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03/07/2025
 

Opinião

Olegar Lopes: “Cavalgada Canoas Dom Pedrito (parte VI)”

Redação

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Olegar Lopes – Agenda Tradicionalista

Cavalgada Canoas Dom Pedrito (parte VI)

No dia 2 de janeiro de 1995, a alvorada foi às 5:00, enquanto uns encilhavam os cavalos outros tomavam chimarrão, pois apesar dos dois dias e meio de folga todos estavam ressacados. A saída foi às 6h45, pois o patrão Anderson, que era Secretário de Transporte do município, programou nossa passagem pelo centro da cidade. A equipe de apoio aguardou os cavaleiros no início da estrada de chão que leva até Dom Pedrito. Ali todos nós tomamos o café da manhã e seguimos para o local do almoço, na Fazenda das Garça, às margens do rio Vacacaí, localidade de Passo do Pedroso. Estava um dia muito quente e o que nos salvou foi a sombra das árvores e o banho no rio. Nesse almoçaram conosco o Marco Antônio e a filha Michele, de Sapucaia do Sul. 

Saímos para o local indicado para o pernoite às 16:00, aconteceu que a pessoa que ficou encarregada de fazer o contato com o proprietário da fazenda não fez e o capataz não nos permitiu   acampar na fazenda. Como o anoitecer se aproximava e nós na estrada onde não havia lugar acampar, eu e o Carmo saímos a procura de um local para passar a noite. Bem próximo encontramos a Escola Municipal Catão Peres, divisa dos distritos de Vacacaí com Batovi, onde fomos muito bem recebidos – até aí já estava escuro – pela professora Jussara Leila Borba Lopes que mora com o esposo Ernandes e dois filhos no prédio da escola. Estava visitando os donos da casa um rapaz de nome Ilton Rodrigues, capataz duma fazenda próxima. Ele nos contou que era natural de São Gabriel e que já morou em Canoas onde trabalhou na Cibrazem, disse que não se deu bem com a vida da cidade e voltou a trabalhar de capataz na fazenda.

 Diante da humildade daquelas pessoas – e até certa carência – tivemos uma acolhida cheia de atenção e carinho, pouco que tinham colocaram tudo a nossa disposição. Preparamos nossa janta – espinhaço de ovelha com batata e arroz – e a família foi nossa convidada para a janta, com certeza foi uma noite de festa na casa daquela gente humilde e hospitaleira. A noite estava muito quente, poucos foram dormir na sala de aula, a maioria preferiu dormir embaixo dos caminhões. A alvorada foi às 5:00, os donos da casa nos o ofereceram café e chimarrão, os cavaleiros saíram às 6:00 e a equipe de apoio às 7:00, após tomar o café com os donos da casa.

Dia 3 de janeiro de 1995                                                                                   

Como já disse no capitulo, após tomarmos café com os donos da casa-escola, por volta das 8:30 encontramos os cavaleiros num local arborizado na beira da estrada, na frente do Haras Ibaró da Fazenda São José. A chegada do café com bolinhos fritos foi registra em foto com o Carmo à frente dos cavaleiros com a bandeira da Região, dali partimos para o local do almoço, Fazenda São Joaquim de Luiz Carlos Petraca. 

Não fomos bem recebidos pelo capataz, segundo ele o patrão não permitia acampar próximo da sede. Destinou uma velha casa em local de difícil acesso, sem luz e água, muito distante do local de onde conseguimos nos acomodar precariamente – local cheio de espinheiros e cobras. Almoçamos com a ausência de dois cavaleiros, o Gilnei e o Leandro. Preocupados com os dois saímos logo com destino ao rio Taquarembó, mas antes do rio encontramos os dois deitados na sombra e os cavalos amarrados numa árvore. Servimos almoço para eles e seguimos com destino ao rio onde encontramos local com muita sombra e água cristalina – boa para um banho refrescante para amenizar o calor que era muito forte. Enquanto isso o Carmo e o Canabarro foram em busca de um local para o pernoite, já que íamos pernoitar na Fazenda São Joaquim e desistimos. No rio Taquarembó ficamos de molho aguardando o novo local para o pernoite, o último antes da chegada em Dom Pedrito. Logo veio a boa notícia: o pernoite seria na Fazenda Rodeio Bonito de Luiz Carlos Peres que, além de nos receber, ofereceu a janta: churrasco de cordeiro, carreteiro, feijão com charque e saladas. Nessa janta contamos com a presença de patrões de entidades de Dom Pedrito, o Presidente Feltrin e o vice de eventos Hildebrando Martins. 

