Comunidade
Vila de Passagem está com os dias contados
Para quem quer que chegue até a Vila de Passagem, a primeira impressão é de que nenhuma pessoa teria condições de morar ali. O cheiro forte, proveniente do esgoto a céu aberto, é uma espécie de boas vindas às avessas. A realidade, difícil de acreditar, é de que 45 famílias suportam essas condições, convivendo com doenças, insetos e intempéries. A redação de O Timoneiro foi até o local para saber como está a situação destas famílias e suas expectativas com relação à mudança para o conjunto habitacional do Macroquarteirão 4 (MQ4), que ocorre a partir da segunda-feira, 13.
Regina Silva mora no local há três anos. Com marido e três filhos, ela afirma que a situação na vila é precária. “Limpo meu armário e duas horas depois está cheio de baratas. A casa fica inundada de esgoto, não temos condições de viver nesse lugar”, relata. Ela ainda conta que, até então, ninguém da atual administração foi até o local para verificar a situação, mas que prefere que o problema seja resolvido, mesmo à distância: “prefiro que não venham aqui e me consigam um lugar melhor pra morar”. Ela afirma isso devido à expectativa da mudança para o MQ4, conjunto habitacional que foi invadido nos primeiros dias do ano.
Maria Aparecida é outra moradora que conta os minutos para sair da Vila.”Estou preparando tudo para me mudar. Estou vendo o que vou levar e o que não vou.”, diz Maria. Ela também relata uma convivência diária com ratos e baratas: “coloco algodão nos ouvidos das crianças todas as noites, com medo de que entrem insetos enquanto elas dormem”.
Em outra casa, a reportagem conversou com Paulo Gilberto Lima, que, no momento, cuidava de gêmeas recém-nascidas, com quase 1 mês de vida. No local, onde moram 8 pessoas, um bueiro estourou, impregnando o ambiente com um forte cheiro.”Quando chove, o esgoto se espalha por todo a casa”, conta Paulo.
Doenças
Os moradores relataram uma série de doenças contraídas no local. As crianças são as mais afetadas, com feridas pelo corpo e diagnosticadas, segundo eles, com infestação da bactéria estafilococos.
Desconfiança
Dona Albertina Fernandes, 59 anos, prefere não comemorar por enquanto. “Pra acreditar mesmo, só depois de estar lá.” Segundo ela, a administração passada já havia prometido retirar as famílias dali. “É triste, é revoltante”, relata Albertina, que cuida do filho de 31 anos, que sofre de esquizofrenia.
Relembre
Segundo informações da Prefeitura, a Vila de Passagem foi criada para acomodar, de forma provisória, as famílias retiradas da área destinada às obras da BR-448 e os ocupantes irregulares da área da empresa Kaeffe, os quais deveriam ser reassentados pelos programas sociais de habitação. Após o reassentamentos dessas famílias para as unidades habitacionais Morada Cidadã, CMT1, CMT2, Arlindo Krentz, Ilha das Garças e João de Barro, por meio de políticas públicas de habitação, a Vila de Passagem, originalmente destinada a acolher 65 famílias, passou a ser ocupada irregularmente por outras famílias não oriundas do seu destino inicial, gerando novas demandas por moradia.
Novo destino
Em nota, a Prefeitura, por meio da Diretoria de Políticas Sociais de Habitação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SMDUH), informa que incluiu essas novas famílias nos cadastros dos programas de habitação: “No momento restam 45 famílias cadastradas, inscritas e contempladas pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Os imóveis destinados a esses beneficiários fazem parte do conjunto habitacional do MQ4 (Macroquarteirão 4), localizado no bairro Guajuviras, que atualmente encontra-se ocupado irregularmente.”
A SMDUH também informa que, assim que o MQ4 for liberado, a partir da semana que vem, irá providenciar as mudanças dessas famílias e a extinção da Vila de Passagem. “Conforme acordo firmado na audiência conciliatória entre o Município, a Caixa Econômica Federal e os ocupantes, as 146 casas que já estavam prontas para entrega aos contemplados serão desocupadas no período de 13 a 17 de março de 2017, com liberação de 30 residências por dia. Já estão programadas as mudanças de 30 famílias na próxima segunda-feira, 13, e de mais 15 famílias na terça-feira, 14”.
Comunidade
XVI Conferência Municipal da Assistência Social reúne comunidade e entidades em Canoas

