Comunidade
MWM encerrará atividades e deixará 650 trabalhadores na rua
Empresa atua em Canoas desde 1995 e deve deixar a cidade após encerrar contrato com a GM
Por Bruno Lara e
Émerson Vasconcelos
Em fevereiro de 2016, Canoas deve perder mais uma importante empresa. A montadora MWM, que fabrica motores para a General Motors (GM), além de possuir, até pouco tempo atrás, uma linha de caminhões, anunciou que fechará as portas em fevereiro de 2016. Cerca de 650 funcionários perderão o emprego, sendo que, desde 2011, outros 650 já foram demitidos. O motivo do encerramento das atividades da fábrica, segundo os funcionários, foi o fim do contrato com a multinacional, que era previsto para encerrar em 2018, mas foi abreviado por um acordo entre as empresas. Além disso, a MWM encerrou recentemente em Canoas suas atividades como montadora de caminhões. Vitor Luiz Schwertner é um dos funcionários que lutam para manter seus empregos. Ele esteve na Rádio O Timoneiro e falou para nossa equipe sobre o drama que vive junto a seus colegas e também sobre a omissão do Sindicato dos Metalúrgicos em relação ao caso.
Da glória às demissões
Schwertner conta que a MWM se instalou em Canoas em 1995, comprando uma parte da empresa Massey Fergusson. “A MWM hoje é uma fábrica de motores, um centro de distribuição de peças e uma linha de montagem de caminhões. Os motores fabricados pela empresa são utilizados pela GM para a fabricação do veículo S 10”, explica o funcionário.
Ainda de acordo com o trabalhador, o momento de glória da fábrica ocorreu em 2011, quando foi conquistado um contrato com a GM, que previa a produção de 45 mil motores por ano. No entanto, segundo ele, em 2013 as duas empresas iniciaram uma discussão de valores do contrato. “A MWM começou a definir as plantas das suas fábricas no Brasil e definiu que Canoas seria uma montadora de caminhões. Paralelamente, a GM começou a se preparar para montar, em São Paulo, o mesmo motor que nós fabricávamos para ela. Nesta época iniciou uma briga judicial, com as duas empresas querendo encurtar o contrato, que inicialmente ia até 2018. Em 2014 já começaram as demissões na MWM, pois as empresas negociaram um volume menor de motores”.
Futuro desanimador
O funcionário conta que até fevereiro um certo número de trabalhadores continuarão na empresa, pois até esta época a MWM tem que entregar cerca de 150 motores por dia, em decorrência do acordo com a GM.” As pessoas que começam a ser demitidas a partir desta semana são do setor de caminhões, que não tem mais produção, e algumas pessoas com deficiência física, pois eles irão manter apenas a cota que a lei obriga neste caso” revela Schwertner.
O metalúrgico relata ainda que em março deste ano a MWM divulgou um calendário de demissões e apresentou a maneira como a fábrica funcionará até fevereiro de 2016, mas ainda dando a esperança de que a poderia ser comprada por um grupo chinês, o que até este momento não aconteceu. “Até agora está se cumprindo o que a direção apresentou no começo do ano, com a concordância do Sindicato dos Metalúrgicos. Só que não aconteceu nenhuma assembléia, até este momento o Sindicato não reuniu os trabalhadores para discutir. Eles ofereceram o que foi chamado pelo pessoal de ‘plano de bondade’, que seria dois salários e meio e mais seis meses de plano de saúde para quem cumprisse o calendário e vestisse a camisa do seu setor neste período”, conta. Ele diz ainda: “Éramos 1300 em 2011 e hoje somos 650 trabalhadores, mas já tem uma lista de demissões para os próximos dias, que tem entre 60 e 70 pessoas”.
Abandono e desespero
O trabalhador ainda fez duras críticas ao Sindicato dos Metalúrgicos: “Nesse momento não estamos recebendo nenhum apoio do Sindicato. Nestes dois anos eles só fizeram reuniões com a empresa, nunca houve assembléia ou reunião com os trabalhadores. Neste período de terror e crise dentro da fábrica, nunca vimos nenhum comentário sobre o assunto no boletim do Sindicato. Sempre apoiamos as causas da categoria, lutamos juntos pelo dissídio e, na hora que nós mais precisamos, não podemos contar com nossos representantes”.
