Enchente 2024 Canoas
Prefeito atualiza ações e medidas para retomar serviços e ajudar as comunidades de Canoas
O prefeito Jairo Jorge concedeu uma entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira (6), no Paço Municipal, para atualizar as medidas que estão sendo adotadas em meio às fortes chuvas que devastaram Canoas e região. A catástrofe natural atinge 60% da área do município, ou seja, dois terços do território, com a água alcançando toda a parte Oeste da cidade (bairros como Mathias Velho, Rio Branco, Fátima, Harmonia, São Luís e Mato Grande), da região do bairro Niterói (ao Leste) e até da rua Brasil, do Centro.
“Em boa parte dessas regiões, a água alcançou de quatro a cinco metros de profundidade. Foram cerca de 180 mil pessoas atingidas com as águas de rios, como Taquari, Delta do Jacuí, Sinos e Caí, no lado Oeste, e pelo rio Gravataí, no bairro Niterói”, explicou o prefeito.
Dois óbitos foram confirmados, oficialmente, pelo Instituto-Geral de Perícias e pela Brigada Militar em decorrência das cheias. Jairo Jorge destacou o empenho e o apoio dos diversos órgãos de segurança, como Força Aérea Brasileira (FAB), Exército, Brigada Militar (BM), Polícia Civil (PC), Corpo de Bombeiros e Força Nacional, com ações de policiamento ostensivo, preventivo e de apoio aos serviços.
O prefeito destacou as dezenas de medidas para enfrentar as adversidades causadas pelo evento climático extremo que atinge a população. São ações concretas em diferentes eixos a fim de contribuir ainda mais os esforços das equipes da Prefeitura, forças de segurança e civis voluntários.
Confira as medidas:
Centros: quatro Centros de Resgates serão abertos em diferentes pontos da cidade. Cada um desses locais conta com duas lideranças como pontos focais e com a tarefa de organizar os trabalhos de voluntários nos serviços de assistência social.
Acolhimento: o município tem cerca de 17 mil pessoas acolhidas em 59 espaços organizados pela Prefeitura. As estruturas oferecem café da manhã, almoço, jantar e disponibilizam água e serviços de higiene. As bases contam com um responsável da área da saúde e servidores de escolas alocados em cada um desses locais, além de agentes de força de segurança e mesmo guardas privados. Um espaço de acolhimento exclusivo para crianças sem acompanhamento está sendo disponibilizado na EMEI Vovó Babali (av. Inconfidência, 721, Centro), com funcionamento 24 horas.
Abastecimento de água: a Prefeitura pretende retomar as operações na estação de tratamento de água no bairro Niterói, o que deve viabilizar a volta do abastecimento de 80% da cidade. Ainda serão abertos poços artesianos e cisternas em locais estratégicos para atender população. O município contando com 38 caminhões-pipa à disposição para atendimento à comunidade. Locais como abrigos, hospitais e bairros, sem abastecimento, recebem a atenção desses veículos.
Segurança: as corporações da segurança estadual — Brigada Militar e Polícia Civil — e a própria Guarda Municipal (GM) vem promovendo patrulhamentos constantes nas regiões de áreas inundadas e secas. A presença desses agentes busca combater o crime organizado e inibir delitos como furtos e saques.
Acolhimento de animais: atualmente, Canoas conta com 11 centros de atenção aos animais resgatados da enchente. Em torno de 1 mil pets estão a salvo e sob a guarda da Prefeitura neste momento. Os bichinhos recebem alimentação e cuidados.
Saúde: Diante os estragos causados pelas águas em equipamentos públicos, como Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), três UPAS, três farmácias populares e quatro CAPS; diversas equipes estão sendo remanejadas para reforçar o acolhimento e criar unidades volantes para atender a população. Haverá também um reforço no Hospital Universitário (HU) e no Hospital Nossa Senhora das Graças. Canoas terá três hospitais de campanha em operação, sendo que um já está em atividade, na Ulbra. As outras unidades — no HU e no Hospital Nossa Senhora das Graças — entrarão em funcionamento nos próximos dias. Medicamentos também estão sendo colocados à disposição nos quatro centros de acolhimento e assim como atendimento psicológico.
