Comunidade
Canoas faz 76º aniversário em meio à crise histórica
Texto e fotos por Bruno Lara
Emancipado em 27 de junho de 1939 pelo Decreto Estadual de número 7839, o município foi instalado em 15 de janeiro de 1940, data homenageada na principal rua do centro da cidade. No período, Edgar Braga da Fontoura se concretizou como primeiro Prefeito, responsável pela população de 40.128 habitantes.
Pertencente a região metropolitana de Porto Alegre é sede de grandes empreendimentos nacionais e internacionais, principalmente no que se refere aos ramos de gás, metal-mecânico e elétrico. Passando 1945 recebemos em nossas terras a Base Militar da quinta zona aérea (V COMAR) e a refinaria Alberto Pasqualini (REFAP).
Canoas também é o primeiro colégio eleitoral do Estado com 210.646 eleitores e a quarta mais populosa com 338.531 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013.
Atualmente apresenta potencial econômico de consumo de R$ 6,1 bilhões, o quinto no Estado, oriundo, basicamente, da indústria, do comércio, de serviços e de matéria prima, conquistando o segundo lugar no Produto Interno Bruto do Rio Grande do Sul.
Suas próprias origens
Banhada pelo rio dos sinos e quatro arroios: Araçá, Brigadeira, das Garças e Sapucaia, Canoas era originalmente habitada por índios tapes até a chegada de Francisco Pinto Bandeira em 1725. Em 1733 Pinto Bandeira criava a Fazenda Guajuviras, onde hoje se encontra o bairro Estância Velha. Rafael Pinto Badeira, seu filho, herdou as terras e sua mulher, a Brigadeira Josefa Eufália de Azevedo, ficou de posse da fazenda que teve suas terras repartidas e vendidas.
Crescimento rápido
O ano de 1871 divide a história em antes de depois da estrada de ferro que ligaria São Leopoldo a Porto Alegre. Três anos depois, a primeira estação era inaugurada onde hoje está Canoas, mesmo que ainda pertencente aos municípios de Gravataí e São Sebastião do Caí. Em 1908 ganhou o status de Capela Curada em função da Igreja Matriz São Luiz Gonzaga no mesmo período da chegada dos irmãos Lassalistas e sua escola agrícola.
Somente trinta anos depois se concretizou a chegada do Comando Aéreo Regional e o processo de emancipação liderado por Victor Hugo Ludwig, entregue ao interventor federal do estado, general Flores da Cunha. O processo caminhou muito mais rápido após a influência militar e política aumentar. Então, no ano de 1937, a área foi elevada a vila e um ano depois reconhecida como cidade. Os anos setenta marcaram um crescimento agressivo no que se refere a economia e a população (ver matéria da página 10).
Somente em 2015, o município planeja o gasto de R$ 12 milhões com publicidade, o que já foi matéria em O Timoneiro de edições passadas. Nesta edição, percorremos alguns pontos críticos que não aparecem na publicidade institucional veiculadas nas grandes mídias do país. Embora o governo alegue um crescimento em cultura e a preservação de patrimônios públicos, a realidade é outra.
Cultura (im)preservada
Embora a conquista seja bonita a atual realidade é de perda da história. O brasão da cidade foi elaborado por João Palma da Silva em 1963 e apresenta uma canoa em sua parte superior. O símbolo da cidade, no entanto, cada vez mais tem sido o F-8 inglês doado pela Aeronáutica, fixado as margens da BR-116 em 1968. As Canoas, confeccionas em Timbaúva, que dão origem ao povoado de Capão das Canoas, no entanto, vive dias de esquecimento e abandono.
A Fundação Cultural, situada na Antiga Estação Férrea, é conhecida por quase todos os munícipes do lado de fora, mas poucos a conhecem por dentro. Sua fachada exibe pichações que podemos, em amplo sentido, caracterizar como uma cicatriz no rosto da cidade, exposto de forma contemporânea.
O busto em homenagem a Fioravante Milanez (Foto no início da matéria) ostenta manchas brancas, também alvo de pichação. Ao seu lado, o Monumento Origens, considerado símbolo oficial, está sujo e sem nenhum cuidado. Ambos foram feitos pelo artista plástico e militar da Base Aérea aposentado, Vinício Cassiano.
