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09/05/2025
 

Opinião

Olegar Lopes: “Caiense de nascimento, canoense de coração”

Redação

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Olegar Lopes – Agenda Tradicionalista

Caiense de nascimento, canoense de coração

Nascido entre os morros de Capela de Santana, distrito de São Sebastião do Caí – portanto caiense de nascimento – e vindo em 1950, com 7 anos, para Santa Rita, 2º distrito de Canoas, considero-me um canoense de coração desse município de valor que amo como se fosse minha terra natal. 

Depois de alguns anos em Santa Rita, no ano de 1972 fixei residência aqui no coração de Canoas. Mas antes disso fui caminhoneiro autônomo nos anos de 1968 e 1969, contratado por um arrozeiro que plantava o cereal no local onde atualmente está localizado o Residencial Cinco Colônias. O arroz ainda com casca ali produzido, eu transportava para beneficiamento num engenho em Guaíba. 

Passados alguns anos em Canoas, sem opção de lazer, certa noite do mês de junho de 1985, no galpão de CTG Brazão do Rio Grande, onde fui como convidado por um casal de amigos, encontrei o modelo de clube que se enquadrava com o perfil social que eu buscava para o lazer com a família. O movimento tradicionalista é o segmento social cultural mais forte de Canoas, haja vista o expressivo número de entidades tradicionalistas em atividade no nosso município, cerca de 60 – que levam o nome de Canoas por todos os recantos do Rio Grande do Sul, do país e exterior. Esse movimento teve seu início há 64 anos com a fundação do Centro Canoense de Tradições Rancho Crioulo, em 5 de junho de 1955 – entre os fundadores estava um santa-mariense ilustre, João Palma da Silva.  Oito anos após foi fundado o CTG Alma Crioula em 13 de abril de 1963 e, em 17 de junho de 1965, veio a fundação do CTG Brazão do Rio Grande para formar o tripé desse segmento social, cultural e artístico que acolhe milhares de famílias canoenses. 

É esse movimento que coloca a nossa octogenária Canoas entre os dez municípios gaúchos com maior número de entidades tradicionalistas, as quais movimentam grande parcela da população canoense com rodeios artísticos, concursos de prendas e peões, rodeios campeiros, competições de esportes tradicionalistas, bailes gauchescos, jantares e almoços. Temos ainda, em Canoas, o Acampamento Farroupilha realizado no Parque Esportivo Eduardo Gomes desde o ano de 1993, que reúne mais de cem mil pessoas durante as comemorações da Semana Farroupilha.

É nesse cenário que entra o canoense de coração e caiense de nascimento como cidadão trabalhando pelo progresso de Canoas por aproximadamente 65 anos. Durante 34 anos no tradicionalismo construí um novo perfil de vida, com maior visão dos princípios básicos de convivência social que para mim são: a ética, a moral e o respeito aos símbolos cívicos. Através de minha participação, acredito ter colaborado para o desenvolvimento do movimento tradicionalista de Canoas e do CTG Brazão do Rio Grande. Esse envolvimento com o tradicionalismo levou-me a escrever sobre assuntos referentes ao movimento, primeiro para o jornal Folha de Canoas, que era dirigido pela saudosa Marione Machado Leite. Também escrevi para os jornais Cocho de Sal de São José – S.C e Farrapos de Porto Alegre – RS, além de artigos esporádicos para outros órgãos da imprensa regionalista.

A partir de maio de 1997 passei a escrever para o jornal Timoneiro, o que veio me aproximar do jornalista Antônio Canabarro Tróis (Tonito), figura exemplar do jornalismo e da literatura canoense. Essa aproximação revelou amizade e simpatia mútua, tanto que logo passamos a nos encontrar todas as semanas para um cafezinho no Café do Amadeu para trocar ideias, o que veio a culminar com o convite para associar-me à Associação Canoense de Escritores. Como associado, participei na coletânea Contos e crônicas da ACE, livro lançado no ano de 2009, e em mais duas coletâneas. Com o incentivo do mestre Tonito, lancei-me no mundo da literatura escrevendo o livro Porteira Aberta, lançado no ano de 2012 e o livro 50 anos repontado a Tradição, lançado no ano de 2016. Minha participação na literatura proporcionou-me novas amizades com canoenses de nascimento e canoenses de coração que, assim como eu, amam a octogenária cidade de Canoas, Município de Valor.            

Texto publicado no livro Canoas 80 anos: coletânea em prosa e verso, organizado por Ancila Dani Martins.

