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18/08/2025
 

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Ocupação termina em conflito e diferentes posições no Rio Branco

Além da acusação dos alunos de truculência da direção da escola Visconde do Rio Branco, professor se diz vítima de retaliação.

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Ocupação na Escola Visconde do Rio Branco. Foto: Bruno Lara/OT.

Ocupação na Escola Visconde do Rio Branco. Foto: Bruno Lara/OT.

Por Bruno Lara e Émerson Vasconcelos
reportagem especial

 

Por uma semana, a Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Visconde do Rio Branco ficou ocupada por alunos que se manifestavam pedindo por melhorias na estrutura da escola e em apoio à greve dos professores. Na noite da segunda-feira, 30, porém, a escola foi desocupada, inclusive com o auxílio da Brigada Militar.

Uma página na rede social Facebook (Ocupa Visconde) foi a responsável por informar aos demais matriculados na instituição e interessados no assunto as atividades dos ocupantes durante a semana. Ocupada na segunda-feira, 23, a página informou que se tratava de uma luta em prol de um “futuro melhor para nós, nossos filhos e para os nossos netos”. Ela foi a responsável por mostrar as intervenções na rua Pistóia, onde a instituição está localizada, as assembleias, os mutirões de limpeza, as aulas ministradas por professores e alunos, os dormitórios e as refeições preparadas por eles.

 

Saída

Isso acabou na segunda-feira, 30, no que um estudante de 17 anos, aluno do terceiro ano no turno da manhã, que terá a identidade preservada por ser menor de idade, acredita ter se tratado de um ato truculento da direção da escola. “De manhã a situação foi tranquila, mas a tarde foi mais truculenta, em função dos professores e não dos alunos. Os professores discutiram. Foi horrível”, relatou.

Segundo ele, a guarnição da Brigada Militar foi acionada pelos alunos ocupantes, pois alegam que três alunos do turno da noite estariam armados dentro da escola. “Eles disseram que ou a gente desocupava numa boa, ou deixariam os alunos da noite entrar, ou eles iriam chamar a patrulha de choque e nos tirariam lá de dentro a força”, disse.

A versão foi confirmada por outro aluno do terceiro ano, também menor. “A própria direção riu, debochou da gente quando a Brigada entrou. Os professores nos ofendendo. Faltaram totalmente com o respeito com a gente”, afirmou. Eles disseram, inclusive, que a diretora da escola fechou os bebedores. “Nos deixaram sem água potável”, declarou.

 

Retaliação

Em manifestação na sede da 27ª CRE, o professor Pedro Moiano (foto abaixo), que ministra aulas de sociologia, filosofia e história há 13 anos, se disse vítima de retaliação da direção da escola por apoiar a manifestação dos alunos. “Ontem (quarta-feira, 1º), me chamaram aqui na Coordenadoria e me comunicaram informalmente que a escola me colocou à disposição. Só que eu não quero sair de lá. Quero exercer o meu direito de trabalhar lá e acho que é um direito meu e vou lutar até o final”, afirmou.

Ele sustentou a tese dos alunos de que “a desocupação foi conflituosa”. Conforme informou, isso se deu “porque a direção da escola apostou no conflito entre os alunos, tanto que ela (a diretora) convocou os alunos da noite para irem ajudar ela a desocupar a escola”, disse. “Uma parte deles começou a depredar a escola. Começaram a agredir os alunos que estavam na ocupação e então a situação ficou insustentável para a questão da segurança, e aí os alunos que estavam ocupando resolveram desocupar a escola”, declarou.

“O professor é meu amigo mexeu com ele, mexeu comigo”, foi a frase escolhida pelos alunos que saíram em defesa do docente da segunda escola a ser ocupada na cidade, com cerca de 40 alunos.

O professor Pedro Moreno acredita ser vítima de retaliação. Foto: Bruno Lara/OT.

O professor Pedro Moiano acredita ser vítima de retaliação. Foto: Bruno Lara/OT.

Outro lado

Para a coordenadora da 27ª CRE, Stela Steyer, que respondeu por e-mail por alegar ter tido problemas com outros jornais do município, limitou-se a dizer que o professor “deverá comparecer a CRE para tomar conhecimento dos fatos. Foi chamado, mas não compareceu”.

