Opinião
Olegar Lopes: “O que nos separa dos dinamarqueses”

Olegar Lopes – Agenda Tradicionalista
O que nos separa dos dinamarqueses
Refletindo sobre o momento de intolerância e radicalismo que estamos vivendo, à procura de uma razão para o que acontece, fui encontrar uma na leitura do artigo do jornalista e escritor, Salus Looch, no Caderno de Sábado do Correio do Povo publicado dia 27/6, intitulado O que nos aproxima e nos separa dos nazistas?: “Em maio de 1940 a Alemanha Nazista invadiu a Dinamarca que em apenas duas horas se rendeu a Hitler. Todavia, ao contrário do que aconteceu com outros países foi menos drástica e violenta. (…) A rendição veio acompanhada da assinatura de acordo pelo qual a administração local se comprometeu a fazer concessões e cooperar com o Terceiro Reich. (…) O acordo também incluiu proteção política, social e jurídica aos 7,5 mil judeus (incluindo 1,4 refugiados) que moravam no país.”
No decorrer da guerra, a vida na Dinamarca decorreu de forma menos cruel que em outros países onde a ocupação nazista dizimou minorias sociais.
Acontece que, num certo momento, o Reino da Dinamarca aumentou a resistência armada, em razão disso os nazistas aumentam as ações punitivas à população dinamarquesa. Com o fim da cooperação dinamarquesa, em agosto de 1943 os alemães impuseram aos escandinavos a lei marcial, o toque de recolher e a prisão dos membros das forças armadas. As próximas vítimas, os judeus, que seriam deportados para os campos de extermínio da Polônia. A população toma a decisão de proteger seus compatriotas, isso em questão de um dia para o outro. No dia 28 de setembro de 1943 foi anunciada a deportação dos judeus, operação que seria iniciada dia 1º de outubro.
Quando os nazistas iniciaram a operação dia, 1º de outubro, os judeus haviam desaparecido ou estavam escondidos, levados em barcos de pesca para a Suécia – operação de fuga que foi feita em menos de três semanas. O custo da operação foi de aproximadamente 12 milhões de coroas dinamarquesas – os judeus arcaram com 50%, o restante foi obtido com doações particulares e públicas. Após a desocupação alemã, em março de 1945, os judeus que se encontravam na Suécia puderam voltar para casa, sendo bem recebidos e, para sua surpresa, descobriram que suas propriedades, lares animais, jardins, pertences, igrejas e objetos de culto haviam sido protegidos pelos vizinhos dinamarqueses.
“(…) Ao serem perguntados por que agiram daquela forma, dinamarqueses de todos níveis sociais e culturais disseram que nada fizeram além de tratar os judeus como compatriotas, vizinhos e amigos.”
Que belo exemplo! Hoje quando vivemos sob a ameaça da Covid-19, tomando como base apenas o nosso país, estamos vivendo como refugiados num cenário de guerra. Com ameaça de colapso sanitário, social e econômico é de se perguntar o que de concreto estamos fazendo, como fizeram os dinamarqueses que, sob a liderança do rei Cristiano X, conforme suas possibilidades não se omitiram na defesa à comunidade judaica.
Estamos realmente com nosso modo de agir e pensar promovendo caminhos que levem os mais vulneráveis a um futuro mais digno após passada a pandemia? Ou estamos mais preocupados em defender nossos bens materiais?
Encerro com a mesma pergunta do jornalista Salus Loch: “Enfim, 80 anos depois, o que nos aproxima dos dinamarqueses e o que nos separa dos nazistas? Pensemos…”.
Opinião
“Sapatão com orgulho: nossa existência não pede licença” (por: Isabela Luzardo – Miss diversidade de Canoas 2025)

por Isabela Luzardo*
Desde cedo, a sociedade tentou me enquadrar em um molde que nunca me serviu: brincar de boneca, não jogar futebol, usar vestido, maquiagem e roupas apertadas. Quebrei cada uma dessas imposições ainda na infância. E deixo a pergunta: por que seguimos insistindo que certas práticas, comportamentos ou desejos pertencem a um “gênero exclusivo”? A resposta é simples: não pertencem.
A construção da minha identidade passou por etapas de compreensão, dúvida e coragem. Entender a diferença entre ser lésbica ou bissexual, assumir a palavra “sapatão” com orgulho, e principalmente, mostrar que amar livremente é um direito inegociável. Não é apenas sobre minha vida — é sobre tantas outras mulheres que ainda enfrentam medo, violência e silêncio para existir.
Hoje, eu vivo meu amor com transparência. Sou noiva da Taciana, estamos de casamento marcado, temos casa, emprego, uma gata e, ao lado da minha companheira, formo uma família. Essa normalidade, para muitos banal, é para nós uma conquista política. Porque quando mulheres que amam mulheres afirmam sua existência, elas desafiam séculos de invisibilização.
Neste Dia do Orgulho Lésbico, lembrar do Levante do Ferro’s Bar é lembrar que nossa liberdade foi arrancada com luta. Em plena ditadura, mulheres lésbicas se recusaram a aceitar a exclusão e o apagamento. Elas nos abriram caminho. Se hoje podemos falar em orgulho, é porque ontem houve resistência.
Ser sapatão é muito mais do que uma identidade. É enfrentar o machismo e a lesbofobia. É se recusar a ser apagada. É afirmar que amar mulheres não é desvio, mas potência.
Por isso, neste 19 de agosto, afirmo com toda força: orgulhem-se, mulheres que amam mulheres. Nossa existência é política, nosso amor é resistência.
*Miss diversidade de Canoas 2025
Opinião
Artigo: “CORAGEM” (por Carlos Marun – advogado e ex-Ministro de Estado)