Quem passa pela Avenida Vitor Barreto, hoje transitável apenas no sentido Porto Alegre-Esteio e observa ao alto a placa de sinalização na cor marrom com o indicativo de Casa Wittrock se surpreende ao virar na Rua Domingos Martins e vê-la escondida entre contêineres de lixo. Os muros descascados revelam a paisagem que se espera quem a visitar. Além de estar para alugar, com grama alta e com lixo cirúrgico no busto do Major Ernesto Wittrock, a Casa adota lixo atrás de sua cerca de madeira aparentemente reformada há pouco.
A Casa dos Rosa (foto abaixo), arquitetura mártir da história canoense, erguida em 1874, é considerada a mais antiga da cidade. Com área de 12.872,40 m², situada em frente a Antiga Estação Férrea, é tombado como patrimônio público histórico municipal. Na terça-feira, 10 de setembro 2013, em evento na Casa, com a presença da Superintendente de Patrimônio da União da Região Sul, de secretários, coordenadores e diretores municipais, o prefeito reeleito Jairo Jorge (PT) concedeu a estrutura ao governo federal com o intuito de usá-la como memorial em homenagem a Alberto Pasqualini, nome da estação de refino da Petrobras que aqui se hospeda.
Porém, nem tudo é terra arrasada. Sob a responsabilidade da Corsan as Taças escondidas na rua 15 de janeiro, no centro da cidade, proporcionam um espetáculo aos que contam com o privilégio de parar embaixo da perfeita simetria no encontro das quatro grandes estruturas que abastecem boa parte do município. Nem todos sabem, também, mas na Avenida do Nazário, um castelo dá charme em frente a construção do loteamento São João, mostrando a dualidade entre o medieval e o contemporâneo.
Instituições sem cuidados
O letreiro do bairro Guajuviras, doado pela multinacional Wal-Mart, que marca o início do Território de Paz, está depredado, sujo, quebrado e não representa mais a conquista histórica dos moradores da invasão que a duras penas conquistaram seu espaço. Espaço esse que hoje pulsa como o coração da cidade, muito mais que o centro em alguns dias e horários.
Os hospitais estão sufocados. O Nossa Senhora das Graças (HNSG) demite as centenas e recebe denúncias semanalmente. O letreiro do Hospital de Pronto Socorro (HPSC), inaugurado em 2005 que leva o nome do deputado Nelson Marchezan – desde setembro de 2010 administrado pelo grupo Mãe de Deus – presta um desserviço de informação por estar corroído.
Progresso comprometido
Os trilhos sempre foram sinônimo de progresso. No trecho onde cruza a Rua República, próximo a Rua Califórnia, no Central Park, encontra apenas um aglomerado de lixo. Basta ir um pouco mais além na mesma rua, pouco abaixo da Avenida Guilherme Schell e adentrar no chamado Elo Perdido. Ou “lá no valão” como alguns moradores precisam se basear. Para desgosto dos moradores é a área mais próxima da recém inaugurada BR-448 e da Arena do Grêmio.
O desenvolvimento parece ainda não ter olhado para lá. Quem transita pela Avenida Irineu Carvalho Braga pensa estar em outra cidade que não aquela das propagandas do horário nobre. As paradas laranja que já consideramos obsoletas e ultrapassadas, ainda nem chegaram. O mato continua alto. Uma corrente de água que abastece o rio Jacuí passa por lá sujo, poluído, nada preservado.
Comunidade
Programa de benefício de R$ 2 mil a famílias afetadas pelas chuvas de junho retoma cadastramento

O cadastramento para o programa Volta por Cima já está aberto em Canoas. A medida é voltada a famílias atingidas pelas chuvas e enchentes ocorridas entre 14 e 20 de junho de 2025 e segue até o dia 5 de setembro, nos CRAS Harmonia, Mathias Velho e Rio Branco, conforme o endereço de residência.
O benefício, no valor de R$ 2 mil em parcela única, é destinado a famílias em situação de vulnerabilidade social que atendam aos requisitos estabelecidos pelo Decreto Estadual 58.235/2025. O objetivo é garantir apoio financeiro emergencial às pessoas que não foram identificadas automaticamente pelo mapeamento do governo estadual.