Na quinta-feira, 14, a Associação Pestalozzi de Canoas foi palco da XVI Conferência Municipal da Assistência Social, que teve como tema “20 anos do SUAS: Construção, Proteção Social e Resistência”. O evento reuniu usuários, trabalhadores, entidades e gestores da política de assistência social, promovendo debates e a troca de experiências.
O objetivo, conforme a gestão municipal, foi fortalecer as ações de assistência social no município, com espaço para discussão sobre políticas públicas municipais, estaduais e nacionais. Para Edina Aparecida Alegro, presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, “estamos aqui num momento muito importante de fala para tratar de políticas ligadas à assistência social em todas as esferas”.
Participante do encontro, Paola Estalamartes, integrante da Associação das Senhoras das Campanhas dos Bebês, destacou a relevância do apoio recebido: “Somos gratos pelo apoio da Prefeitura e de instituições parceiras. Nosso foco é trabalhar o fortalecimento do vínculo familiar”.
Representando a gestão municipal, o secretário de Assistência Social, Márcio Freitas, reforçou o compromisso com a área: “Estamos participando deste grande evento com o comprometimento de manter e ampliar as políticas públicas de assistência social, voltadas especialmente para a população que mais precisa”.
Comunidade
Canoas retoma acordo para regulamentar comércio indígena no Centro

O comércio indígena no Centro de Canoas passará por mudanças nos próximos meses. Representantes de quatro aldeias, do Ministério Público Federal (MPF), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação (SMDEI) definiram a retomada do acordo firmado em 2019, que estabelece 12 pontos fixos para a comercialização de produtos.
O pacto original foi firmado após o Município relatar ao MPF a expansão das bancas indígenas, a venda de produtos industrializados e problemas de circulação de pedestres e veículos, especialmente na Rua Quinze de Janeiro. Na época, ficou determinado que, fora dos pontos autorizados, valeria a legislação municipal que proíbe o comércio transitório na área central.
Em vistoria realizada em julho deste ano, a SMDEI identificou 29 bancas ativas no Centro, número superior ao acordado. O levantamento motivou pedidos de providências de entidades empresariais e levou à retomada das negociações.
Com o novo entendimento, será mantido o limite de 12 bancas, que receberão placas e crachás de identificação para facilitar a fiscalização. Três boxes da Praça da Bíblia serão disponibilizados para depósito de materiais.
Segundo a SMDEI, a medida busca equilibrar a preservação do direito de comercialização dos povos indígenas com a organização do espaço público e o cumprimento da legislação municipal.
Comunidade
Campanha do Agasalho 2025 de Canoas recebeu 28.340 peças e distribuiu 15.774

A Campanha do Agasalho deste ano em Canoas atingiu os quantitativos de 28.340 peças recebidas e 15.774 itens distribuídos. Nesta quarta-feira, 6, a ação ocorreu com parceria entre agentes da Defesa Civil do município e voluntários para estender solidariedade aos moradores do bairro Rio Branco.
Em uma busca cuidadosa, pilha após pilha, sem desdobrar nem desarrumar os itens separados sobre uma grande mesa, propiciou que a dona de casa Tânia de Jesus, 46 anos, encontrasse roupas para proteger seus quatro filhos, de 13, 11, 8 e dois anos de idade.
Conforme o secretário de Defesa Civil e Resiliência Climática de Canoas, Vanderlei Marcos, a ação é estratégica para fazer com que os bens doados pela comunidade cheguem efetivamente para quem precisa. “A parceria com lideranças e pessoas que são referências nas localidades é fundamental para ampliar o acesso daqueles que precisam dos agasalhos”, descreve o gestor.
Ao lado da parceira de voluntariado Celi Oliveira, Vera confirma que o elo se fortalece e a corrente de solidariedade estende sua proteção.
“Fazemos isso há dez anos. Abro minha casa para receber quem precisa da ajuda. Cada pessoa que sai daqui com uma roupinha para sua família faz valer o trabalho da gente”, define Vera.
- Política1 semana atrás
Larissa Rodrigues toma posse como vereadora no Legislativo canoense
- Canoas1 semana atrás
Secretaria de Obras de Canoas projeta recuperação de mais 45 vias asfálticas em agosto
- Eventos1 semana atrás
Innova Canoas reúne empresas, universidades e público em noite dedicada à inteligência artificial e inovação
- Política1 semana atrás
NOVO e PL iniciam articulação para projeto conjunto no RS
- Geral1 semana atrás
XVI Conferência Municipal da Assistência Social acontece nos dias 14 e 15 de agosto, na Associação Pestalozzi
- Oportunidade4 dias atrás
Com salários acima de R$ 10 mil, BRDE abre concurso para vagas nos três estados do Sul
- Trânsito3 dias atrás
Estreitamento na rua lateral da BR-116 na quinta-feira, 14, desviará trânsito para as ruas Santa Maria e Humaitá
- Educação1 semana atrás
II Semana de Prevenção à Violência Escolar começa na próxima segunda-feira, 11, em Canoas