Sobre a desocupação na Visconde, respondeu: “Entrei em contato com o Procurador do Estado e, juntos, faremos uma reunião, primeiramente com os professores aqui na CRE e na próxima semana com os alunos, na própria Escola”. E no que se refere à greve, disse que “os direito são os mesmos para todos, ou seja, os professores e alunos que optaram pela greve e manifestações estão no seu direito, mas também devem respeitar o direito dos professores que querem trabalhar e dos alunos que querem ter aulas, isto é democracia!!”, concluiu.

O tenente coronel do 15º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Oto Eduardo Amorim, confirmou que a Brigada esteve no local, “mas não foi uma desocupação e sim um principio de tumulto”. Segundo ele, os presentes foram revistados em função da denúncia de uma arma de fogo nas dependência da instituição. “Se alguém ligar e disser que tem alguém armado perto da escola, a gente coloca todo mundo na parede”, afirmou. Segundo ele, nenhuma arma foi encontrada na segunda-feira, 30.

Escola

Uma equipe de O Timoneiro esteve na escola na terça-feira, 31 de maio, buscando contato com a diretora da escola, que se identificou como Neiva. A mesma disse que não responderia a nada a não ser por e-mail. A mesma equipe tentou por duas vezes contato por e-mail, mas a professora não respondeu em nenhuma das tentativas. Em contato telefônico no início da tarde da quinta-feira, 2, uma funcionária da escola informou que a mesma estava doente e não poderia responder até o final desta edição.

 

#OcupaRondon

Outro Colégio ocupado é o Marechal Rondon, no bairro de mesmo nome. Ainda sem aulas e com atividades propostas e realizadas pelos alunos, o Rondon já promoveu palestras sobre DNA, vacinas, roteiro criativo, com psicólogas, advogados, rodas de debates, oficinas de preparo de refeições, além de um jardim, entre outras atividades diárias.

 

Leia sobre a Ocupação na Escola Tereza Francescutti

Leia relato da experiência dos repórteres nas ocupações

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Estado inicia repasse de R$ 179,7 milhões para sistemas de proteção contra cheias de Canoas

Redação

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Estado inicia repasse de R$ 179,7 milhões para sistemas de proteção contra cheias de Canoas

Foi efetivado pelo governador Eduardo Leite na quinta-feira, 24, o início do repasse que terá um total de R$ 179,7 milhões para o município de Canoas, por meio do programa Fundo a Fundo da Reconstrução, que integra o Plano Rio Grande.

O investimento se dará em diversas frentes de ação, como o hidrojateamento de redes de água e esgoto, a modernização de oito casas de bombas do município e a recuperação dos diques de proteção da cidade, danificados durante o evento meteorológico de 2024. Do valor total destinado a Canoas, R$ 62,8 milhões já foram depositados como primeira parcela. O restante será encaminhado conforme as entregas e obras forem sendo realizadas pela prefeitura.

“Não estamos apenas assinando um convênio, mas efetivamente depositando os recursos. Hoje, o Estado já transferiu R$ 62,8 milhões à conta do Fundo de Reconstrução do município. É a primeira parte dos R$ 179,7 milhões aprovados. A liberação é feita por etapas, à medida em que os projetos são executados”, afirmou Leite.

A destinação do Funrigs prioriza a recuperação de sistemas de proteção existentes, como forma de garantir eficácia e execução dentro do prazo previsto até 2027.

“Temos muito cuidado com a aplicação dos recursos. Cada projeto é analisado tecnicamente e validado pelo Comitê Científico, para assegurar que estamos financiando soluções consistentes e que protejam a população”, completou.

Obras vão minimizar o impacto das chuvas

O hidrojateamento permitirá a limpeza e desobstrução das redes pluviais e de esgoto, reduzindo entupimentos e prevenindo problemas futuros nas tubulações, especialmente em períodos de chuvas intensas.

A modernização das casas de bombas também está entre os projetos aprovados pelo governo do Estado. Os recursos serão utilizados na melhoria dos equipamentos e na realização de manutenções necessárias para garantir o funcionamento adequado das estruturas. Os diques que fazem a contenção da água no município receberão obras de recuperação.