Podem solicitar o benefício as famílias que:
- Tenham sido desabrigadas ou desalojadas em razão das chuvas intensas e enchentes de junho de 2025;
- Não tenham sido identificadas automaticamente pelo mapeamento do governo estadual;
- Residam em município com decreto de situação de emergência ou calamidade pública homologado pelo Estado;
- Estejam inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) como pobres ou extremamente pobres, com atualização nos últimos 12 meses.
Segundo o secretário de Assistência Social, Márcio Freitas, o cadastramento representa uma oportunidade de reparação para as famílias que ainda não tinham sido contempladas,
“O programa busca assegurar que todas as pessoas em situação de maior vulnerabilidade, impactadas pelas chuvas de junho, recebam o benefício e possam enfrentar este momento com mais dignidade”, destacou.
Comunidade
Governo do Estado paga mais de R$ 1,3 milhão do Programa Volta por Cima a famílias atingidas pelas chuvas de junho

O governo do Rio Grande do Sul realizou, nesta quarta-feira, 20, o pagamento de R$ 1,3 milhão em benefícios do Programa Volta por Cima para famílias afetadas pelas chuvas e enchentes registradas entre 14 e 20 de junho de 2025. Os valores foram creditados no Cartão Cidadão de 686 famílias de nove municípios, concluindo o sexto lote da iniciativa.
Com esse repasse, o programa já soma mais de R$ 5,3 milhões destinados a famílias em situação de vulnerabilidade. Cada núcleo familiar desalojado ou desabrigado recebeu R$ 2 mil, conforme critérios definidos em decreto estadual, que incluem comprovação de residência em áreas atingidas, cadastro atualizado no CadÚnico e reconhecimento da situação de emergência ou calamidade no município.
O benefício é gerido pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), com apoio da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), da Secretaria da Fazenda (Sefaz) e do Banrisul. Inicialmente, o governo havia destinado R$ 4 milhões ao programa, ampliados com um novo aporte de R$ 1,3 milhão.
As famílias contempladas foram identificadas por meio de mapeamento das áreas afetadas, realizado com imagens de satélite e cruzamento de dados oficiais, em parceria com prefeituras. Em casos excepcionais, municípios poderão cadastrar beneficiários não incluídos automaticamente.
O pagamento é feito pelo Cartão Cidadão. Quem já possui o documento pode acessar o recurso imediatamente. Para os novos beneficiários, o cartão estará disponível para retirada em agências do Banrisul a partir de 4 de setembro, com prazo até 30 de novembro. Valores não resgatados até essa data retornarão aos cofres públicos.
Todas as informações sobre os repasses estão disponíveis no Portal da Transparência do Estado. Denúncias podem ser encaminhadas pela Central do Cidadão.
Nesta etapa, foram contemplados moradores de Eldorado do Sul, Esteio, Mata, Nova Santa Rita, Restinga Sêca, Rio Pardo, São Vicente do Sul e Sapucaia do Sul e Triunfo.
Comunidade
XVI Conferência Municipal da Assistência Social reúne comunidade e entidades em Canoas

Na quinta-feira, 14, a Associação Pestalozzi de Canoas foi palco da XVI Conferência Municipal da Assistência Social, que teve como tema “20 anos do SUAS: Construção, Proteção Social e Resistência”. O evento reuniu usuários, trabalhadores, entidades e gestores da política de assistência social, promovendo debates e a troca de experiências.
O objetivo, conforme a gestão municipal, foi fortalecer as ações de assistência social no município, com espaço para discussão sobre políticas públicas municipais, estaduais e nacionais. Para Edina Aparecida Alegro, presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, “estamos aqui num momento muito importante de fala para tratar de políticas ligadas à assistência social em todas as esferas”.
Participante do encontro, Paola Estalamartes, integrante da Associação das Senhoras das Campanhas dos Bebês, destacou a relevância do apoio recebido: “Somos gratos pelo apoio da Prefeitura e de instituições parceiras. Nosso foco é trabalhar o fortalecimento do vínculo familiar”.
Representando a gestão municipal, o secretário de Assistência Social, Márcio Freitas, reforçou o compromisso com a área: “Estamos participando deste grande evento com o comprometimento de manter e ampliar as políticas públicas de assistência social, voltadas especialmente para a população que mais precisa”.
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