além de uma parceria com uma lavanderia industrial de Cachoeirinha, que garantirá a higienização das peças arrecadadas.

Coordenada pela Secretaria Municipal da Defesa Civil e Resiliência Climática, a campanha envolve a parceria das secretarias de Assistência Social, Segurança Pública, Desenvolvimento Econômico e Inovação e Cidadania, Mulher e Inclusão, integrando esforços para ampliar o alcance das ações.

O secretário da Defesa Civil e Resiliência Climática, Vanderlei Marcos, ressaltou o papel fundamental da população na construção de uma cidade mais solidária:

“Essa campanha é um esforço coletivo que depende do engajamento de toda a sociedade. Cada doação representa uma barreira contra o frio para quem não tem proteção. Nosso trabalho é garantir que esses itens cheguem com dignidade a quem mais precisa, e para isso, contamos com o espírito solidário dos canoenses.”

Durante o lançamento, o prefeito em exercício Rodrigo Busato destacou a importância da união da sociedade em torno da causa.

“A Campanha do Agasalho é mais do que uma ação de inverno, é um gesto de cuidado com quem mais precisa. Cada peça doada representa acolhimento e respeito. Nosso compromisso de governo é garantir que nenhum canoense enfrente o frio sem o mínimo necessário para se proteger”, afirmou Rodrigo Busato.

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