“Essas obras são complexas e envolvem várias frentes e regiões densamente povoadas da cidade. Com esse apoio do Estado, vamos acelerar o ritmo e avançar nas etapas que já estavam preparadas. Estávamos tocando com recursos próprios e da venda da Corsan, mas agora podemos acelerar com segurança. O mais importante é devolver a tranquilidade às pessoas”, destacou o prefeito de Canoas, Airton de Souza.

Diques

Entre os projetos contemplados, estão a recuperação do dique da Niterói, com R$ 500 mil para contratação de projetos, e a reestruturação dos diques do Rio Branco e Matias Velho, com valores de R$ 62 milhões e R$ 34,2 milhões, respectivamente. As casas de bombas, que tiveram seu funcionamento comprometido durante a enchente, receberão R$ 78,7 milhões em obras estruturais, eletromecânicas e de automação.

O secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, reforçou que a liberação para Canoas é resultado de intenso trabalho técnico e colaboração entre as equipes estaduais e municipais. “Essa entrega só foi possível porque tivemos um esforço conjunto, com muito diálogo, ajustes de projeto e foco na solução. Canoas tem papel estratégico na proteção da Região Metropolitana, e o Estado está fazendo sua parte para garantir essa segurança”, pontuou.

Além de Porto Alegre e Canoas, que já tiveram repasses confirmados, cerca de 30 municípios manifestaram interesse e estão em diálogo com o Executivo Estadual para receber recursos do programa Fundo a Fundo da Reconstrução.

Também participaram da reunião o secretário em exercício da Fazenda, Itanielson Cruz, o vice-prefeito Rodrigo Busato e secretários municipais.

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CHUVAS: Mais de 7 mil pessoas desalojadas, quatro mortos e 146 municípios afetados no RS

Redação

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CHUVAS: Mais de 7 mil pessoas desalojadas, quatro mortos e 146 municípios afetados no RS

Devido às fortes chuvas que causam estragos em diversas cidades do Rio Grande do Sul, o governo do Estado passou a divulgar boletins com informações para a população.

Confira abaixo o relatório mais recente

  • Municípios afetados: 146
  • Pessoas em abrigos
  • Pessoas desalojadas: 7098
  • Pessoas desaparecidas: 1
  • Óbitos confirmados: 4
  • Feridos: 2
  • Pessoas resgatadas*: 733
  • Animais resgatados*: 139
  • Município com decreto de estado de calamidade pública: 1
    Jaguari
  • Municípios com decreto de situação de emergência: 26
    Dona Francisca
    Cerro Branco
    Agudo
    Nova Palma
    Cruzeiro do Sul
    Passa Sete
    São Sebastião do Caí
    Cacequi
    Rosário do Sul
    Tupanciretã
    Nova Santa Rita
    São Francisco de Assis
    Liberato Salzano
    Amaral Ferrador
    Toropi
    Montenegro
    Silveira Martins
    São Vicente do Sul
    Júlio de Castilhos
    Paraíso do Sul
    Dilermando de Aguiar
    Canoas
    General Câmara
    São Gerônimo
    Capão do Cipó

*Apenas as pessoas e os animais resgatados pelas forças de segurança do Estado.

Nível dos rios e lagos

A chuva deixou rios e lagos do Estado em situação de atenção, alguns inclusive atingindo cota de inundação. Confira:

  • Rios retornando à normalidade:
    Taquari (Santa Tereza a Bom Retiro do Sul) – Declínio dos níveis até o retorno para normalidade, com pequenas elevações em função das chuvas das últimas 24h.
    Quaraí – Tendência de declínio.
    Dona Francisca – Já declinou até retornar aos níveis normais.
  • Rios em cota de atenção:
    Taquari (Encantado) – tendência de declínio.
    Caí (Nova Palmira e Costa do Rio Cadeia) – Tendência de declínio em Nova Palmira e estabilidade em Costa do Rio Cadeia.
  • Rios em cota de alerta:
    Taquari à montante de Encantado (entre Santa Tereza a Muçum) – Tendência de lento declínio dos níveis.
    Taquari à jusante de Encantado (de Estrela/Lajeado a Porto Mariante) – Tendência de lento declínio em Estrela/Lajeado, devendo entrar em estabilidade entre Bom Retiro e Porto Mariante.
    Caí (São Sebastião do Caí) – Tendência de lento declínio.
    Guaíba – Tendência segue em estabilidade, devendo manter os níveis elevados durante os próximos dias, não tendo previsão de que os níveis atinjam as cotas de inundação do Cais Mauá (3 metros) ou da Usina do Gasômetro (3,6 metros).
    Gravataí (Gravataí e Alvorada) – Tendência de estabilidade, mantendo os níveis elevados.
    Paranhana (Taquara) – Tendência de lento declínio.
  • Rios em cota de inundação:
    Uruguai (São Borja a Uruguaiana) – Tendência de estabilidade entre São Borja e Itaqui e lenta elevação em Uruguaiana.
    Ibirapuitã (Alegrete) – Tendência de declínio, com níveis ainda em inundação ao longo do dia.
    Ibicuí (Manoel Viana) – Tendência de lento declínio, com níveis ainda em inundação ao longo do dia.
    Caí (Montenegro) – Tendência de estabilidade.
    Taquari (Taquari) – Tendência de lenta elevação, devendo entrar em estabilidade ao longo do dia.
    Jacuí (Cachoeira do Sul até São Jerônimo) – Constante declínio em Cachoeira do Sul e Rio Pardo, e variando entre estabilidade e lenta elevação em São Jerônimo.
    Jacuí (Ilhas da RMPOA) – Tendência entre estabilidade e lenta elevação, mantendo os níveis elevados nos próximos dias.
    Sinos (Campo Bom e São Leopoldo) – Tendência de lento declínio, já retornando para cota de alerta em Campo Bom.
  • Nível de rios e lagos

Mais informações

Informações sobre os pontos com bloqueios parciais e totais nas estradas do RS e situação das barragens, além dos avisos e alertas da Defesa Civil e imagens do radar meteorológico podem ser conferidas nos links abaixo.

Alertas

Para aumentar o nível de prevenção, as pessoas podem se cadastrar para receberem os alertas meteorológicos da Defesa Civil estadual. Para isso, é necessário enviar o CEP da localidade por SMS para o número 40199. Em seguida, uma confirmação é enviada, tornando o número disponível para receber as informações sempre que elas forem divulgadas.

Também é possível se cadastrar via aplicativo Whatsapp. Para ter acesso ao serviço, é necessário se registrar pelo telefone (61) 2034-4611 ou clicando aqui. Em seguida, é preciso interagir com o robô de atendimento enviando um simples “Oi”.

Após a primeira interação, o usuário pode compartilhar sua localização atual ou qualquer outra do seu interesse para, dessa forma, receber as mensagens que serão encaminhadas pela Defesa Civil estadual.

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CHUVAS: Sobe para quatro o número de mortos e mais de 130 municípios afetados no Rio Grande do Sul

Redação

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CHUVAS Sobe para quatro o número de mortos e mais de 130 municípios afetados no Rio Grande do Sul

As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul na última semana já causaram quatro mortes, segundo confirmou a Defesa Civil estadual no domingo, 22. A vítima mais recente é um homem de 59 anos, encontrado sem vida dentro de um carro no Rio Dourado, no município de Aratiba, no norte do estado.

A principal suspeita é de que o veículo tenha sido arrastado pela correnteza na última quinta-feira, 19, enquanto o homem tentava atravessar uma ponte. O desaparecimento foi registrado pela família no sábado, 21, à noite.

Além das vítimas fatais, um homem de 65 anos continua desaparecido em Candelária, na Região dos Vales. Ele estava em um carro com a esposa quando o veículo foi levado pela água na terça-feira, 17. O corpo da mulher já foi localizado.

De acordo com o boletim mais recente da Defesa Civil, divulgado na manhã desta segunda-feira, 23, 132 municípios relataram prejuízos em decorrência das chuvas. Ao todo, 6.258 pessoas estão desalojadas, e 1.071 estão abrigadas em 41 locais de acolhimento.

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Graduação Lasalle

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