Conecte-se conosco

header-top






 

30/06/2024
 

Canoas 85 anos

O trem, o avião e a cidade: conheça a história de Canoas

Redação

Publicado

em

O trem, o avião e a cidade: conheça a história de Canoas
Legenda: Almoço comemorativo à emancipação de Canoas em 27 de junho de 1939, no Salão Paroquial da cidade. Foto: Arquivo Histórico Municipal/Divulgação/OT
Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

Nesta quinta-feira, 27 de junho, Canoas completou 85 anos de emancipação política ainda em meio à maior crise de sua história. Entretanto, é necessário conhecer a história da cidade para pensar nas próximas décadas. Muitos indivíduos e organizações tornaram o munícipio uma realidade, e outras tantas possibilitaram o seu crescimento até os dias atuais.

Origens e nome

A primeira estação de trem, de madeira, foi inaugurada em 1874, há 150 anos, onde hoje fica a Av. Victor Barreto. O local era uma das estações de uma linha férrea anterior à Trensurb. Essa linha chegou a ser usada no caminho entre Porto Alegre e cidades como Caxias do Sul e Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Estado.

À época, o território canoense e de outras cidades da Região Metropolitana era a Fazenda Gravataí. Sua sede ficava onde hoje é o bairro Estância Velha. O povoamento foi ideia do Coronel Vicente Ferrer da Silva Freire, marido de Rafaela Pinto Bandeira, uma das herdeiras daquelas terras.

Os trabalhadores aproveitavam as toras derrubadas na construção para fazer canoas, necessárias para a travessia dos córregos e arroios da região. Por isso, a vila que cresceu em volta da estação passou a se chamar Capão das Canoas. Era, na época, ponto de veraneio das famílias de Porto Alegre.

Ao longo das décadas, o território, então pertencente a Gravataí, foi se expandindo. Em 1908, os irmãos lassalistas chegaram à cidade e fundaram o que viria a se tornar, atualmente, a Unilasalle, que fica hoje em frente à antiga estação de trem.

A autonomia religiosa pela Igreja Católica foi o primeiro de uma série de movimentos que viria a culminar na emancipação política.

Década de 1930 e a emancipação

Em 1934, há 90 anos, o atual prédio da estação férrea passava a funcionar. O local hoje abriga um espaço para encontros, ensaios e apresentações de grupos culturais.

Estação férrea

Foto: Arquivo Histórico Municipal/Divulgação/OT

Três anos depois, em 1937, instalava-se o 3º Regimento de Aviação Militar (RAV). A ocupação pela Aeronáutica colocava o local como uma base aérea estratégica próximo da capital. Isso viria a ser provado em várias ocasiões, tais como a enchente de 2024, com o local sendo usado como aeroporto na impossibilidade de uso do Salgado Filho, em Porto Alegre.

Depois disso, em 1938, Canoas é elevada à condição de vila pelo governo do Estado. Esse movimento foi encabeçado pelo médico Victor Hugo Ludwig, que levou à Porto Alegre uma carta, ainda no ano anterior, expondo os motivos para a emancipação.

Canoas se tornaria uma cidade de fato apenas um ano depois, em 27 de junho de 1939. O primeiro prefeito, apontado pelo interventor federal no Estado, o general Flores da Cunha, foi Edgar Braga da Fontoura, em 15 de janeiro de 1940.

Foto: Arquivo Histórico Municipal/Divulgação/OT

A pessoa que passou mais tempo como prefeito de Canoas foi Hugo Simões Lagranha. Além de ter sido eleito para três mandatos, também foi nomeado em duas oportunidades, somando 18 anos no comando do Executivo municipal. O Museu Histórico Municipal, inaugurado por ele em 1990, mais tarde passaria a levar seu nome.

Desenvolvimento

O que começou como um ponto de veraneio passou a se expandir de forma ainda mais rápida após a emancipação. Na década de 1970, o município teve ampla expansão populacional, e hoje é o terceiro maior do RS, com 347.657 habitantes, atrás apenas de Caxias do Sul e da capital.

Canoas também tem forte presença da indústria ao longo dos anos. A construção da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) pela Petrobrás incluiu a cidade no polo petroquímico estadual, atraindo outras empresas.