Quando chegamos na fazenda encontramos os filhos do fazendeiro levando na caminhonete 5 dúzias de latinhas de ceva para a janta. Para nossa surpresa, na hora da janta, a ceva não era para todos, só o João Carlos fez parte do grupo seleto, para nós restou cachaça com guaco. Após a janta saímos de mansinho e fomos para o caminhão cozinha onde estavam no nosso freezer 20 garrafas de 1 litro de cerveja uruguaia Nortenha que ganhamos do companheiro Marco Antônio, em São Gabriel. São fatos inusitados que acontecem quando por muitos dias tivemos que vivenciar momentos particulares com pessoas de hábitos e costumes diferentes. São fatos que não desmerecem as pessoas, mas que servem como pitadas de humor para quem está na estrada há tantos dias.

Antes da janta o Carmo, Leandro e João Carlos iniciaram uma tertúlia, cada um com seus instrumentos musicais, só que o anfitrião, se considerando cantor, entrou com o Canto Alegretense. João Carlos sentiu o perigo e deixou o parceiro cantar sozinho, que seguiu – tropeçando na pedra moura e caindo no rio Imembuí – e , por ser o dono da janta, acabou sendo aplaudido.  Tudo terminou quando já era 1 hora da madrugada porque tínhamos que dormir.

Dia 4 de janeiro de 1995

A última alvorada na estrada foi às 5:30 e a saída à 6:30. Eu o Jaime, o Castelo e o Fraga dormimos longe dos cavalos e do restante do grupo, principalmente seu João, que dizem ter levantado às 4:00, dormimos embaixo das árvores, na frente da casa do fazendeiro. Fomos direto para a Fazenda Sanga Preta, propriedade do Dr. Délcio Jardim Lanes que já nos esperava na entrada da fazenda com um piquete de 41 cavaleiros dos CTGs e Piquetes Santa Eudóxia, Os Vaqueanos, Crioulos do Ponche Verde, Rodeio da Fronteira e Herança Fraternal. 

Na frente da casa foi montada uma mesa com bolos, pães, frios, café com leite e suco, fincados no chão vários espetos com churrasco de cordeiro e gado. Após mais de uma hora de churrasco e café saímos com destino à sede campeira do CTG Rodeio da Fronteira com o Dr. Délcio e as duas filhas na frente dos piquetes. Chegamos às 12:30 no CTG onde ficamos acampados até às 15 horas do outro dia, o almoço não poderia ser diferente: churrasco de cordeiro. Na janta nos serviram arroz de esquilador (carreteiro com carne de ovelha). 

No dia 5 saímos às 15 horas com a Chama, acompanhados por mais de 100 cavaleiros para o local do 40º Congresso Tradicionalista Gaúcho, Parque Rural Juventino Corrêa de Moura, na entrada da cidade, oito Carruagens tracionadas por 4 cavalos, cada levando prendas dos CTGs local. Entregamos a Chama do Congresso para o Presidente do MTG, Benjamin Feltrin Netto, pontualmente às 17 horas, horário previsto. Missão cumprida após a grande jornada de 16 dias e 445 quilometro percorridos.

Assim encerro essa narrativa da grande jornada empreendida por um grupo de 20 tradicionalistas representantes da 12ª Região Tradicionalista, transitando por rodovias, estradas de chão batido, becos rurais, coxilhas e canhadas de cerca de 10 municípios da campanha gaúcha.                                                                         

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‘Punição exemplar para dar um basta à violência contra as mulheres’ (por Patrícia Alba – deputada estadual)

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'Punição exemplar para dar um basta à violência contra as mulheres' (por Patrícia Alba - deputada estadual)

Patrícia Alba*

Se a punição severa é a única maneira de frear os crimes contra as mulheres, quando se trata de uma autoridade, como o primeiro mandatário de uma grande cidade como Viamão, a sociedade saúda e aplaude a decisão da Justiça. O prefeito Rafael Bortoletti foi condenado pelo Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Viamão a mais de nove anos de prisão, por divulgar áudios íntimos trocados com uma mulher e por tentar silenciar testemunhas que poderiam depor contra ele na Polícia Civil.

