Destaques
Ex-procurador do município questiona Aeromóvel: “elefante branco”
O projeto de implantação do sistema Aeromóvel, idealizado durante o governo de Jairo Jorge, gerou diversas polêmicas e reviravoltas em Canoas. Ainda sem definição e com gastos que podem chegar a R$ 1 bilhão caso o projeto seja concluído, o empreendimento é questionado pelo advogado e ex-procurador do município, José Carlos Duarte. Segundo ele, há uma série de irregularidades em todo o processo de planejamento do sistema. Por conta disso, o advogado protocolou ação civil pública pedindo a suspensão de pagamentos, obras e tramites referentes à implantação do Aeromóvel.
Metroplan
“Já começou tudo errado”, afirma José, em visita à redação de O Timoneiro. De acordo com ele, o projeto deveria ter passado por análise da Metroplan para ser liberado. Em dezembro de 2016, o superintendente da Metroplan, Pedro Bisch Neto, também questionou a implantação do sistema, já que, segundo ele, a Prefeitura não respondeu às solicitações técnicas, feitas no dia 25 de julho de 2016.
Mobilidade
Para José Carlos Duarte, o ponto central é o plano de mobilidade do município: “a comunidade ainda não tomou conhecimento de qualquer plano de mobilidade urbana que estabeleça a política tarifária e outras diretrizes fundamentais para o funcionamento do sistema”. Para ele, tal insegurança se traduz em prejuízo ao cidadão canoense.
Transparência
No texto da ação, Duarte justifica sua iniciativa: “para permitir o conhecimento prévio dos estudos que embasarão a exploração do serviço público, cuja pretensão é alterar completamente o atual modelo de transporte público do município”.
Falta dinheiro
Outra preocupação do ex-procurador é com relação ao impacto orçamentário do projeto. Para ele, Canoas não terá condições de pagar a conta, que pode chegar a R$ 1 bilhão. “Teremos mais um “elefante branco”, com o agravante de que quebrará o município”, afirma Duarte.
Transporte
O advogado ainda toma como referência o aeromóvel que liga a linha do Trensurb ao aeroporto Salgado Filho. Para ele, o modal que está funcionando no local se assemelha mais a um ponto turístico do que a um veículo de transporte de massa,”seja porque o percurso é diminuto, seja pela “velocidade” que não se presta a locomoção de pessoas tendentes ao trabalho”.
Consequências
Para José Carlos, o impacto financeiro pode deixar a Prefeitura operando no vermelho: “há uma real possibilidade de quebra do caixa municipal e o consequente endividamento que comprometerá salários de funcionários municipais e até pagamentos de fornecedores de serviços essenciais”. Ainda de acordo com o advogado, a Caixa Econômica Federal “não foi diligente no estudo de viabilidade econômica do projeto e muito menos, teve o zelo de exigir uma prévia aprovação do órgão regulador, ou seja, da Metroplan, antes de liberar recursos”.
Objetivo
Na ação, o ex-procurador do município pede a concessão de liminar para “determinar a suspensão dos desembolsos por parte do município de Canoas dos valores referentes à implantação do sistema aeromóvel e a suspensão dos trâmites referentes ao lançamento do edital de concessão que pretende alterar todo o modelo de transporte público coletivo no município”. Ainda, o texto pede a determinação para que o município faça o lançamento do edital de concessão do serviço público de transporte coletivo somente após a edição do Plano de Mobilidade Urbana municipal.
O que diz a Caixa
Até o fechamento desta edição, a Caixa não se manifestou sobre o assunto.
O que diz a Aeromóvel
A reportagem tentou contato com a assessoria da empresa Aeromóvel do Brasil, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.
Destaques
Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
Destaques
Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
Destaques
DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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