O município também conta com sedes de grandes empresas de máquinas e implementos agrícolas, por exemplo. Essas e outras empresas, junto com os setores de serviço e comércios da cidade, fizeram dela o terceiro maior PIB do Estado.

Segundo dados relativos a 2021, Canoas tem um Produto Interno Bruto de cerca de R$ 21,99 bilhões, o 56º maior resultado do país. A cidade produz R$ 63.267,42 por habitante, o chamado PIB per capita.

Canoas 85 anos

A cidade dos aviões monumento: conheça a história das aeronaves cartões-postal

Redação

Publicado

em

A cidade dos aviões monumento: conheça a história das aeronaves cartões-postal
por Cauê Nascimento
cauetche@hotmail.com

Canoas não é marcada somente pela relação de sua população com as águas e estações de trem. Quem passa pela BR-116 no Centro da cidade consegue ver, em uma praça, o mais conhecido monumento do município: um avião que adorna uma praça.

Localizada próximo da  sede da prefeitura, a Praça do Avião foi inaugurada em 20 de janeiro de 1968. Em seu centro, um avião F-8 Gloster Meteor, de fabricação inglesa, está suspenso em uma estrutura de concreto. Há também uma bandeira do Brasil hasteada de forma permanente em um poste de 36 metros de altura.

Registros da Aeronáutica

Praça da FAB

Praça da FAB

O local, antes chamado de Praça Cinquentenário La Salle, foi primeiro criado em 1958 como uma comemoração à permanência dos irmãos lassalistas na cidade desde 1908. Entretanto, mesmo antes da década de 1950, a importância da presença da Aeronáutica tinha importância para o desenvolvimento de Canoas.

De acordo com os registros da força militar, a instalação da primeira base aérea no território que, à época, ainda era do município de Gravataí, era discutida desde a criação da 3º Regimento de Aviação da Aviação Militar (RAV), em 1933, ainda na cidade de Santa Maria.

Como o espaço escolhido em 1937 era no que então era o povoado de Canoas, o então comandante, capitão Miguel Lambert, chegou a ser discutida a mudança da sede do município de Gravataí para onde fica Canoas. Como a emancipação já era desejo de muitos canoenses consultados pelos militares nesse momento, a Aeronáutica decidiu apoiar o movimento que tornaria o local em um novo município.

Lockheed Base

Lockheed Base

Três décadas depois, a edição semanal de 17 a 24 de janeiro de 1968 de O Timoneiro falava da reinauguração do espaço. O então prefeito Hugo Simões Lagranha, em seu primeiro mandato, afirmava que “que  este  será  o  mais  importante  ponto  turístico  de  nosso  município”.

O nome oficial da Praça do Avião foi dado ao patrono da aviação brasileira em 1977: Praça Alberto Santos Dumont.

Desde então, a tradição foi expandida, com a colocação de outros seis aviões em pontos em torno de Canoas. Três deles estão dentro do V Comar, o quarto está na entrada da Base Aérea, o quinto foi reformado pela Ulbra Canoas e está no campus, e o último foi colocado na Praça da FAB em 2011.

Presença na cidade

Desde 27 de maio, a Base Aérea de Canoas recebe voos comerciais em função de alagamento por enchente no Aeroporto Internacional Salgado Filho.

Avião da Ulbra

Avião da Ulbra

Todos os anos, a Aeronáutica promove, em 12 de outubro, o evento de Portões Abertos, a  chamada EXPOAER. O evento, que já teve 34 edições, comemora o Dia da Criança e a Semana da ASA.

Em 2023, 40 mil pessoas  estiveram na Base Aérea. Ocorreu a arrecadação de 25 mil quilos de alimentos, entregues à Defesa Civil Municipal.

Entrada da Base Aérea

Entrada da Base Aérea

Na EXPOAER, os presentes podem acompanhar a movimentação das aeronaves em operação e participar de atividades promovidas no espaço.

F-5 Base

F-5 Base

Na parte da tarde, o Esquadrão de Demonstração Aérea, mais conhecido como Esquadrilha da Fumaça, faz um show de acrobacias nos céus, celebrando a união dos povos que fundaram a cidade com os militares, que a escolheram há quase 90 anos.

Continuar a ler
publicidade

Destaques

Copyright © 2023 Jornal Timoneiro. Developed By Develcomm