Centrais: as doações em prol dos necessitados poderão ser entregues na Central de Doações, localizada na Cassol Centerlar, na Avenida Farroupilha, 5775, no bairro Marechal Rondon. Também será aberta uma Central de Entregas, em endereço a ser confirmado.
Cadastro de Desabrigados: já existe uma listagem no site da Prefeitura com nomes das pessoas resgatadas e assistidas em cada um dos abrigos em funcionamento, que pode ser conferida aqui. Ainda, será organizada a divulgação de nomes de pessoas desaparecidas a partir de boletins da Polícia Civil para ajudar na localização.
Acampamentos: o município está disponibilizando o Parque Getúlio Vargas, o Capão do Corvo, para centralizar os atendimentos das pessoas que estão em locais públicos, fora dos abrigos. A medida busca facilitar acolhimento e garantir mais segurança.
Alimentação: os voluntários estão contribuindo para viabilizar a alimentação pronta junto às quatro centrais para garantir refeições para as pessoas atingidas.
PIXs: a Prefeitura lançou a chave PIX sos@canoas.rs.gov.br para arrecadar valores para fornecer abrigo, alimentos, roupas e outros itens essenciais. Ainda conta com uma chave PIX sosanimais@canoas.rs.gov.br para causa animal, a fim de custear cuidados veterinários, alimentação e demais assistências necessárias.
Enchente 2024 Canoas
Câmara de Vereadores de Canoas aprova ampliação do Programa Aluguel Social
Em sessão extraordinária realizada na quinta-feira, 21, a Câmara Municipal de Canoas aprovou o Projeto de Lei nº 46/2024, que amplia o número de beneficiários do Programa Aluguel Social Canoense Reconstrução.
A medida busca atender famílias atingidas pelas enchentes que afetaram 60% do território do município em abril deste ano, deixando cerca de 100 mil pessoas desabrigadas.
Com a aprovação, o limite de famílias atendidas pelo programa passa de 2.000 para 2.500, permitindo que mais pessoas tenham acesso a auxílio para custear moradias temporárias.
O benefício será mantido até que essas famílias possam retornar às suas casas ou sejam reassentadas por meio de programas habitacionais futuros.
O projeto também prevê que moradores de áreas de risco, onde obras emergenciais como a construção de diques e casas de bombas estão em andamento, tenham prioridade no programa, mesmo sem inscrição prévia.
Como funciona o Aluguel Social
O benefício é concedido mensalmente e pago via transferência bancária ou PIX, mediante apresentação de contrato de locação e recibos mensais. Caso os comprovantes não sejam entregues no prazo estipulado, o pagamento pode ser suspenso no mês seguinte.
A iniciativa foi criada em junho deste ano para atender às vítimas das enchentes, que devastaram aproximadamente 80 mil residências e causaram danos generalizados em Canoas. Até o momento, cerca de 1.000 famílias já foram beneficiadas, e mais de 15 mil estão inscritas aguardando avaliação.
Importância da ampliação
Segundo o executivo, o aumento do número de beneficiários reflete o impacto prolongado das enchentes e a necessidade de oferecer suporte às famílias que ainda enfrentam dificuldades para se restabelecer.
Além disso, a medida é essencial para garantir dignidade e segurança às pessoas que não têm condições de retornar às suas casas ou vivem em áreas de risco.
Enchente 2024 Canoas
Projeto vai traçar perfil dos idosos atingidos pela enchente em Canoas
Constituir uma rede de solidariedade para apoio emergencial aos idosos canoenses atingidos pela enchente de maio. Este é o objetivo do Projeto Envelhecer nos Territórios SOS RS, realizado em parceria entre a Secretaria Especial da Coordenadoria da Pessoa Idosa de Canoas e a Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas Idosas, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
De acordo com a atual gestão municipal, serão realizadas 400 entrevistas por bolsistas dos Institutos Federais do Rio Grande do Sul (IFRS) e Sul-rio-grandense (IFSul), devidamente identificados com crachás. Os entrevistadores não entram nas casas nem solicitam qualquer documento. A participação dos entrevistados é voluntária.
Secretária Especial da Coordenadoria da Pessoa Idosa de Canoas, Bianca Viana explica que o evento climático extremo que atingiu a cidade afetou também os idosos.
