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28/06/2025
 

Comunidade

Para metalúrgicos da MWM, sindicato falhou na negociação

Empresa fechou as portas, definitivamente, na última sexta-feira, 12. Metalúrgicos reclamam

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Vitor é uma das lideranças dos trabalhadores do MWM. Foto: Bruno Lara/OT - arquivo

Vitor é uma das lideranças dos trabalhadores do MWM. Foto: Bruno Lara/OT – arquivo

O convidado do programa OT Notícias da última sexta-feira, 12, foi Vitor Luiz Schwertner, um dos líderes. Para a web rádio canoense, Vitor, que é um dos líderes dos metalúrgicos que trabalham na fábrica levantou temas importantes. Em seu entendimento, houve uma falha política nas tentativas de manter os mais de 1.300 postos de trabalho que a empresa mantinha.

“Os metalúrgicos de Canoas estão de luto, pois hoje é o encerramento das atividades da segunda maior fábrica de Canoas. O processo começou com a denúncia de O Timoneiro. Nós éramos 1.300 trabalhadores e hoje se vão os últimos 200”, comentou.

O processo se finalizou por volta das 10 horas da manhã. “Entramos com o último motor na linha e nesse momento se finalizou a produção. Foi o encerramento das atividades”, lamentou o trabalhador.  A empresa se instalou no município em 1995, comprando parte de outra empresa, a Massey Fergusson.

Em 2011, no auge, foi então firmado um contrato com a multinacional General Motors (GM) para a fabricação, segundo Vitor, de 45 mil motores por ano. “Eles fizeram uma antecipação do encerramento deste contrato. Ele iria até outubro de 2018, então houve uma negociação entre as duas empresas que acharam mais conveniente e lucrativo encerrar este contrato. A Caminhonete a qual nós fabricávamos o motor, a S10, ainda é líder de mercado. Então de algum lugar esses motores devem vir”, salienta.

 

Fábrica de caminhões fantasma

Segundo o metalúrgico, um dos motivos de indignação é que o prefeito Jairo Jorge (PT) estava presente quando se inaugurou uma fábrica de caminhões, mas não quando a mesma fechou. “Uma fábrica fantasma, que foi usada para, na verdade, transferir a usinagem para São Paulo, que tinha um centro de usinagem, e se colocou uma fábrica de caminhões da International dentro deste pavilhão”, denuncia Schwertner.

“Essa fábrica estava em Caxias, mas é um modelo de caminhões que não conquistou o mercado. Um caminhão ultrapassado americano, então se pegou dinheiro público para instalar esta fábrica. Hoje ela está cheia de caminhões parados porque ainda tem envolvimento com o dinheiro público e eles não podem terminar com o CNPJ. Puxaram todos os caminhões para dentro da fábrica onde era a linha de montagem. Deve ter mais de 50, 60 caminhões parados, de fachada, como se houvesse a fábrica. Funcionou um ano no mesmo endereço. Exatamente um ano”, explica o trabalhador.

Esses motores, segundo ele, eram montados em Caxias, com uma parceria. “Prepararam a fábrica para vender, para fazer uma parceria com um grupo chinês de caminhões. Para que este negócio fosse viável, eles fizeram uma linha de caminhões dentro dessa fábrica. E aí começa a briga com a GM. Uma briga combinada entre as duas partes, pois era interessante, naquele momento, romper o contrato para conseguir instalar uma fábrica de caminhões. E naquela época, de um a um ano e meio atrás, os chineses ainda vinham investindo muito no Brasil. Então se viu uma grande oportunidade de fazer uma parceria com um grupo chinês e por isso se começa a desativar a fábrica de motores. A parceria não se concretizou. Fizeram um mal negócio, mas um negócio planejado”, diz.

Essa fábrica, conforme informou Victor, tem várias linhas de financiamento, das quais a empresa foi beneficiada para se instalar em Canoas para vender motores. “Tinha uma reposição de peças que veio a dez anos para Canoas que é um centro de distribuição de peças, uma logística, um negócio milionário, com uma renda mensal de 30 milhões. Faturava 1 milhão por dia. Tava a todo o vapor e se transferiu para São Paulo. Há exatamente 20 anos atrás, quando veio motores para Canoas, também veio com incentivos fiscais. Terminou, eles erguem a bandeira e vão embora”, critica o metalúrgico que fala em nome dos demais.

