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13/09/2025
 

Opinião

Olegar Lopes: “Caiense de nascimento, canoense de coração”

Redação

Publicado

em

Olegar Lopes – Agenda Tradicionalista

Caiense de nascimento, canoense de coração

Nascido entre os morros de Capela de Santana, distrito de São Sebastião do Caí – portanto caiense de nascimento – e vindo em 1950, com 7 anos, para Santa Rita, 2º distrito de Canoas, considero-me um canoense de coração desse município de valor que amo como se fosse minha terra natal. 

Depois de alguns anos em Santa Rita, no ano de 1972 fixei residência aqui no coração de Canoas. Mas antes disso fui caminhoneiro autônomo nos anos de 1968 e 1969, contratado por um arrozeiro que plantava o cereal no local onde atualmente está localizado o Residencial Cinco Colônias. O arroz ainda com casca ali produzido, eu transportava para beneficiamento num engenho em Guaíba. 

Passados alguns anos em Canoas, sem opção de lazer, certa noite do mês de junho de 1985, no galpão de CTG Brazão do Rio Grande, onde fui como convidado por um casal de amigos, encontrei o modelo de clube que se enquadrava com o perfil social que eu buscava para o lazer com a família. O movimento tradicionalista é o segmento social cultural mais forte de Canoas, haja vista o expressivo número de entidades tradicionalistas em atividade no nosso município, cerca de 60 – que levam o nome de Canoas por todos os recantos do Rio Grande do Sul, do país e exterior. Esse movimento teve seu início há 64 anos com a fundação do Centro Canoense de Tradições Rancho Crioulo, em 5 de junho de 1955 – entre os fundadores estava um santa-mariense ilustre, João Palma da Silva.  Oito anos após foi fundado o CTG Alma Crioula em 13 de abril de 1963 e, em 17 de junho de 1965, veio a fundação do CTG Brazão do Rio Grande para formar o tripé desse segmento social, cultural e artístico que acolhe milhares de famílias canoenses. 

É esse movimento que coloca a nossa octogenária Canoas entre os dez municípios gaúchos com maior número de entidades tradicionalistas, as quais movimentam grande parcela da população canoense com rodeios artísticos, concursos de prendas e peões, rodeios campeiros, competições de esportes tradicionalistas, bailes gauchescos, jantares e almoços. Temos ainda, em Canoas, o Acampamento Farroupilha realizado no Parque Esportivo Eduardo Gomes desde o ano de 1993, que reúne mais de cem mil pessoas durante as comemorações da Semana Farroupilha.

É nesse cenário que entra o canoense de coração e caiense de nascimento como cidadão trabalhando pelo progresso de Canoas por aproximadamente 65 anos. Durante 34 anos no tradicionalismo construí um novo perfil de vida, com maior visão dos princípios básicos de convivência social que para mim são: a ética, a moral e o respeito aos símbolos cívicos. Através de minha participação, acredito ter colaborado para o desenvolvimento do movimento tradicionalista de Canoas e do CTG Brazão do Rio Grande. Esse envolvimento com o tradicionalismo levou-me a escrever sobre assuntos referentes ao movimento, primeiro para o jornal Folha de Canoas, que era dirigido pela saudosa Marione Machado Leite. Também escrevi para os jornais Cocho de Sal de São José – S.C e Farrapos de Porto Alegre – RS, além de artigos esporádicos para outros órgãos da imprensa regionalista.

A partir de maio de 1997 passei a escrever para o jornal Timoneiro, o que veio me aproximar do jornalista Antônio Canabarro Tróis (Tonito), figura exemplar do jornalismo e da literatura canoense. Essa aproximação revelou amizade e simpatia mútua, tanto que logo passamos a nos encontrar todas as semanas para um cafezinho no Café do Amadeu para trocar ideias, o que veio a culminar com o convite para associar-me à Associação Canoense de Escritores. Como associado, participei na coletânea Contos e crônicas da ACE, livro lançado no ano de 2009, e em mais duas coletâneas. Com o incentivo do mestre Tonito, lancei-me no mundo da literatura escrevendo o livro Porteira Aberta, lançado no ano de 2012 e o livro 50 anos repontado a Tradição, lançado no ano de 2016. Minha participação na literatura proporcionou-me novas amizades com canoenses de nascimento e canoenses de coração que, assim como eu, amam a octogenária cidade de Canoas, Município de Valor.            

