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29/10/2025
 

Comunidade

Para metalúrgicos da MWM, sindicato falhou na negociação

Empresa fechou as portas, definitivamente, na última sexta-feira, 12. Metalúrgicos reclamam

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Vitor é uma das lideranças dos trabalhadores do MWM. Foto: Bruno Lara/OT - arquivo

Vitor é uma das lideranças dos trabalhadores do MWM. Foto: Bruno Lara/OT – arquivo

O convidado do programa OT Notícias da última sexta-feira, 12, foi Vitor Luiz Schwertner, um dos líderes. Para a web rádio canoense, Vitor, que é um dos líderes dos metalúrgicos que trabalham na fábrica levantou temas importantes. Em seu entendimento, houve uma falha política nas tentativas de manter os mais de 1.300 postos de trabalho que a empresa mantinha.

“Os metalúrgicos de Canoas estão de luto, pois hoje é o encerramento das atividades da segunda maior fábrica de Canoas. O processo começou com a denúncia de O Timoneiro. Nós éramos 1.300 trabalhadores e hoje se vão os últimos 200”, comentou.

O processo se finalizou por volta das 10 horas da manhã. “Entramos com o último motor na linha e nesse momento se finalizou a produção. Foi o encerramento das atividades”, lamentou o trabalhador.  A empresa se instalou no município em 1995, comprando parte de outra empresa, a Massey Fergusson.

Em 2011, no auge, foi então firmado um contrato com a multinacional General Motors (GM) para a fabricação, segundo Vitor, de 45 mil motores por ano. “Eles fizeram uma antecipação do encerramento deste contrato. Ele iria até outubro de 2018, então houve uma negociação entre as duas empresas que acharam mais conveniente e lucrativo encerrar este contrato. A Caminhonete a qual nós fabricávamos o motor, a S10, ainda é líder de mercado. Então de algum lugar esses motores devem vir”, salienta.

 

Fábrica de caminhões fantasma

Segundo o metalúrgico, um dos motivos de indignação é que o prefeito Jairo Jorge (PT) estava presente quando se inaugurou uma fábrica de caminhões, mas não quando a mesma fechou. “Uma fábrica fantasma, que foi usada para, na verdade, transferir a usinagem para São Paulo, que tinha um centro de usinagem, e se colocou uma fábrica de caminhões da International dentro deste pavilhão”, denuncia Schwertner.

“Essa fábrica estava em Caxias, mas é um modelo de caminhões que não conquistou o mercado. Um caminhão ultrapassado americano, então se pegou dinheiro público para instalar esta fábrica. Hoje ela está cheia de caminhões parados porque ainda tem envolvimento com o dinheiro público e eles não podem terminar com o CNPJ. Puxaram todos os caminhões para dentro da fábrica onde era a linha de montagem. Deve ter mais de 50, 60 caminhões parados, de fachada, como se houvesse a fábrica. Funcionou um ano no mesmo endereço. Exatamente um ano”, explica o trabalhador.

Esses motores, segundo ele, eram montados em Caxias, com uma parceria. “Prepararam a fábrica para vender, para fazer uma parceria com um grupo chinês de caminhões. Para que este negócio fosse viável, eles fizeram uma linha de caminhões dentro dessa fábrica. E aí começa a briga com a GM. Uma briga combinada entre as duas partes, pois era interessante, naquele momento, romper o contrato para conseguir instalar uma fábrica de caminhões. E naquela época, de um a um ano e meio atrás, os chineses ainda vinham investindo muito no Brasil. Então se viu uma grande oportunidade de fazer uma parceria com um grupo chinês e por isso se começa a desativar a fábrica de motores. A parceria não se concretizou. Fizeram um mal negócio, mas um negócio planejado”, diz.

Essa fábrica, conforme informou Victor, tem várias linhas de financiamento, das quais a empresa foi beneficiada para se instalar em Canoas para vender motores. “Tinha uma reposição de peças que veio a dez anos para Canoas que é um centro de distribuição de peças, uma logística, um negócio milionário, com uma renda mensal de 30 milhões. Faturava 1 milhão por dia. Tava a todo o vapor e se transferiu para São Paulo. Há exatamente 20 anos atrás, quando veio motores para Canoas, também veio com incentivos fiscais. Terminou, eles erguem a bandeira e vão embora”, critica o metalúrgico que fala em nome dos demais.

 

Denúncia ao vento

O deputado estadual Pedro Ruas (PSOL) foi quem representou os trabalhadores da MWM na Assembleia Legislativa, “mas não teve o respaldo que achávamos que iria ter”, salienta. O parlamentar orientou os manifestantes a procurar o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Delegacia Regional do Trabalho (DRT). “E nós fizemos todo esse processo. Na delegacia, nós fizemos essa denúncia, mas praticamente foi como fazer uma denúncia ao vento. No MPT, estamos com ela encaminhada, com um abaixo assinado de com mais de 200 pessoas, inclusive anexado a essa denúncia, e estamos esperando o retorno. Está nas mãos do Ministério Público que é a última esperança”, lamenta.