Schwertner diz ainda que a perspectiva de um novo emprego é mínima no momento: “É um desespero, pois estamos acompanhando as pessoas que saíram até este momento e a grande maioria não conseguiu nenhum emprego ainda. A expectativa para um próximo emprego é zero. A nossa iniciativa agora é tornar público o que está acontecendo, pois é a segunda maior metalúrgica de Canoas que está fechando as portas. É estranho que nenhuma das autoridades políticas que saem do ninho dos metalúrgicos, que nós elegemos, se pronunciou até o momento ou veio defender os nossos empregos. Estamos indo à Assembleia Legislativa para denunciar isso e estamos registrando denúncias no Ministério do Trabalho e na Delegacia do Trabalho, onde vamos denunciar especificamente a omissão do Sindicato”.
Pedro Ruas usou a tribuna
O deputado estadual do PSOL, Pedro Ruas, usou a tribuna da Assembléia Legislativa (AL) para questionar o procedimento. Segundo ele, os empregos é a questão mais importante, principalmente quando a empresa recebe verbas públicas. “A MWM, segundo informações que tivemos até agora, teve investimento de verbas públicas. É um completo absurdo. Quando existe verba pública de incentivo fiscal a contrapartida empresarial, necessariamente, é a manutenção dos empregos”, critica.
Para ele, deixar de fabricar “é um risco empresarial” que toda empresa corre. “Convoquei o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho, pedindo informações sobre o tema para poder confirmar isso e buscar medidas concretas. Isso é uma coisa inadmissível. A empresa não faliu”, salienta o deputado.
Manifestação
O trabalhador revela também que na próxima semana os funcionários da MWM devem realizar um ato, possivelmente em frente à Prefeitura, para levar a público as denúncias que estão fazendo.
O que diz a Prefeitura
Em relação MWM, a Prefeitura respondeu que “é uma organização multinacional que tem suas políticas de gestão e não cabe ao município interferir nos encaminhamentos da empresa”.
Comunidade
Papai Noel dos Correios: Rio Grande do Sul tem mais de 10 mil cartinhas aguardando adoção
O Papai Noel dos Correios precisa de ajuda da comunidade gaúcha para realizar os desejos de Natal de milhares de crianças em situação de vulnerabilidade social que ainda aguardam padrinhos e madrinhas para adotarem seus pedidos.
A Campanha começou no Rio Grande do Sul no último dia 8, disponibilizando cerca de 15 mil cartinhas para adoção. Mais de 10 mil seguem disponíveis.
É fácil adotar uma cartinha e ajudar o Papai Noel dos Correios a tirar sonhos do papel até o dia 6 de dezembro.
Em Porto Alegre, a adoção dos pedidos pode ser feita pelo blognoel.correios.com.br ou de forma presencial, em cinco agências participantes:
- Agência Moinhos de Vento (rua Coronel Bordini, 555)
- Agência Ipanema (avenida Eduardo Prado, 2165)
- Agência São João (rua Vinte e Cinco de Julho, 46)
- Agência Vila Jardim (avenida Protásio Alves, 5718)
- Agência Correios Empresa (avenida Sertório, 4222)
Já em Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Santo Ângelo a adoção das cartinhas pode ser feita pelo blognoel.correios.com.br ou de forma presencial, na agência central de cada município.
Nas demais cidades que realizam a campanha, a adoção das cartas é feita exclusivamente de forma presencial na agência central de cada município.
Número de municípios participantes no RS
Este ano, 41 municípios participam da campanha no Rio Grande do Sul: Alegrete, Alvorada, Bagé, Bento Gonçalves, Cachoeirinha, Camaquã, Canela, Canoas, Carazinho, Caxias do Sul, Cruz Alta, Erechim, Farroupilha, Gramado, Guaíba, Guaporé, Feliz, Ijuí, Não-Me-Toque, Nova Prata, Novo Hamburgo, Osório, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Santiago, Santo Ângelo, Santo Antônio da Patrulha, São Borja, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Tramandaí, Uruguaiana, Vacaria, Viamão, Taquara e Teutônia.
