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Problema no Igara se agrava e perturba durante a semana
Secretário do Meio Ambiente fala da possibilidade de multar estabelecimentos comerciais
A edição anterior de O Timoneiro apresentou uma reportagem sobre as festas clandestinas que estão tirando o sono dos moradores das ruas Liberdade e Rio Negro. O som alto e a realização de rachas nas madrugadas têm impedido que os moradores durmam em vários dias da semana. Os veículos dos condutores que causam o problema ficam aglomerados tanto no posto de gasolina que fica na esquina da Avenida Boqueirão com a Rua Liberdade, quanto no pátio de uma loja de pneus localizada ao lado. Nesta semana, o secretário municipal do Meio Ambiente, Cristiano Pacheco, afirmou que, se o problema não cessar, a Prefeitura pode multar os estabelecimentos e levar a situação dos reincidentes até o Ministério Público.
Situação se agrava
Na última sexta-feira, 3, nossa equipe esteve no local, após a publicação da reportagem, e testemunhou a realização de uma operação integrada entre a Prefeitura e a Brigada Militar, que realizou fiscalização nos veículos que estavam no local. No entanto, constatamos também que, menos de 30 minutos após a saída das equipes, os mesmos veículos voltaram ao local e os rachas continuaram, assim como o som alto, que ficou ainda mais intenso. Contatamos a Brigada Militar, que informou na mesma madrugada que não iria coibir a festa clandestina naquele momento, por não possuir viaturas disponíveis. Fomos informados também que a polícia pouco poderia fazer em relação ao som alto e que só a Secretaria Municipal do Meio Ambiente poderia tomar providências em relação à autuação, multa ou interdição tanto do posto quanto da loja de pneus ao lado, onde os veículos ficam estacionados e seus condutores causam o barulho.
Na noite de quarta-feira, 8, nossa equipe foi informada pelos moradores que o problema havia se agravado e que agora as festas estariam ocorrendo também no meio da semana (até a última semana elas se concentravam entre quinta-feira e domingo).
Problema itinerante
A Prefeitura afirma que tem realizado ações integradas para coibir esses atos, mas admite que o fato do problema circular pela cidade dificulta uma solução. “A situação é complexa, pois quando se consegue eliminar a concentração em um ponto, ela se transfere para outro local. De acordo com o secretário municipal de Segurança e Cidadania, Ranolfo Vieira Junior, as intervenções serão contínuas para inibir esses encontros. O GGI (Gabinete de Gestão Integrada) está atento e cuidando do assunto, que não foi abandonado”.
Punição
Em outubro de 2016, o Conatran (Conselho Nacional de Trânsito), por meio da Resolução 624, modificou o artigo 288 do Código Brasileiro de Trânsito (CBT), determinando que quem for pego perturbando o sossego público por som alto pode ser multado, mesmo sem medição do volume em decibéis. A infração continua considerada grave, com cinco pontos na carteira, com multa de R$ 195,23 e retenção do veículo.
Quem é responsável?
De acordo com a Prefeitura, nas ações integradas, participam representantes da Guarda Municipal, Brigada Militar, Polícia Civil, fiscais de Trânsito e da secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA). A dministração municipal explica que se os veículos estiverem dentro da área do posto, o estabelecimento, mesmo não sendo quem origina o som em volume elevado, pode ser enquadrado como conivente. Nesse caso, a ação é do Meio Ambiente e da Brigada Militar. Caso os veículos estejam na rua, a atribuição de multar fica a cargo da Secretaria de Transporte, através dos agentes de trânsito.
Promessa de providências
O secretário do Meio Ambiente explicou em nota enviada ao jornal O Timoneiro quais são as próximas etapas para coibir a perturbação aos moradores: “Pretendemos realizar novas ações de fiscalização nesses locais e, caso nāo cesse o problema, vamos multar também os proprietários dos estabelecimentos e encaminhar os casos reincidentes ao Ministério Público”.
O secretário destaca que o posto referido, do Igara, e mais cinco postos já se reuniram com a SMMA para receber orientações nesse sentido, mas não houve nenhuma resposta efetiva no sentido de conter a poluição sonora.
Rachas
A respeito dos rachas, a administração municipal explicou: “Nas práticas de rachas, o artigo 173 do CBT descreve a conduta infracional como “disputar corrida”. A multa, sendo considerada como infração gravíssima (sete pontos), passou a ser de R$ 1.915,40, sendo aplicada em dobro (R$ 3.830,80), no caso de reincidência no período de doze meses. Já o artigo 174 trata da promoção de competição não autorizada (ou participação como condutor), e tem as mesmas penalidades. E o mesmo caso trata o artigo 175 – utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra perigosa, mediante arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus. O GGI tem se reunido com os proprietários de postos para buscar uma solução que termine com a prática.O retorno da operação Balada Segura também será uma forma de desestimular este tipo de comportamento (rachas e som alto)”.
Destaques
Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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