 

Sindicato falhou

Para Vitor, o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas falho no seu dever de lutar pelo direito dos trabalhadores. “Nós estamos no processo há um ano e o sindicato dos metalúrgicos de Canoas, através da sua direção, até este momento, não foi realizada nenhuma assembleia com os trabalhadores para discutir a situação”, denuncia. “Um sindicato que sempre foi a vanguarda da luta em Canoas, que saiu as grandes lideranças políticas Marco Maia, (Paulo) Paim, Nelsinho Metalúrgico. Porque não conversar com os trabalhadores? Por que não fazer uma assembleia? Estava em jogo comunidades de Canoas, uma boa parte. Quantas pessoas foram largadas na rua?”, questiona as lideranças municipais.

“Estava conversando ontem com os primeiro que saíram, que já fecha um ano. A grande maioria não conseguiu nada. Nem se quer uma entrevista para um emprego”, conta.

Para Vitor, um dos grandes problemas foi o modo como se deu a negociação. “A comissão negociou a portas fechadas. Não envolveu os trabalhadores, não perguntou se os trabalhadores estavam dispostos a isso. Os supervisores passaram postos por postos de trabalho obrigando os trabalhadores a assinar. Intimidando. Essa foi a assembleia falcatrua que o Paim se referiu”, faz menção a última reportagem publicada por O Timoneiro anteriormente.

 

Sem assembleia?

Por mais que o diretor diga que participou pessoalmente das conversas com a comissão e os trabalhadores, alguns acreditam que não seja verdade. “Tenho um abaixo assinado que garante que os trabalhadores não realizaram nenhuma assembleia. Eles (sindicato) negociaram a participação dos lucros e uma comissão de fábrica, a qual eu também fiz parte por três anos. Aproveitaram um momento que a grande maioria da fábrica estava de férias por a produção ser baixa, estávamos em férias coletiva. Apenas um setor, o dos caminhões, com 36 trabalhadores, estava na ativa. Ele foi, juntamente com o diretor da empresa, e apresentou aquela lista para pegar as assinaturas renovando a comissão de fábrica, colocando nomes completamente desconhecido, que nunca estiveram a frente dos trabalhadores, uma comissão para que a empresa pudesse negociar como ela quisesse, essa é a denúncia que estamos fazendo. E com os trabalhados assustados, perdendo o empregos, coletaram assinaturas sem expor realmente o que estava acontecendo”, dá a sua versão.

 

Com assembleia

Para Cledenir Dias Paim, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas, a informação do metalúrgico não condiz com a verdade. “Foi feita assembleia. Uma assembleia é o começo de um processo. Todos os acordos a gente deposita no Ministério do Trabalho. Todos os acordos são depositados. Não é verdadeiro. Tem assinaturas da maioria”, comenta.

O diretor admite que alguns não foram acompanhados. “Tem um turno, de umas 40 pessoas, que não foi acompanhado pelo sindicato. Tinha uma turma que estava retornando, era o primeiro dia de trabalho, às 6 horas da manhã, eu falei na assembleia. A comissão mais três pessoas colocou. Quem tem que dar proposta não é o trabalhador, mas a empresa”, afirma.

“A pessoa que se sentir lesada pode procurar os seus direitos”, garantiu o diretor sem se ater as demandas políticas. “Eu nego isso. Houve uma fala com a comissão de negociação e depois foi estendida a todos os demais envolvidos”, argumentou. Segundo ele, a acusação de uma comissão fantasma é descabida.

Isto porque a mesma constituída dentro da própria empresa, por pessoas que lá trabalham. “É uma comissão constituída dentro do chão de fábrica com aclamação dos demais, da maioria, e isso também está no mediador. Qualquer problema é ir ao Ministério do Trabalho”, conclui.

 

Pegar ou largar

Para Vitor, o que o sindicato chama de assembleia foi, na verdade, o anúncio do fechamento da empresa. “Ele diz que houve assembleia quando o diretor da empresa, senhor Paulo Borba, anuncia o calendário de fechamento da empresa. Ele faz o pronunciamento, reúne toda a fábrica, sem a participação de nenhum diretor de sindicato, e faz o pronunciamento do fechamento da empresa e o pacote de como iria ser”, afirma.

Para o metalúrgico tudo isso é muito estranho. “Um contrato milionário que foi rompido com a GM que tinha uma multa rescisória inicial de R$ 150 milhões. E quem está pagando nossa rescisão hoje é a GM, dando dois salários e meio a mais das pessoas que estão indo para a rua. O sindicato não teve participação nenhuma nisso. O próprio Paulo Borba disse: “eu não dei oportunidade para negociação. Era pegar ou largar”. Cadê o sindicato que fazia a luta? Com 1.300 trabalhadores dispostos a luta. Porque ela não foi feita?”, questiona

 

 

Ouça entreviste de Victor ao programa O Timoneiro Notícias na sexta-feira, 12:

 

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Canoas é um dos municípios selecionados para programa de implantação e custeio de cozinhas comunitárias

Redação

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Canoas é um dos municípios selecionados para programa de implantação e custeio de cozinhas comunitárias

O governo do Estado publicou, nesta segunda-feira, 20, o resultado final dos municípios selecionados para o Programa Prato Gaúcho (PPG). A iniciativa é destinada à implantação de cozinhas comunitárias e apoio ao custeio de refeições para o atendimento à população em situação de vulnerabilidade social em municípios afetados pelas enchentes de abril e maio de 2024.