Recebimento das cartinhas
No Rio Grande do Sul, essa etapa já foi concluída e as cartas foram inseridas no site por escolas e instituições selecionadas pelas secretarias de educação municipal e estadual que atendem crianças em situação de vulnerabilidade social.
Além disso, neste ano, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cartas de menores assistidos pelas Coordenadorias da Infância e da Juventude dos Tribunais de Justiça das capitais também serão disponibilizadas para adoção em Porto Alegre.
A ideia é promover um Natal mais feliz às crianças e adolescentes acolhidas nessas unidades jurisdicionais.
Entrega dos presentes
Os padrinhos devem levar os presentes nas agências centrais das cidades que participam da campanha no RS. Apenas na capital, existem 5 pontos de entrega nas mesmas agências em que as cartas foram adotadas.
Madrinhas e padrinhos devem entregar o presente em uma embalagem reforçada com o código da carta escrito no pacote de forma visível e legível, para que os Correios possam identificar o destinatário correto. A entrega pode ser feita até o dia 6 de dezembro.
Carreata de Luz no RS
Em comemoração aos 35 anos da campanha, os Correios também irão promover uma Carreata de Luz que vai percorrer todas as capitais brasileiras e passará por Porto Alegre de 3 a 6 de dezembro.
Campanha acontece em todo o Brasil
Toda a sociedade pode participar dessa imensa corrente de solidariedade, que há 35 anos une empresa, empregados, padrinhos e madrinhas para atender, dentro do possível, aos pedidos de presentes daqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade social.
As datas, locais e horários de atendimento dos pontos de adoção e entrega de presentes variam em cada estado. O lançamento nacional da campanha aconteceu no dia 1º de novembro, em São Paulo.
Em 2023, pela primeira vez, a campanha atendeu 100% dos pedidos das crianças em todo o país.
Foram 270 mil cartinhas adotadas ― cerca de 210 mil foram adotadas por pessoas físicas e 60 mil contempladas por meio de doações realizadas por mais de 200 parceiros como empresas e órgãos públicos em todo Brasil.
Todas as informações oficiais sobre a campanha estão disponíveis no endereço blognoel.correios.com.br.
Comunidade
Propostas de Canoas avançam na assembleia regional da Consulta Popular 2024/2025
Das quatro propostas definidas por Canoas para a encaminhar à assembleia regional da Consulta Popular 2024/2025 – Reconstrução RS, realizada no dia 8, na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, avançaram para a cédula o projeto de inteligência artificial para inclusão e sustentabilidade na Educação e qualificação do Centro de Convivência do Idoso.
A cédula do Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) do Vale do Rio dos Sinos (Consinos) será composta por:
Desenvolvimento Social: qualificar/equipar espaços para pessoas idosas e/ou pessoas em estado de vulnerabilidade social bem como centros de referência e assistência social, contemplando aquisição de insumos, equipamentos, veículos, cozinhas e/ou padarias comunitárias.
Meio Ambiente: campanha de castração em massa para animais abandonados e projetos de controle populacional ético.
Desenvolvimento Rural: aquisição de equipamentos e implementos para fomento à Patrulha Agrícola municipal, e agricultura familiar e/ou agroindústria.
Esporte e Lazer: melhoria e implementação de infraestrutura de parques, praças e espaços públicos no município, e/ou estruturação de áreas de esporte, e/ou lazer, com atividades desportivas para crianças e adolescentes.
Inovação, Ciência e Tecnologia: ampliação e consolidação de parques tecnológicos e de inovação e desenvolvimento da economia da indústria criativa e projetos de inclusão de inteligência artificial.
Desenvolvimento Econômico: criação de um polo de desenvolvimento de parcerias público-privadas regional.
Para a Consulta Popular deste ano, o governo do Estado destinou R$ 55 milhões e, além desse valor para os Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes), será disponibilizado R$ 5 milhões para os nove Coredes com maior votação no ranking, proporcionalmente ao eleitorado da região, sendo R$ 1 milhão para o Corede que ficar em primeiro lugar e R$ 500 mil do segundo ao nono lugar, totalizando o equivalente a R$ 60 milhões.
O Consinos terá R$ 2.042.857,14 para serem aplicados em projetos de desenvolvimento regional eleitos pela comunidade, em votação que será 100% digital.
