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Fim das escoras em postes de energia elétrica da cidade
O Projeto de Lei (PL) do vereador José Carlos Patricio (PSD), aprovado pela Câmara na sessão desta quarta-feira, 20, pretende proibir a colocação de escoras nos postes de energia elétrica da cidade.
No caso de deterioração e risco de queda do poste de madeira devido a qualquer fenômeno da natureza, como temporais e vendavais e, até mesmo, o desgaste natural do poste devido ao lapso temporal, a empresa concessionária ficaria obrigada a retirá-lo por completo e fazer a colocação e instalação de um novo poste de concreto no local.
O PL 11/2016 prevê que o munícipe deverá oficiar e contatar a empresa sobre o problema com o poste através de protocolo. A partir do recebimento do ofício, a concessionária teria o prazo de cinco dias úteis para adotar as providências e instalar o novo poste. Para aqueles que já estão com escora, o prazo estipulado seria de 90 dias.
O descumprimento da lei, se sancionada pelo prefeito Jairo Jorge (PT), acarretará multa diária, calculada pelo setor competente da administração pública, à empresa concessionária, até o cumprimento das medidas e diligências. “Com o passar do tempo os postes de madeira apodrecem devido à exposição ao sol, chuva e frio e, muitas vezes, são tomados por cupins, tornando-se um risco caso venham a cair. Com a colocação de postes de concreto, o risco de queda é menor, elevando os níveis de segurança e confiabilidade na distribuição de energia elétrica”, afirma o vereador Patricio.
Postes de madeira
Em sessão plenária no dia 31 de março, a Câmara aprovou o Projeto de Lei Municipal 12/2016, que determina a extinção de todos os postes de madeira na cidade. De acordo com o texto do vereador Ivo Lech (PMDB), a AES Sul teria 24 meses para se adequar à proposta.
“Este projeto é uma tentativa de instigar o poder público e a população. Não podemos mais ficar agradando a direção da AES Sul. Não podemos mais ser tratados por eles como bobos, como idiotas”, assinalou Lech. Para o legislador, o atual quadro de estruturas elétricas em Canoas preocupa os vereadores, e não há transparência ou eficiência nos serviços prestados pela empresa concessionária. “Eu sei que o projeto deve ser vetado pelo prefeito Jairo Jorge, mas faço a minha parte”, admitiu.
Fios excedentes
Além do projeto aprovado, há outras iniciativas em curso no Legislativo canoense. O texto 25/2016, do vereador José Carlos Patrício (PSD), tem dois objetivos: permitir que a Prefeitura notifique a AES Sul e demais empresas que usam a rede de postes para retirarem excedentes de fios, quando existirem; e a obrigatoriedade destas mesmas empresas em identificar a fiação utilizada nos postes, de forma a permitir sua plena identificação pelos cidadãos canoenses.
Segundo Patrício, hoje o usuário está perdido em relação às origens dos fios e a quem recorrer quando há sobras, quebras e outros problemas na rede, que tornaram-se mais frequentes nos últimos anos. “Para mim, a AES Sul deixou a cidade atirada. Eles constantemente faltam com a responsabilidade enquanto concessionários”, apontou o vereador.
Na oportunidade, a AES Sul, via assessoria de imprensa, dizia acreditar que, mesmo se tornado Lei, os textos podem ter efeito nulo. “Observamos, no entanto, que a concessão da distribuição de energia elétrica no Brasil obedece legislação federal e as normas são elaboradas e aprovadas pelo órgão regulador, que é a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).”
Destaques
Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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