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‘Punição exemplar para dar um basta à violência contra as mulheres’ (por Patrícia Alba – deputada estadual)

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'Punição exemplar para dar um basta à violência contra as mulheres' (por Patrícia Alba - deputada estadual)

Patrícia Alba*

Se a punição severa é a única maneira de frear os crimes contra as mulheres, quando se trata de uma autoridade, como o primeiro mandatário de uma grande cidade como Viamão, a sociedade saúda e aplaude a decisão da Justiça. O prefeito Rafael Bortoletti foi condenado pelo Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Viamão a mais de nove anos de prisão, por divulgar áudios íntimos trocados com uma mulher e por tentar silenciar testemunhas que poderiam depor contra ele na Polícia Civil.

Em qualquer sociedade, quem ocupa um cargo público deve prezar pelo respeito, integridade física, moral e intelectual dos seus cidadãos. Agora, cabe ao Legislativo municipal a reparação diante do povo de sua cidade. Votos legitimam uma eleição, mas é a conduta e comportamento do eleito que consagra sua permanência no cargo. É imperioso que os vereadores investiguem e até abram um processo para cassar o mandato. Não podem aceitar essa condenação como um evento banal ou de menor importância. Aliás, em qualquer país ou sociedade civilizada, os ocupantes de cargos dessa representatividade já teriam renunciado, imediatamente.

É inaceitável o ato vil cometido contra a vítima que, seis anos depois, ainda é obrigada a se recolher em uma vida de vergonha. Vejam o absurdo: a vítima foi condenada à humilhação, e o agressor segue livre, no comando do sétimo município mais populoso do Rio Grande do Sul.

Vamos acompanhar esse caso de perto, para que a Justiça seja efetivamente cumprida, dando exemplo para os agressores em potencial e evitando outros casos. Sabemos que há muito trabalho e ações a serem feitas para reduzir a violência contra a mulher – seja física ou moral.

Viamão, uma cidade pujante, com um povo ordeiro e trabalhador, uma comunidade em que praticamente a metade da população é de mulheres, tem a oportunidade de mostrar para o Brasil que não aceita nem banaliza a violência, seja contra quem for e de onde venha, principalmente contra as mulheres.

*Deputada estadual (MDB-RS) e presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia

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“Oportunidades perdidas!” (Por Carlos Marun – ex-Ministro)

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Oportunidades perdidas! (Por Carlos Marun - ex-Ministro)

OPORTUNIDADES PERDIDAS!

Por Carlos Marun – Advogado e ex-Ministro

Não exerço atualmente nenhuma função pública e também não sou aposentado. Sou Advogado e Engenheiro e obtenho a remuneração necessária ao meu sustento e de minha família através da prestação de serviços de advocacia e consultoria a particulares. Niels Bohr, ganhador do prêmio Nobel de Física e um dos pais do modelo atômico, declarou em determinada oportunidade: “A previsão é muito difícil, especialmente se for sobre o futuro!”. Pois bem, a obrigação do consultor é opinar, e muitas vezes sobre o futuro. Obviamente não utilizando uma bola de cristal ou poderes extra-sensoriais, mas a lógica somada a razoável conhecimento.

Acordo cedo e diariamente envio para clientes, até as 9hs da manhã, um boletim matinal com análises políticas e jurídicas sobre a vida governamental, jurídica e legislativa do país. No de 3a feira(07/01) passada, declarei pensar que o fato de a imensa maioria dos brasileiros continuarem repudiando os atos do 08 de Janeiro somado à onda de “patriotismo fraterno” decorrente da vitória de Fernanda Torres se constituíam em uma excelente oportunidade para Lula buscar atrair o Centro com gestos de pacificação. E daí opinei sobre o futuro, arriscando dizer que o Presidente da República não estava à altura de conseguir se posicionar desta forma.

Infelizmente, acertei. No dia 09/01, Lula, no lugar de agir neste sentido, retomou a verborragia tragicômica, afirmando durante visita à galeria de fotos de ex-presidentes da República que Dilma foi vítima de um golpe comandado por Temer.

Dilma caiu, na forma prevista na Constituição, porque cometeu crime de responsabilidade e porque a isto se somaram condições políticas resultantes do péssimo governo que fazia. Lula não consegue entender que Temer não é mais o Presidente da República pressionado por uma conspiração comandada pelo então Procurador Geral da República que, através de chantagem, obteve o apoio de dois dos maiores grupos econômicos do país, um do ramo das Comunicações e outro do ramo das proteínas animais.

Michel Temer é hoje enormemente reconhecido como o chefe de um exitoso Governo de Centro, que teve coragem de promover reformas fundamentais e positivas. Tão positivas que, não obstante a já citada verborragia, não foram até hoje revogadas pelo atual governo do PT. Até algumas foram levemente alteradas, mas sempre para pior.

Lula não consegue entender também que estas declarações constrangem seus aliados não PTistas ou PSOListas, muitos inclusive ministros(as) que foram na sua grande maioria favoráveis ao impeachment, inclusive votando desta forma. Constrangem de forma especial aqueles MDBistas que participam de seu governo, todos hoje concientes do avanço representado pelo breve Governo Temer.