Em qualquer sociedade, quem ocupa um cargo público deve prezar pelo respeito, integridade física, moral e intelectual dos seus cidadãos. Agora, cabe ao Legislativo municipal a reparação diante do povo de sua cidade. Votos legitimam uma eleição, mas é a conduta e comportamento do eleito que consagra sua permanência no cargo. É imperioso que os vereadores investiguem e até abram um processo para cassar o mandato. Não podem aceitar essa condenação como um evento banal ou de menor importância. Aliás, em qualquer país ou sociedade civilizada, os ocupantes de cargos dessa representatividade já teriam renunciado, imediatamente.

É inaceitável o ato vil cometido contra a vítima que, seis anos depois, ainda é obrigada a se recolher em uma vida de vergonha. Vejam o absurdo: a vítima foi condenada à humilhação, e o agressor segue livre, no comando do sétimo município mais populoso do Rio Grande do Sul.

Vamos acompanhar esse caso de perto, para que a Justiça seja efetivamente cumprida, dando exemplo para os agressores em potencial e evitando outros casos. Sabemos que há muito trabalho e ações a serem feitas para reduzir a violência contra a mulher – seja física ou moral.

Viamão, uma cidade pujante, com um povo ordeiro e trabalhador, uma comunidade em que praticamente a metade da população é de mulheres, tem a oportunidade de mostrar para o Brasil que não aceita nem banaliza a violência, seja contra quem for e de onde venha, principalmente contra as mulheres.

*Deputada estadual (MDB-RS) e presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia

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“Oportunidades perdidas!” (Por Carlos Marun – ex-Ministro)

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Oportunidades perdidas! (Por Carlos Marun - ex-Ministro)

OPORTUNIDADES PERDIDAS!

Por Carlos Marun – Advogado e ex-Ministro

Não exerço atualmente nenhuma função pública e também não sou aposentado. Sou Advogado e Engenheiro e obtenho a remuneração necessária ao meu sustento e de minha família através da prestação de serviços de advocacia e consultoria a particulares. Niels Bohr, ganhador do prêmio Nobel de Física e um dos pais do modelo atômico, declarou em determinada oportunidade: “A previsão é muito difícil, especialmente se for sobre o futuro!”. Pois bem, a obrigação do consultor é opinar, e muitas vezes sobre o futuro. Obviamente não utilizando uma bola de cristal ou poderes extra-sensoriais, mas a lógica somada a razoável conhecimento.

Acordo cedo e diariamente envio para clientes, até as 9hs da manhã, um boletim matinal com análises políticas e jurídicas sobre a vida governamental, jurídica e legislativa do país. No de 3a feira(07/01) passada, declarei pensar que o fato de a imensa maioria dos brasileiros continuarem repudiando os atos do 08 de Janeiro somado à onda de “patriotismo fraterno” decorrente da vitória de Fernanda Torres se constituíam em uma excelente oportunidade para Lula buscar atrair o Centro com gestos de pacificação. E daí opinei sobre o futuro, arriscando dizer que o Presidente da República não estava à altura de conseguir se posicionar desta forma.

Infelizmente, acertei. No dia 09/01, Lula, no lugar de agir neste sentido, retomou a verborragia tragicômica, afirmando durante visita à galeria de fotos de ex-presidentes da República que Dilma foi vítima de um golpe comandado por Temer.

Dilma caiu, na forma prevista na Constituição, porque cometeu crime de responsabilidade e porque a isto se somaram condições políticas resultantes do péssimo governo que fazia. Lula não consegue entender que Temer não é mais o Presidente da República pressionado por uma conspiração comandada pelo então Procurador Geral da República que, através de chantagem, obteve o apoio de dois dos maiores grupos econômicos do país, um do ramo das Comunicações e outro do ramo das proteínas animais.

Michel Temer é hoje enormemente reconhecido como o chefe de um exitoso Governo de Centro, que teve coragem de promover reformas fundamentais e positivas. Tão positivas que, não obstante a já citada verborragia, não foram até hoje revogadas pelo atual governo do PT. Até algumas foram levemente alteradas, mas sempre para pior.

Lula não consegue entender também que estas declarações constrangem seus aliados não PTistas ou PSOListas, muitos inclusive ministros(as) que foram na sua grande maioria favoráveis ao impeachment, inclusive votando desta forma. Constrangem de forma especial aqueles MDBistas que participam de seu governo, todos hoje concientes do avanço representado pelo breve Governo Temer.