Texto publicado no livro Canoas 80 anos: coletânea em prosa e verso, organizado por Ancila Dani Martins.

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Opinião

“Sapatão com orgulho: nossa existência não pede licença” (por: Isabela Luzardo – Miss diversidade de Canoas 2025)

Redação

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por Isabela Luzardo*

Desde cedo, a sociedade tentou me enquadrar em um molde que nunca me serviu: brincar de boneca, não jogar futebol, usar vestido, maquiagem e roupas apertadas. Quebrei cada uma dessas imposições ainda na infância. E deixo a pergunta: por que seguimos insistindo que certas práticas, comportamentos ou desejos pertencem a um “gênero exclusivo”? A resposta é simples: não pertencem.

A construção da minha identidade passou por etapas de compreensão, dúvida e coragem. Entender a diferença entre ser lésbica ou bissexual, assumir a palavra “sapatão” com orgulho, e principalmente, mostrar que amar livremente é um direito inegociável. Não é apenas sobre minha vida — é sobre tantas outras mulheres que ainda enfrentam medo, violência e silêncio para existir.

Hoje, eu vivo meu amor com transparência. Sou noiva da Taciana, estamos de casamento marcado, temos casa, emprego, uma gata e, ao lado da minha companheira, formo uma família. Essa normalidade, para muitos banal, é para nós uma conquista política. Porque quando mulheres que amam mulheres afirmam sua existência, elas desafiam séculos de invisibilização.

Neste Dia do Orgulho Lésbico, lembrar do Levante do Ferro’s Bar é lembrar que nossa liberdade foi arrancada com luta. Em plena ditadura, mulheres lésbicas se recusaram a aceitar a exclusão e o apagamento. Elas nos abriram caminho. Se hoje podemos falar em orgulho, é porque ontem houve resistência.

Ser sapatão é muito mais do que uma identidade. É enfrentar o machismo e a lesbofobia. É se recusar a ser apagada. É afirmar que amar mulheres não é desvio, mas potência.

Por isso, neste 19 de agosto, afirmo com toda força: orgulhem-se, mulheres que amam mulheres. Nossa existência é política, nosso amor é resistência.

*Miss diversidade de Canoas 2025

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Opinião

Artigo: “CORAGEM” (por Carlos Marun – advogado e ex-Ministro de Estado)

Redação

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em

Artigo CORAGEM (por Carlos Marun)

CORAGEM

“A maior de todas
as virtudes é a
Coragem, até
porque sem ela
nenhuma das
outras pode ser
praticada”
Maya Angelou
Poetisa

Alexandre de Moraes é uma figura singular. Penso até que errou ao determinar a prisão, mesmo que domiciliar, de Jair Bolsonaro. Não vi descumprimento claro pelo ex-presidente das medidas restritivas determinadas por ele próprio na decisão anterior que impôs ao Capitão o uso de tornozeleira eletrônica. Penso ainda que as penas que estão sendo aplicadas aos vandalos golpistas do 08/01/2023 são demasiadamente elevadas, especialmente quando comparadas àquelas aplicadas aos autores de outras crimes, aparentemente mais graves. Porém, isto não desfaz o imenso trabalho relalizado pelo STF em defesa da nossa Democracia, trabalho este que teve como como líder o próprio Ministro.

Todos na vida erramos e acertamos. Os inimigos querem nos medir por nossos erros. Os amigos por nossos acertos. Eu já prefiro medir as pessoas pelo saldo médio. E sem nenhuma dúvida, o saldo médio da atuação de Alexandre de Moraes é altamente positivo.

Uma das características que mais admiro em um ser humano é a coragem. E isto inegavelmente Alexandre possui de sobra.

