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08/10/2025
 

Opinião

Tito Guarniere: “Brasileiros sofrem com enchentes, e presidente anda de jet sky”

Redação

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em

Tito Guarniere

AGUENTANDO O ROJÃO 

Em outros tempos, a coluna usava o espaço para falar do que poderia ser um ano venturoso. Desisti depois de verificar na prática que, ao menos pelos lados do nosso país, tudo o que ruim, podia ficar ainda pior. Foi o que aconteceu e vem acontecendo, ano após ano. E olhem que eu sou um otimista incorrigível.

Eu sempre soube, por exemplo, que o governo de Jair Bolsonaro seria ruim. Errei feio. É mais que ruim – o que todos os governos costumam ser –, horroroso. O governo, o presidente, se completam em harmonia, e daí resulta uma máquina azeitada de declarações cretinas, teorias conspiratórias, práticas nefandas, insânias de toda a ordem, tramoias, cambalachos políticos, vastas incompetências – como na frase conhecida, se cobrir de lona vira circo, se cercar e fechar a porta vira hospício.

Ao observador normal – e aviso desde logo que não considero bolsonaristas pessoas normais – a Covid foi uma tragédia sem precedentes, mais de 620 mil brasileiros mortos. A pandemia está em declínio, e todos ficamos felizes por isso. Mas é sombrio e assustador que o governo, a estas alturas, parece inconformado com a doença sob um certo controle.

 

Assim, o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, proibiu a exigência de vacinação contra a Covid nas instituições superiores de ensino; o ministro da Saúde, que alguns chamam de Queiroga, mas parece que é mais adequado chamá-lo de Quedroga, pretende exigir prescrição médica e autorização da família para vacinar 20 milhões de crianças de 5 a 11 anos contra a doença; e bolsonaristas, estes que, como no filme em cartaz, não olham para cima, nem para o lado, talvez só para baixo, como as toupeiras, estão em campanha aberta para que as crianças voltem à escola, mas sem máscara.

 

O presidente, de sua vez, está empenhadíssimo em gozar plenamente das suas “férias”. Como ele disse de outra feita, para responder a uma pergunta incômoda: “Não vim para me aborrecer”. Assim, ele faz, com a filha Laura (que ele declarou que não vai vacinar) na garupa, circunvoluções no mar azul de Santa Catarina, com um super jet ski. Os fãs – que insisto dizer, não são cidadãos normais – se aproximam dele, aplaudem e o chamam de “Mito”.

Em outra parte do Brasil, os nossos concidadãos baianos amargam a experiência de enxurradas sem fim, que derrubam prédios inteiros, destroem bens, deixam mulheres e crianças em desabrigo. Eles, essas vítimas da desgraça, não merecem a consideração de uma visita do primeiro mandatário da nação, uma visita consoladora, que demonstre empatia, solidariedade, como fazem todos os estadistas do diante de calamidades. 

Bolsonaro quer se divertir. No dia 30 de dezembro foi até o parque de diversões Beto Carrero, em Santa Catarina, para assistir, faceiro, um show de derrapagens de caminhões. Por que ir até o Sul se em matéria de derrapagens o governo dele é imbatível?

A deputada Bia Kicis, uma espécie abominosa, dessas que só o bolsonarismo seria capaz de engendrar, defende o chefe: “O presidente precisa descansar para aguentar o rojão”. E o que fazemos nós, deputada, para aguentar o rojão desse governo?

 

titoguarniere@terra.com.br
twitter: @TitoGuarnieree

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Opinião

Artigo: “CESSAR FOGO JÁ!!!” (por Carlos Marun – ex-Ministro de Estado)

Redação

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Artigo CESSAR FOGO JÁ!!! (por Carlos Marun - ex-Ministro de Estado)

CESSAR FOGO JÁ!!!