Foram selecionados 52 municípios, sendo 35 para a modalidade de implantação de cozinha comunitária sem espaço de refeitório e 17 para a modalidade que conta com refeitório no local.

edital do PPG foi publicado em 23 de setembro pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). As prefeituras tiveram até 9 de outubro para encaminhar manifestação de interesse. A divulgação do resultado preliminar ocorreu no dia 14 de outubro.

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Paróquia Nossa Senhora Aparecida é homenageada na Câmara pelos seus 30 anos de história no Guajuviras

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Paróquia Nossa Senhora Aparecida é homenageada na Câmara pelos seus 30 anos de história no Guajuviras

Durante a sessão ordinária de quinta-feira, 2, a Câmara Municipal de Canoas abriu espaço no Grande Expediente para celebrar os 30 anos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, localizada no bairro Guajuviras. A homenagem foi proposta pelo vereador Aloísio Bamberg (PSDB), que ressaltou a importância histórica e social da comunidade católica na região.

Ao justificar o requerimento, Bamberg lembrou que a paróquia nasceu em meio às dificuldades vividas por famílias que ocupavam áreas ainda em processo de regularização. “Passaram vários padres pela paróquia. E nós temos a satisfação de hoje estar aqui com o padre Cláudio Dami, que tem a oportunidade de ajudar a festejar esses anos de história da paróquia do Guajuviras”, afirmou.

Bamberg também destacou a atuação da paróquia nos momentos mais críticos do bairro: “A São Miguel era uma ocupação, a São João era uma ocupação. E com a criação das associações de moradores, nós tivemos a oportunidade de manter e evitar as reintegrações”. Para ele, a presença da Igreja foi decisiva na consolidação do Guajuviras como um dos maiores bairros da cidade. “Hoje a paróquia se mantém viva, com estrutura pequena, mas com uma comunidade cada vez maior”, completou.

Vivian Ferreira, coordenador do Conselho Paroquial de Pastoral (CPP), também fez uso da palavra para reforçar o caráter comunitário da paróquia.

“Hoje, nossa paróquia é composta por sete comunidades que, juntas, atendem toda a extensão do nosso bairro. Somos um espaço de acolhida e evangelização que se traduz em muitas frentes de serviço”, pontuou.

Ferreira elencou as diversas ações desenvolvidas pelas pastorais da Igreja, como a catequese com mais de 100 crianças e jovens, a Pastoral da Criança, que acompanha cerca de 70 famílias, e a Pastoral da Caridade, que assiste mensalmente mais de 110 famílias com apoio material e espiritual.

“Tudo isso mostra que a Paróquia Nossa Senhora Aparecida não é apenas uma igreja, mas uma comunidade viva e missionária”, resumiu.

Encerrando a homenagem, o pároco Cláudio Dami, que está há oito meses à frente da paróquia, também se pronunciou.

“Posso dizer, vereador, que estou no céu. Pela acolhida do povo, pelo trabalho, pela cooperação de todos os envolvidos”, disse. Dami assumiu a paróquia após duas décadas atuando como capelão da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. O padre fez questão de lembrar a trajetória de fé que antecedeu a criação oficial da paróquia, em 12 de outubro de 1995, e nomeou os párocos que o antecederam. “A devoção à Nossa Senhora Aparecida já era forte antes mesmo da fundação da paróquia”, relembrou.

Durante seu discurso, Dami também fez um convite público aos vereadores para participarem da celebração dos 30 anos, marcada para o próximo dia 12, com missa, bolo e confraternização. “Que nós possamos caminhar juntos, melhorando a nossa cidade, nosso bairro, e também a nossa relação entre nós mesmos”, concluiu.

A sessão terminou com a entrega simbólica da homenagem à Paróquia Nossa Senhora Aparecida e com o reconhecimento, por parte dos vereadores presentes, do papel fundamental da Igreja no desenvolvimento social e espiritual do Guajuviras ao longo das últimas três décadas.

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26ª Semana da Pessoa Idosa tem programação com gincana em Canoas

Redação

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26ª Semana da Pessoa Idosa tem programação com gincana em Canoas

A 26ª Semana da Pessoa Idosa segue com a sua programação na quinta-feira, 2, com a gincana dos Grupos de Idosos das Unidades de Saúde, no Centro de Convivência do Idoso.

O quê: Gincana dos Grupos de Idosos das Unidades de Saúde
Data: Quinta-feira (2)
Horário: 14h às 16h
Local: Centro de Convivência do Idoso – Rua Clemente Pinto, 92, Nossa Senhora das Graças

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