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Funcionários realizam protesto e ameaçam paralisação
Um grupo de trabalhadores ligados ao Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (GAMP) realizou, na tarde da última terça-feira, 14, uma manifestação em frente ao Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC). A reivindicação dos profissionais era em relação ao atraso de salários, vale transporte, repasses de INSS e encargos trabalhistas.
Recorrente
Com medo de represálias, os funcionários conversaram com a reportagem sem revelar sua identidade. Uma das pessoas presentes afirma que o movimento ocorreu pela sucessão de atrasos desde o começo da gestão Gamp: “Não pagam FGTS, dívidas trabalhistas e sempre atrasam o vale transporte”. Outro manifestante, preocupado com o panorama que já dura quase um ano afirma que, caso os problemas continuem, haverá paralisação.
Sindisaúde/RS
O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (Sindisaúde/RS) também participou do protesto. Para o diretor de Assuntos do Interior, Julio Cesar Duarte, o Gamp não está cumprindo suas obrigações com os trabalhadores. “Fomos chamados pelo pessoal porque está se repetindo todos os meses o atraso de salários. Estamos ao lado do funcionário”, afirma o sindicalista. Como resultado da manifestação, ficou marcada para a próxima segunda-feira, 20, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, reunião geral dos trabalhadores da categoria, abrangendo também os funcionários do Hospital Universitário (HU). O encontro irá definir os próximos passos da categoria, que indica a abertura de um estado de greve.
Segurança
Em diversos momentos, durante o manifesto, ocorreram episódios de ação exagerada por parte da segurança do HPSC. O repórter de O Timoneiro, ao cobrir os fatos, foi constrangido e ameaçado por três colaboradores do setor, que “proibiam” a captura de imagens do local. Os três chegaram a cercar o repórter, um deles fazendo menção do uso de cassetete. Ainda, após o ocorrido, diversos trabalhadores procuraram a reportagem informando que haviam sido liberados por chefias para participar da manifestação, mas que depois, ao contrário do que havia sido combinado, a segurança interna impediu o retorno ao trabalho. Com a presença da reportagem, os funcionários foram liberados apenas para buscar seus pertences no interior da unidade de saúde.
O que diz o Gamp
Em nota, o Gamp afirma que “O encontro serviu para o esclarecimento de dúvidas sobre o atraso no pagamento dos salários e repasse dos vales-transportes aos funcionários. O grupo informou que nesta terça-feira o salário foi creditado. Ficou acertado, também, que novas reuniões serão realizadas para melhorar o fluxo de informações entre o sindicato e representantes do Gamp. Ao final da manifestação, os colaboradores retomaram as suas atividades normais”. Sobre fato ocorrido envolvendo o repórter do jornal O Timoneiro, o grupo afirma: “A Organização está tomando todas as medidas cabíveis para apurar a possível participação de colaboradores em uma abordagem não amigável ao profissional de imprensa. Desde já o Gamp lamenta o fato e pede desculpas, ressaltando que não compactua com este tipo de conduta”.
Destaques
Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
Destaques
DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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