Lula pensa que pode “comprar” o Centro com cargos. Está errado. Pode no máximo “alugar”. Ele me parece um “caso perdido” que precisa do Centro para a sua reeleição, mas que se afasta dele e dela cada vez que expressa o seu rancor pela deposição constitucional de Dilma, perfeitamente prevista no Estado Democrático de Direito do qual apregoa ser um “amante”.

Porém, como eu afirmei, consultor tem que opinar também sobre o futuro e vou então falar de outra oportunidade que provavelmente será perdida.

O Centro não tem candidato a presidência e segue como uma boiada para o matadouro, “mugindo tonta” e sabendo que ao final terá que optar entre um candidato de direita ou de esquerda. Pois bem, um simples gesto pode hoje fazer surgir este candidato.

Neste caso uma candidata. Falo de Simone Tebet e afirmo que se deixasse o Governo agora em função das palavras de Lula, estaria iniciando uma trajetória que poderia levar o Centro a Presidência em 2026. Não precisaria e nem deveria sair atirando em um governo do qual participa, mas teria que deixar claro que sai porque discorda destas palavras reincidentemente repetidas por Lula.

Conheço Simone. Trata-se de mulher capaz e honrada e que de forma alguma precisa do cargo de Ministra para viver. Mas por dever de ofício devo declarar que penso que ela não aproveitará esta oportunidade.

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“Quando o Jogo Se Torna Armadilha: A importância da Educação Financeira em Tempos de Apostas” (por Cristiane Souza)

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O crescimento das plataformas de apostas, popularmente conhecidas como “bets“, tem gerado um impacto profundo e preocupante em diferentes segmentos da população brasileira, especialmente entre as famílias em situação de vulnerabilidade econômica.

O fácil acesso a essas plataformas, aliado à promessa de ganhos rápidos, atrai indivíduos que, diante de oportunidades limitadas e dificuldades financeiras, veem no jogo uma esperança de alívio imediato. No entanto, essa promessa frequentemente se transforma em uma armadilha perigosa, levando a perdas financeiras expressivas e aumentando ainda mais a instabilidade das famílias.

Um dos aspectos mais alarmantes desse fenômeno é o uso de recursos provenientes de programas assistenciais, como o Bolsa Família, para financiar apostas. Segundo dados do Banco Central, em agosto deste ano, cerca de 3 bilhões de reais destinados a apoiar famílias em extrema pobreza foram direcionados para plataformas de apostas. Embora o Bolsa Família seja apenas uma das fontes de renda afetadas, o impacto das apostas não se restringe a esses beneficiários, atingindo diversas famílias de baixa renda que, por falta de orientação financeira, acabam comprometendo seu sustento em busca de ganhos ilusórios, oferecidos por jogos online.

Nesse aspecto, a educação financeira surge como uma ferramenta essencial para evitar que famílias sejam atraídas pelas armadilhas do jogo. Porque muitas vezes, a falta de conhecimento sobre os riscos envolvidos nas apostas e a ausência de planejamento financeiro adequado levam as pessoas a decisões impulsivas, agravando sua situação econômica. A falta de controle sobre os gastos, a tentação de compensar perdas com novas apostas e a dificuldade em priorizar necessidades básicas criam um ciclo vicioso que coloca em risco não apenas as finanças, mas também o bem-estar emocional e social dessa população.

É crucial que a educação financeira seja acessível e adaptada às realidades dessas populações, ensinando-as a planejar, poupar e gastar de forma consciente. Mais do que nunca, em um cenário de crescente popularidade das apostas, as famílias, especialmente as em situação de vulnerabilidade precisam ser capacitadas para tomar decisões financeiras responsáveis, evitando que o sonho de um ganho rápido as leve a uma armadilha de dívidas e frustrações.

Além disso, a conscientização sobre os perigos das apostas deve ser acompanhada por políticas públicas que incentivem o uso responsável dos recursos e ofereçam alternativas viáveis para melhorar a qualidade de vida dessas famílias. O jogo, em si, não é a raiz do problema, mas sim a combinação de vulnerabilidade econômica, falta de informação e ausência de planejamento financeiro que expõe famílias aos riscos das apostas.

Em tempos de apostas, é urgente reforçar a importância da educação financeira para proteger as famílias e oferecer-lhes a oportunidade de construir um futuro mais seguro e estável. Somente com conhecimento e conscientização será possível romper com o ciclo de perdas e garantir que os recursos recebidos sejam utilizados para sua verdadeira finalidade: promover dignidade e segurança.

Cristiane Souza – Educadora financeira e estudante de Psicologia

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