*por Carlos Marun

Desejo a aceitação pela Resistência Palestina do plano de trégua proposto por Trump. É óbvio que existem razões de sobra para a desconfiança em torno das intenções da besta-fera genocida chamada Nethaniahu. E confiar em garantias oferecidas pela metamorfose ambulante chamada Trump é coisa difícil. Mas é o que temos. E é urgente uma trégua que possa avançar para a paz antes que todos os habitantes de Gaza encontrem a morte provocada por bombas, fome, sede ou falta de remédios.

Os habitantes de Gaza já ofereceram ao mundo um inédito exemplo de resiliência, de coragem e de amor a sua terra. Mas agora merecem uma chance de sobreviver. E Nethaniahu já demonstrou que é suficiente mau para levar a efeito uma “Solução Final” para os Palestinos, coisa que Hitler tentou e felizmente foi impedido de concluir em relação aos Judeus.

Além dos Palestinos, os reféns ainda vivos também merecem sobreviver e os jovens soldados israelenses merecem parar de morrer. Já são 913 os militares israelenses mortos em enfrentamentos terrestres, tudo isto para a libertação de somente 7 reféns em combates.

A reação interna em Israel, onde os israelenses de bem que são muitos repudiam este massacre e exigem a volta dos reféns vivos, os últimos reconhecimentos ao Estado Palestino e o vexame imposto a Nethaniahu com a saída de diversas delegações do plenário da ONU no momento da sua fala pelo jeito abriram os olhos de Trump. E os interresses dos EUA na região são muitos e maiores do que simplesmente permanecer sustentando e apoiando o sanguinarismo de Bibi.

Pelo menos a perspectiva de retirada das tropas israelenses de Gaza e da instalação do Estado da Palestina estão presentes no documento proposto e este é o único caminho para a Paz.

Na sequência será hora de os homens e mulheres de bem que vivem na Terra buscarmos a punição de Nethaniahu. Os líderes do bárbaro atentado terrorista de 07/10/2023 já estão mortos. Falta agora a punição daqueles que desde aquele dia praticaram o Terrorismo de Estado matando e esfolando civis em uma Gaza onde não existe sequer uma única arma anti-aérea.

Julgamento e cadeia para Nethaniahu!!!
O Mundo precisa deste exemplo…

*Ex-ministro de Estado

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Opinião

“Sapatão com orgulho: nossa existência não pede licença” (por: Isabela Luzardo – Miss diversidade de Canoas 2025)

Redação

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por Isabela Luzardo*

Desde cedo, a sociedade tentou me enquadrar em um molde que nunca me serviu: brincar de boneca, não jogar futebol, usar vestido, maquiagem e roupas apertadas. Quebrei cada uma dessas imposições ainda na infância. E deixo a pergunta: por que seguimos insistindo que certas práticas, comportamentos ou desejos pertencem a um “gênero exclusivo”? A resposta é simples: não pertencem.

A construção da minha identidade passou por etapas de compreensão, dúvida e coragem. Entender a diferença entre ser lésbica ou bissexual, assumir a palavra “sapatão” com orgulho, e principalmente, mostrar que amar livremente é um direito inegociável. Não é apenas sobre minha vida — é sobre tantas outras mulheres que ainda enfrentam medo, violência e silêncio para existir.

Hoje, eu vivo meu amor com transparência. Sou noiva da Taciana, estamos de casamento marcado, temos casa, emprego, uma gata e, ao lado da minha companheira, formo uma família. Essa normalidade, para muitos banal, é para nós uma conquista política. Porque quando mulheres que amam mulheres afirmam sua existência, elas desafiam séculos de invisibilização.

Neste Dia do Orgulho Lésbico, lembrar do Levante do Ferro’s Bar é lembrar que nossa liberdade foi arrancada com luta. Em plena ditadura, mulheres lésbicas se recusaram a aceitar a exclusão e o apagamento. Elas nos abriram caminho. Se hoje podemos falar em orgulho, é porque ontem houve resistência.

