Cultura
HISTÓRIAS CRUZADAS: A mulher assassinada era inocente ou culpada?
Capítulo 3 (Continuação):
por Simone Dutra
O dia amanhecera mais estranho do que o normal. A solidão companheira já não lhe caía confortavelmente e tampouco tranquilo estava, pois, a esta altura, já cogitava uma inconveniente confusão mental que a idade avançada traria. Onde estaria o casal vizinho? Pensou ser aquela mulher que batera na porta a empregada deles. Enganara-se. Sua visão estava turva e as cores não pareciam as mesmas. Vinha da cozinha o insistente chiar da chaleira de água que esquentava para o café. Imóvel, ficou ouvindo o seu cantar, tentando refazer os fatos da noite anterior até ali. A conclusão era de que nada fazia sentido sem a companhia das personagens da janela da casa em frente. Era realmente um triste despertar. Olhou mais uma vez a janela na esperança de algo ter mudado e, sem sucesso, resolveu sair para andar.
O calçadão do centro da cidade estava lotado de pessoas que corriam para seus compromissos. Sentiu saudade da juventude e medo da morte das coisas que o tempo vai levando consigo. De repente, o sol deu as caras com força e um conforto tomou conta do seu corpo como há muito tempo não sentia. Por um instante, esqueceu completamente da rotina à janela em busca de novidades alheias. Retornou para casa revigorado após ter se enxergado novamente no contexto daquela cidade que tanto amava.
Após bater a porta atrás de si, tirou o casaco, afastou as cortinas e avistou surpreso as janelas do casal vizinho totalmente escancaradas. “Que alívio, eles estão de volta e agora tudo estará normal e seguro”. Mas, ao olhar melhor, viu que dentro da casa circulavam pessoas estranhas; nem sinal do casal de quem já era íntimo. Um homem andava de um lado para o outro, falando ao celular, enquanto parte de uma outra pessoa aparecia sentada no sofá sob o reflexo da luz do dia. Não conseguia ouvir o que dizia, pois sussurrava. O homem virou e o viu espiando. Disfarçou se escondendo atrás da cortina e acompanhou dali o homem que aparentemente não havia dado importância a sua presença. Até que ouviu um grito…
Cultura
Sesc Canoas recebe espetáculos de grupos teatrais gaúchos com foco em negritude

Duas das mais importantes companhias teatrais do Rio Grande do Sul, UTA e Pretagô se reúnem em um projeto inédito de circulação por quatro cidades gaúchas.
Nos dias 27 e 28 de junho, o Sesc Canoas recebe a estreia do projeto “Encontro e Circulação de Temáticas Negras”, com a apresentação dos espetáculos “Mesa Farta”, do grupo Pretagô, e “Zaze-Zaze: uma festa para Vavó”, do grupo UTA, além de uma oficina voltada a estudantes, professores e artistas das artes cênicas.
A proposta valoriza e amplia o acesso a obras que exploram, por diferentes caminhos estéticos, temas relacionados à negritude no Brasil. “Em Mesa Farta”, o grupo Pretagô lança mão da metáfora da mesa como espaço de convívio e poder para abordar experiências negras contemporâneas, com dramaturgia construída a partir de relatos pessoais e trechos de obras clássicas da literatura dramática.
Já “Zaze-Zaze: uma festa para Vavó”, inspirado em texto de Hermes Mancilha, presta homenagem às memórias e à resistência da mulher negra brasileira por meio de um espetáculo de rua que mescla comicidade, lirismo e elementos rituais.
A programação, totalmente gratuita, começa no dia 27 de junho, sexta-feira, às 19h30, com a apresentação de “Mesa Farta” no Teatro do Sesc Canoas (Av. Guilherme Schell, 5340). Não é preciso retirar antecipadamente os ingressos. No dia seguinte, às 10h, ocorre uma oficina voltada à formação de professores, estudantes e artistas da cena, e, às 16h, o público poderá conferir “Zaze-Zaze: uma festa para Vavó” no Calçadão de Canoas (Rua Tiradentes).
“Acreditamos que esse encontro entre os grupos se justifica tanto pela troca artística proporcionada, quanto pela possibilidade de o público acessar diferentes estéticas, ainda que com pontos de contato em torno da temática negra”, explica Thiago Pirajira, professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e integrante dos dois coletivos.
Segundo ele, o projeto também atua como ferramenta de formação e enfrentamento das lacunas ainda existentes na formação de artistas e educadores para o ensino da cultura e da história negra. Além de Canoas, a circulação passará por Pelotas, Porto Alegre e Santa Maria, com apresentações de cada espetáculo e oficinas ao longo da programação.]
UTA e Pretagô: Encontro e Circulação de Temáticas Negras – Sesc Canoas
Data: De 27/06 (sexta-feira) a 28/06 (sábado)
Ingressos: Gratuitos, sem necessidade de retirada antecipada
Informações: Pelos telefones (51) 3456-2013, (51) 3464-6909, (51) 3463-6756 e (51) 3463-6733 ou pelo Whatsapp (51) 3456-2013
27/06 (sexta-feira)
“Mesa Farta”
Local: Teatro do Sesc Canoas (Av. Guilherme Schell, 5340)
Horário: 19h30
28/06 (sábado)
Oficina Formativa
Local: Teatro do Sesc Canoas (Av. Guilherme Schell, 5340). Inscrições diretamente no local.
Horário: 10h
Inscrições: No local, antes do início
“Zaze-Zaze: uma festa para Vavó”
Local: Calçadão de Canoas (Rua Tiradentes)
Horário: 16h
*No caso de chuva, o espetáculo será transferido para o Teatro do Sesc Canoas (Av. Guilherme Schell, 5340)
Cultura
Turma do Pagode retorna a Canoas com novo show no Clube Tradição, dia 27 de junho