Lula pensa que pode “comprar” o Centro com cargos. Está errado. Pode no máximo “alugar”. Ele me parece um “caso perdido” que precisa do Centro para a sua reeleição, mas que se afasta dele e dela cada vez que expressa o seu rancor pela deposição constitucional de Dilma, perfeitamente prevista no Estado Democrático de Direito do qual apregoa ser um “amante”.

Porém, como eu afirmei, consultor tem que opinar também sobre o futuro e vou então falar de outra oportunidade que provavelmente será perdida.

O Centro não tem candidato a presidência e segue como uma boiada para o matadouro, “mugindo tonta” e sabendo que ao final terá que optar entre um candidato de direita ou de esquerda. Pois bem, um simples gesto pode hoje fazer surgir este candidato.

Neste caso uma candidata. Falo de Simone Tebet e afirmo que se deixasse o Governo agora em função das palavras de Lula, estaria iniciando uma trajetória que poderia levar o Centro a Presidência em 2026. Não precisaria e nem deveria sair atirando em um governo do qual participa, mas teria que deixar claro que sai porque discorda destas palavras reincidentemente repetidas por Lula.

Conheço Simone. Trata-se de mulher capaz e honrada e que de forma alguma precisa do cargo de Ministra para viver. Mas por dever de ofício devo declarar que penso que ela não aproveitará esta oportunidade.

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“Quando o Jogo Se Torna Armadilha: A importância da Educação Financeira em Tempos de Apostas” (por Cristiane Souza)

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O crescimento das plataformas de apostas, popularmente conhecidas como “bets“, tem gerado um impacto profundo e preocupante em diferentes segmentos da população brasileira, especialmente entre as famílias em situação de vulnerabilidade econômica.

O fácil acesso a essas plataformas, aliado à promessa de ganhos rápidos, atrai indivíduos que, diante de oportunidades limitadas e dificuldades financeiras, veem no jogo uma esperança de alívio imediato. No entanto, essa promessa frequentemente se transforma em uma armadilha perigosa, levando a perdas financeiras expressivas e aumentando ainda mais a instabilidade das famílias.

Um dos aspectos mais alarmantes desse fenômeno é o uso de recursos provenientes de programas assistenciais, como o Bolsa Família, para financiar apostas. Segundo dados do Banco Central, em agosto deste ano, cerca de 3 bilhões de reais destinados a apoiar famílias em extrema pobreza foram direcionados para plataformas de apostas. Embora o Bolsa Família seja apenas uma das fontes de renda afetadas, o impacto das apostas não se restringe a esses beneficiários, atingindo diversas famílias de baixa renda que, por falta de orientação financeira, acabam comprometendo seu sustento em busca de ganhos ilusórios, oferecidos por jogos online.

Nesse aspecto, a educação financeira surge como uma ferramenta essencial para evitar que famílias sejam atraídas pelas armadilhas do jogo. Porque muitas vezes, a falta de conhecimento sobre os riscos envolvidos nas apostas e a ausência de planejamento financeiro adequado levam as pessoas a decisões impulsivas, agravando sua situação econômica. A falta de controle sobre os gastos, a tentação de compensar perdas com novas apostas e a dificuldade em priorizar necessidades básicas criam um ciclo vicioso que coloca em risco não apenas as finanças, mas também o bem-estar emocional e social dessa população.

É crucial que a educação financeira seja acessível e adaptada às realidades dessas populações, ensinando-as a planejar, poupar e gastar de forma consciente. Mais do que nunca, em um cenário de crescente popularidade das apostas, as famílias, especialmente as em situação de vulnerabilidade precisam ser capacitadas para tomar decisões financeiras responsáveis, evitando que o sonho de um ganho rápido as leve a uma armadilha de dívidas e frustrações.

Além disso, a conscientização sobre os perigos das apostas deve ser acompanhada por políticas públicas que incentivem o uso responsável dos recursos e ofereçam alternativas viáveis para melhorar a qualidade de vida dessas famílias. O jogo, em si, não é a raiz do problema, mas sim a combinação de vulnerabilidade econômica, falta de informação e ausência de planejamento financeiro que expõe famílias aos riscos das apostas.

Em tempos de apostas, é urgente reforçar a importância da educação financeira para proteger as famílias e oferecer-lhes a oportunidade de construir um futuro mais seguro e estável. Somente com conhecimento e conscientização será possível romper com o ciclo de perdas e garantir que os recursos recebidos sejam utilizados para sua verdadeira finalidade: promover dignidade e segurança.

Cristiane Souza – Educadora financeira e estudante de Psicologia

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