Ser sapatão é muito mais do que uma identidade. É enfrentar o machismo e a lesbofobia. É se recusar a ser apagada. É afirmar que amar mulheres não é desvio, mas potência.

Por isso, neste 19 de agosto, afirmo com toda força: orgulhem-se, mulheres que amam mulheres. Nossa existência é política, nosso amor é resistência.

*Miss diversidade de Canoas 2025

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Opinião

Artigo: “CORAGEM” (por Carlos Marun – advogado e ex-Ministro de Estado)

Redação

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em

Artigo CORAGEM (por Carlos Marun)

CORAGEM

“A maior de todas
as virtudes é a
Coragem, até
porque sem ela
nenhuma das
outras pode ser
praticada”
Maya Angelou
Poetisa

Alexandre de Moraes é uma figura singular. Penso até que errou ao determinar a prisão, mesmo que domiciliar, de Jair Bolsonaro. Não vi descumprimento claro pelo ex-presidente das medidas restritivas determinadas por ele próprio na decisão anterior que impôs ao Capitão o uso de tornozeleira eletrônica. Penso ainda que as penas que estão sendo aplicadas aos vandalos golpistas do 08/01/2023 são demasiadamente elevadas, especialmente quando comparadas àquelas aplicadas aos autores de outras crimes, aparentemente mais graves. Porém, isto não desfaz o imenso trabalho relalizado pelo STF em defesa da nossa Democracia, trabalho este que teve como como líder o próprio Ministro.

Todos na vida erramos e acertamos. Os inimigos querem nos medir por nossos erros. Os amigos por nossos acertos. Eu já prefiro medir as pessoas pelo saldo médio. E sem nenhuma dúvida, o saldo médio da atuação de Alexandre de Moraes é altamente positivo.

Uma das características que mais admiro em um ser humano é a coragem. E isto inegavelmente Alexandre possui de sobra.

Enfrentou internamente um movimento político dos mais raivosos da nossa existência enquanto nação que é o Bolsonarismo Fanático. Esteve, hoje se sabe, na lista de alvos da operação “Punhal verde-amarelo” tramada dentro do Palácio do Planalto por auxiliares próximos do ex-presidente. Esteve até sob a mira dos fuzis dos militantes desta seita política que haviam sido escolhidos para por em prática a operação. E nada disto o fez recuar.

Agora, enfrenta sem vacilações o mais poderoso e nefasto ser que existe sobre a terra que é Trump, que ataca nosso país sob aplausos dos entreguistas, que insistem em manter os dentes arreganhados diante desta ameaça a nossa soberania e deste bombardeio a nossa economia.

Há mais de 200 anos conquistamos, não sem luta, a nossa Independência. Hoje assistimos brasileiros apoiarem e até desejarem o retorno do Brasil à condição de colônia. Não existem outros termos. E nem meio termo. Aplaudir ou desejar que ordens de Trump sejam aceitas pelo nosso Judiciário é desejar que o Brasil volte a ser colônia, agora americana no lugar de portuguesa.

E esta conspiração interna sobre a nossa Soberania é feita às claras, sem pudores ou subterfúgios. Há alguns dias discuti isto em um grupo de zap e ouvi de um empresário que nos transformarmos em um protetorado americano não seria um “mau negocio”. Não é fácil lutar contra adversários externos apoiados por americanófilos internos.

A coragem é a primeira qualidade que deve possuir um Advogado. Escrevi este artigo no “Dia do Advogado” e por isto este 11 de Agosto é dia também de homenagearmos Alexandre de Moraes.

Concluo rogando, como nos ensinou o colega Advogado João de Almeida Neto na bela canção “Vozes Rurais”, Que não falte coragem a estes Homens, contra o tempo e aguentando o repuxo, e que diante de estranhas tendências preservem as nossas Independência e Soberania!

CARLOS MARUN – Advogado e ex-Ministro de Estado

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