O Consinos é formado por 14 municípios do Vale do Sinos: Araricá, Campo Bom, Canoas, Dois Irmãos, Estância Velha, Esteio, Ivoti, Nova Hartz, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Portão, São Leopoldo, Sapiranga e Sapucaia do Sul.
Comunidade
Cerca de 20 famílias do Quilombo Chácara das Rosas terão acesso a programa do Incra
A Coordenadoria Municipal de Igualdade Racial, Povos Originários e Imigrantes e o Escritório de Projetos (EPRO) da Prefeitura de Canoas auxiliaram as 20 famílias que vivem no Quilombo Chácara das Rosas, no bairro Marechal Rondon, a terem acesso às políticas públicas do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O município apresentou ao órgão federal a documentação necessária para o quilombo se enquadrar nos critérios da iniciativa.
Essa medida foi necessária para que as famílias tivessem acesso a créditos e ações de infraestrutura, como de saneamento, entre outras concedidas pelo Incra aos beneficiários.
Conforme portaria publicada no Diário Oficial da União, a comunidade quilombola que já tem o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) concluído de seus territórios foi incluída no PNRA. A ação decorre do impacto dos eventos climáticos de maio no Rio Grande do Sul, como forma de agilizar o acesso dessas famílias às ações.
Segundo a coordenadora da Igualdade Racial, Povos Originários e Imigrantes, Ednea Paim, a Prefeitura teve um papel fundamental na implementação de políticas públicas que garantam a inclusão, o desenvolvimento e o respeito aos direitos das comunidades quilombolas.
“Essas ações são orientadas para promover a igualdade, atender às necessidades básicas e valorizar o patrimônio cultural desses grupos. Essas ações também contribuem para a construção de uma sociedade mais justa, equitativa e respeitosa com a história e os direitos dos quilombolas”, salienta.
Ednea acrescenta que a luta por recursos para os quilombos não é apenas uma questão econômica, mas também de dignidade, respeito e reparação histórica.
“A alocação de recursos adequados contribui para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, onde os direitos dos quilombolas são respeitados e suas contribuições culturais valorizadas”, completa.
“A disponibilização de recursos para comunidades quilombolas é essencial para garantir a sobrevivência, o desenvolvimento e a preservação cultural desses grupos que, historicamente, enfrentaram exclusão, discriminação e justiça social que respeita e valoriza a história os direitos dos quilombolas e sua voz”, complementa.
Requisitos
Cada unidade familiar terá seus dados conferidos: elas devem cumprir os requisitos necessários à condição de beneficiários da reforma agrária para serem homologadas.
Entre as vedações, estão a ocupação de cargo, emprego ou função pública remunerada; ser proprietário, quotista ou acionista de empresa em atividade; ter renda de atividade não agrícola superior a três salários mínimos mensais ou a um salário mínimo por membro da família; entre outras.
A inserção dos dados e a conferência é feita por meio da Plataforma de Governança Territorial (PGT) do Incra. “Tem uma força-tarefa nacional que vai incluir as informações de cadastro das famílias constantes no RTID de cada comunidade na plataforma.
A partir de 11 de novembro, vamos começar um mutirão de atualização dessas informações em campo”, informa o chefe da Divisão de Territórios Quilombolas do Incra/RS, Sebastião Henrique Santos Lima. A ação vai iniciar pelos municípios de Mostardas, Palmares do Sul e Capivari do Sul. Em Canoas, a data ainda será confirmada.
O RTID é um conjunto de peças técnicas elaboradas pelo Incra a fim de identificar e delimitar os territórios das comunidades quilombolas no processo de regularização fundiária. São estudos sócio-histórico-antropológicos, levantamentos fundiários, cadastros de famílias, entre outros.
A publicação do documento é uma etapa fundamental do processo, que encerra com a titulação definitiva da área em nome da associação quilombola.
O quilombo
O Chácara das Rosas foi o primeiro quilombo urbano que teve seu território totalmente titulado, em 20 de novembro de 2009. A comunidade fica em frente ao Parque Getúlio Vargas (Capão do Corvo), a 100 metros do ParkShopping Canoas, em um terreno 3.619 metros quadrados, entre a Avenida Sezefredo Azambuja Vieira e Rua Duque de Caxias.
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