CORAGEM
“A maior de todas
as virtudes é a
Coragem, até
porque sem ela
nenhuma das
outras pode ser
praticada”
Maya Angelou
Poetisa
Alexandre de Moraes é uma figura singular. Penso até que errou ao determinar a prisão, mesmo que domiciliar, de Jair Bolsonaro. Não vi descumprimento claro pelo ex-presidente das medidas restritivas determinadas por ele próprio na decisão anterior que impôs ao Capitão o uso de tornozeleira eletrônica. Penso ainda que as penas que estão sendo aplicadas aos vandalos golpistas do 08/01/2023 são demasiadamente elevadas, especialmente quando comparadas àquelas aplicadas aos autores de outras crimes, aparentemente mais graves. Porém, isto não desfaz o imenso trabalho relalizado pelo STF em defesa da nossa Democracia, trabalho este que teve como como líder o próprio Ministro.
Todos na vida erramos e acertamos. Os inimigos querem nos medir por nossos erros. Os amigos por nossos acertos. Eu já prefiro medir as pessoas pelo saldo médio. E sem nenhuma dúvida, o saldo médio da atuação de Alexandre de Moraes é altamente positivo.
Uma das características que mais admiro em um ser humano é a coragem. E isto inegavelmente Alexandre possui de sobra.
Enfrentou internamente um movimento político dos mais raivosos da nossa existência enquanto nação que é o Bolsonarismo Fanático. Esteve, hoje se sabe, na lista de alvos da operação “Punhal verde-amarelo” tramada dentro do Palácio do Planalto por auxiliares próximos do ex-presidente. Esteve até sob a mira dos fuzis dos militantes desta seita política que haviam sido escolhidos para por em prática a operação. E nada disto o fez recuar.
Agora, enfrenta sem vacilações o mais poderoso e nefasto ser que existe sobre a terra que é Trump, que ataca nosso país sob aplausos dos entreguistas, que insistem em manter os dentes arreganhados diante desta ameaça a nossa soberania e deste bombardeio a nossa economia.
Há mais de 200 anos conquistamos, não sem luta, a nossa Independência. Hoje assistimos brasileiros apoiarem e até desejarem o retorno do Brasil à condição de colônia. Não existem outros termos. E nem meio termo. Aplaudir ou desejar que ordens de Trump sejam aceitas pelo nosso Judiciário é desejar que o Brasil volte a ser colônia, agora americana no lugar de portuguesa.
E esta conspiração interna sobre a nossa Soberania é feita às claras, sem pudores ou subterfúgios. Há alguns dias discuti isto em um grupo de zap e ouvi de um empresário que nos transformarmos em um protetorado americano não seria um “mau negocio”. Não é fácil lutar contra adversários externos apoiados por americanófilos internos.
A coragem é a primeira qualidade que deve possuir um Advogado. Escrevi este artigo no “Dia do Advogado” e por isto este 11 de Agosto é dia também de homenagearmos Alexandre de Moraes.
Concluo rogando, como nos ensinou o colega Advogado João de Almeida Neto na bela canção “Vozes Rurais”, Que não falte coragem a estes Homens, contra o tempo e aguentando o repuxo, e que diante de estranhas tendências preservem as nossas Independência e Soberania!
CARLOS MARUN – Advogado e ex-Ministro de Estado
Opinião
‘Punição exemplar para dar um basta à violência contra as mulheres’ (por Patrícia Alba – deputada estadual)

Patrícia Alba*
Se a punição severa é a única maneira de frear os crimes contra as mulheres, quando se trata de uma autoridade, como o primeiro mandatário de uma grande cidade como Viamão, a sociedade saúda e aplaude a decisão da Justiça. O prefeito Rafael Bortoletti foi condenado pelo Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Viamão a mais de nove anos de prisão, por divulgar áudios íntimos trocados com uma mulher e por tentar silenciar testemunhas que poderiam depor contra ele na Polícia Civil.
Em qualquer sociedade, quem ocupa um cargo público deve prezar pelo respeito, integridade física, moral e intelectual dos seus cidadãos. Agora, cabe ao Legislativo municipal a reparação diante do povo de sua cidade. Votos legitimam uma eleição, mas é a conduta e comportamento do eleito que consagra sua permanência no cargo. É imperioso que os vereadores investiguem e até abram um processo para cassar o mandato. Não podem aceitar essa condenação como um evento banal ou de menor importância. Aliás, em qualquer país ou sociedade civilizada, os ocupantes de cargos dessa representatividade já teriam renunciado, imediatamente.
É inaceitável o ato vil cometido contra a vítima que, seis anos depois, ainda é obrigada a se recolher em uma vida de vergonha. Vejam o absurdo: a vítima foi condenada à humilhação, e o agressor segue livre, no comando do sétimo município mais populoso do Rio Grande do Sul.
Vamos acompanhar esse caso de perto, para que a Justiça seja efetivamente cumprida, dando exemplo para os agressores em potencial e evitando outros casos. Sabemos que há muito trabalho e ações a serem feitas para reduzir a violência contra a mulher – seja física ou moral.
Viamão, uma cidade pujante, com um povo ordeiro e trabalhador, uma comunidade em que praticamente a metade da população é de mulheres, tem a oportunidade de mostrar para o Brasil que não aceita nem banaliza a violência, seja contra quem for e de onde venha, principalmente contra as mulheres.
*Deputada estadual (MDB-RS) e presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia
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