“Nesses seis, meses vem-se atuando para mitigar as perdas e atender às demandas. Somente com o trabalho dos agentes da Prefeitura não seria possível ter uma dimensão global do fato. Essa pesquisa vem para trazer indicadores de quais as serão as melhores políticas públicas a serem implementadas para a qualidade de vida do canoense maior de 60 anos”, explica.
A Prefeitura auxilia no mapeamento e nos dados da longevidade no município.
Entrevistas
Os agentes começaram nesta semana a fazer entrevistas com os idosos para levantar as principais necessidades dessa população após a calamidade.
Com base nesses dados, será elaborado um relatório técnico sobre o impacto do desastre climático nas pessoas idosas do município e o planejamento de um monitoramento do plano de cuidado da pessoa idosa, facilitando o acesso a serviços e programas.
Os agentes são estudantes do IFRS, estarão identificados com crachá da instituição e realizarão as pesquisas nos bairros nas próximas cinco semanas. Serão feitas 23 perguntas aos idosos que aceitarem participar do estudo.
Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone/whatsapp do IFRS (51) 3415-8200.
Enchente 2024 Canoas
Atingidos pela enchente em Canoas recebem orientação para a compra assistida de imóveis
Os primeiros 198 beneficiados pela compra assistida de imóveis pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) Reconstrução receberam orientações na sexta-feira, 8, para adquirir seu novo lar totalmente custeado pelo governo federal.
Agentes da Caixa Econômica Federal (CEF), do Ministério das Cidades, da Secretaria para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SMDUH) explicaram todos os passos para que as famílias tenham acesso às moradias de até R$ 200 mil, em mutirão realizado no salão da Paróquia São Pio X, no bairro Mathias Velho.
O prefeito Jairo Jorge salientou que o Município já realizou mais de 15 mil vistorias nos imóveis atingidos pela enchente de maio e deve concluir esse trabalho em breve. Ele estima que cerca de um terço dos imóveis atingidos não são mais habitáveis.
“É nesses casos de perda total que as pessoas vão ganhar um imóvel novo. Temos cerca de 1,4 mil famílias em áreas de risco, o que deve somar cerca de 6,5 mil unidades habitacionais para os canoenses”, calculou o prefeito. Jairo Jorge acrescentou que busca com o governo federal recursos para a construção de moradias no próprio terreno de quem não quer deixar seu endereço e destaca que Canoas já está habilitada para construir 3,4 mil unidades habitacionais.
A titular da SMDUH, Roberta Togni, salientou que o Município está trabalhando para que as famílias possam reconstruir suas vidas.
“Todas as pessoas aqui precisam virar a página da enchente e seguir”, afirmou.
Presentes
Também estiveram presentes ao evento o diretor de Habitação da Secretaria de Apoio à Reconstrução do RS, Carlos Comassetto; o assessor da Diretoria de Habitação da Secretaria para Apoio à Reconstrução do RS, Guilherme Genro; e os superintendentes de Rede da Caixa no Vale do Sinos, Marcos Tavaniello, e executivo de Habitação da Caixa no Vale do Sinos, Ricardo Darós; e de Governo em exercício da Caixa no Vale do Sinos, Juliana Alaniz Soares.
Entre os beneficiados nessa primeira convocação da CEF está o vendedor Paulo Xavier, 43 anos. Ele foi ao mutirão para entender os procedimentos para recomeçar, já que a casa dele e dos dois filhos foram destruídas pela enchente. A família vai ganhar três imóveis e eles gostariam que fossem próximos.
“Vamos procurar pelos bairros Estância Velha ou Olaria, sair do Mathias Velho”, contou. A dona de casa Letícia Rosa, 34 anos, também foi atrás de informações e entender como funciona o programa.
Mutirão
No mutirão, as famílias foram atendidas em quatro horários no salão da Paróquia São Pio X, no bairro Mathias Velho. Nesse programa, as famílias habilitadas pelo Ministério das Cidades escolhem e recebem moradias de até R$ 200 mil subsidiadas pelo governo federal.
Esses imóveis são destinados aos beneficiários das faixas 1 e 2 do programa, com renda bruta familiar de até R$ 4.700.
Ao ser contemplada pelas novas moradias, a família que tiver imóvel próprio precisa doar o imóvel atingido pela enchente à Prefeitura, que tomará providências para que o local não possa vir a ser ocupado novamente.
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