Enfrentou internamente um movimento político dos mais raivosos da nossa existência enquanto nação que é o Bolsonarismo Fanático. Esteve, hoje se sabe, na lista de alvos da operação “Punhal verde-amarelo” tramada dentro do Palácio do Planalto por auxiliares próximos do ex-presidente. Esteve até sob a mira dos fuzis dos militantes desta seita política que haviam sido escolhidos para por em prática a operação. E nada disto o fez recuar.

Agora, enfrenta sem vacilações o mais poderoso e nefasto ser que existe sobre a terra que é Trump, que ataca nosso país sob aplausos dos entreguistas, que insistem em manter os dentes arreganhados diante desta ameaça a nossa soberania e deste bombardeio a nossa economia.

Há mais de 200 anos conquistamos, não sem luta, a nossa Independência. Hoje assistimos brasileiros apoiarem e até desejarem o retorno do Brasil à condição de colônia. Não existem outros termos. E nem meio termo. Aplaudir ou desejar que ordens de Trump sejam aceitas pelo nosso Judiciário é desejar que o Brasil volte a ser colônia, agora americana no lugar de portuguesa.

E esta conspiração interna sobre a nossa Soberania é feita às claras, sem pudores ou subterfúgios. Há alguns dias discuti isto em um grupo de zap e ouvi de um empresário que nos transformarmos em um protetorado americano não seria um “mau negocio”. Não é fácil lutar contra adversários externos apoiados por americanófilos internos.

A coragem é a primeira qualidade que deve possuir um Advogado. Escrevi este artigo no “Dia do Advogado” e por isto este 11 de Agosto é dia também de homenagearmos Alexandre de Moraes.

Concluo rogando, como nos ensinou o colega Advogado João de Almeida Neto na bela canção “Vozes Rurais”, Que não falte coragem a estes Homens, contra o tempo e aguentando o repuxo, e que diante de estranhas tendências preservem as nossas Independência e Soberania!

CARLOS MARUN – Advogado e ex-Ministro de Estado

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Opinião

‘Punição exemplar para dar um basta à violência contra as mulheres’ (por Patrícia Alba – deputada estadual)

Redação

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'Punição exemplar para dar um basta à violência contra as mulheres' (por Patrícia Alba - deputada estadual)

Patrícia Alba*

Se a punição severa é a única maneira de frear os crimes contra as mulheres, quando se trata de uma autoridade, como o primeiro mandatário de uma grande cidade como Viamão, a sociedade saúda e aplaude a decisão da Justiça. O prefeito Rafael Bortoletti foi condenado pelo Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Viamão a mais de nove anos de prisão, por divulgar áudios íntimos trocados com uma mulher e por tentar silenciar testemunhas que poderiam depor contra ele na Polícia Civil.

Em qualquer sociedade, quem ocupa um cargo público deve prezar pelo respeito, integridade física, moral e intelectual dos seus cidadãos. Agora, cabe ao Legislativo municipal a reparação diante do povo de sua cidade. Votos legitimam uma eleição, mas é a conduta e comportamento do eleito que consagra sua permanência no cargo. É imperioso que os vereadores investiguem e até abram um processo para cassar o mandato. Não podem aceitar essa condenação como um evento banal ou de menor importância. Aliás, em qualquer país ou sociedade civilizada, os ocupantes de cargos dessa representatividade já teriam renunciado, imediatamente.

É inaceitável o ato vil cometido contra a vítima que, seis anos depois, ainda é obrigada a se recolher em uma vida de vergonha. Vejam o absurdo: a vítima foi condenada à humilhação, e o agressor segue livre, no comando do sétimo município mais populoso do Rio Grande do Sul.

Vamos acompanhar esse caso de perto, para que a Justiça seja efetivamente cumprida, dando exemplo para os agressores em potencial e evitando outros casos. Sabemos que há muito trabalho e ações a serem feitas para reduzir a violência contra a mulher – seja física ou moral.

Viamão, uma cidade pujante, com um povo ordeiro e trabalhador, uma comunidade em que praticamente a metade da população é de mulheres, tem a oportunidade de mostrar para o Brasil que não aceita nem banaliza a violência, seja contra quem for e de onde venha, principalmente contra as mulheres.

*Deputada estadual (MDB-RS) e presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia

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