Pontos de venda:
- Online (com taxa): https://nextingresso.com.br
- Ponto físico: Clube Tradição
- Pagamento em dinheiro: sem taxa
- Pagamento via cartão ou Pix: taxa de 10%
Horários de atendimento na bilheteria:
- Terça-feira: das 20h à 1h
- Sextas e sábados: das 17h às 4h
Informações
Cultura
Espetáculo COMA estreia em setembro em Canoas e convida o público para jornada sensorial profunda

O espetáculo COMA, com dramaturgia de Marco Marchessano (Artista e performer radicado em Canoas) e Leandro Silva (Artista bonequeiro filiado à ABTB / Centro UNIMA, diretor teatral e pesquisador), estreia em setembro, na cidade de Canoas, como uma experiência cênica que funde teatro visual, animação e tecnologias poéticas.
Ambientado entre os limites da consciência e da inconsciência, o espetáculo propõe uma imersão sensorial e emocional no universo de um homem em estado de coma, refletindo sobre a fragilidade da vida, a espiritualidade e os dilemas éticos que envolvem sua permanência ou fim.
A narrativa se constrói a partir de imagens, sons, marionete em escala real e projeções oníricas que substituem a linearidade tradicional por uma dramaturgia do sensível. O espectador é conduzido por atmosferas que transmutam uma UTI em um espaço metafísico, onde a figura do Homem em Coma flutua entre memórias, traumas e possibilidades de retorno ou partida.
A cada imagem, luz e som, o espetáculo se funde e mexe com todos os nossos sentidos, a trilha sonora pulsa como o próprio corpo em suspenso, vozes distantes, murmúrios e silêncio compõem o tecido sonoro que sustenta a jornada. Elementos visuais como projeções holográficas, animações fragmentadas e luzes líquidas criam uma atmosfera entre o concreto e o abstrato, onde o tempo se dobra e a percepção se altera.
Mais do que um espetáculo, COMA é uma travessia poética sobre a condição humana diante do limite, com poesia e silêncio, reflexões sobre a bioética dos limites da vida, a espiritualidade em estado de suspensão e a presença do afeto mesmo na ausência do corpo consciente.
Serviço:
- Espetáculo COMA
- Dramaturgia: Marco Marchessano e Leandro Silva
- Gênero: Teatro Visual, Teatro de Animação, Poéticas Tecnológicas
- Classificação: 16 anos
- Duração: 60 minutos
- Estreia: Setembro de 2025
- Cidade: Canoas (RS)
- Local, datas e ingressos: a serem divulgados em breve
- instagram @projeto.coma
- Informações: projetocoma2018@gmail.com | Marco Marchessano
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