 

Denúncia ao vento

O deputado estadual Pedro Ruas (PSOL) foi quem representou os trabalhadores da MWM na Assembleia Legislativa, “mas não teve o respaldo que achávamos que iria ter”, salienta. O parlamentar orientou os manifestantes a procurar o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Delegacia Regional do Trabalho (DRT). “E nós fizemos todo esse processo. Na delegacia, nós fizemos essa denúncia, mas praticamente foi como fazer uma denúncia ao vento. No MPT, estamos com ela encaminhada, com um abaixo assinado de com mais de 200 pessoas, inclusive anexado a essa denúncia, e estamos esperando o retorno. Está nas mãos do Ministério Público que é a última esperança”, lamenta.

 

Sindicato falhou

Para Vitor, o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas falho no seu dever de lutar pelo direito dos trabalhadores. “Nós estamos no processo há um ano e o sindicato dos metalúrgicos de Canoas, através da sua direção, até este momento, não foi realizada nenhuma assembleia com os trabalhadores para discutir a situação”, denuncia. “Um sindicato que sempre foi a vanguarda da luta em Canoas, que saiu as grandes lideranças políticas Marco Maia, (Paulo) Paim, Nelsinho Metalúrgico. Porque não conversar com os trabalhadores? Por que não fazer uma assembleia? Estava em jogo comunidades de Canoas, uma boa parte. Quantas pessoas foram largadas na rua?”, questiona as lideranças municipais.

“Estava conversando ontem com os primeiro que saíram, que já fecha um ano. A grande maioria não conseguiu nada. Nem se quer uma entrevista para um emprego”, conta.

Para Vitor, um dos grandes problemas foi o modo como se deu a negociação. “A comissão negociou a portas fechadas. Não envolveu os trabalhadores, não perguntou se os trabalhadores estavam dispostos a isso. Os supervisores passaram postos por postos de trabalho obrigando os trabalhadores a assinar. Intimidando. Essa foi a assembleia falcatrua que o Paim se referiu”, faz menção a última reportagem publicada por O Timoneiro anteriormente.

 

Sem assembleia?

Por mais que o diretor diga que participou pessoalmente das conversas com a comissão e os trabalhadores, alguns acreditam que não seja verdade. “Tenho um abaixo assinado que garante que os trabalhadores não realizaram nenhuma assembleia. Eles (sindicato) negociaram a participação dos lucros e uma comissão de fábrica, a qual eu também fiz parte por três anos. Aproveitaram um momento que a grande maioria da fábrica estava de férias por a produção ser baixa, estávamos em férias coletiva. Apenas um setor, o dos caminhões, com 36 trabalhadores, estava na ativa. Ele foi, juntamente com o diretor da empresa, e apresentou aquela lista para pegar as assinaturas renovando a comissão de fábrica, colocando nomes completamente desconhecido, que nunca estiveram a frente dos trabalhadores, uma comissão para que a empresa pudesse negociar como ela quisesse, essa é a denúncia que estamos fazendo. E com os trabalhados assustados, perdendo o empregos, coletaram assinaturas sem expor realmente o que estava acontecendo”, dá a sua versão.

 

Com assembleia

Para Cledenir Dias Paim, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas, a informação do metalúrgico não condiz com a verdade. “Foi feita assembleia. Uma assembleia é o começo de um processo. Todos os acordos a gente deposita no Ministério do Trabalho. Todos os acordos são depositados. Não é verdadeiro. Tem assinaturas da maioria”, comenta.

O diretor admite que alguns não foram acompanhados. “Tem um turno, de umas 40 pessoas, que não foi acompanhado pelo sindicato. Tinha uma turma que estava retornando, era o primeiro dia de trabalho, às 6 horas da manhã, eu falei na assembleia. A comissão mais três pessoas colocou. Quem tem que dar proposta não é o trabalhador, mas a empresa”, afirma.

“A pessoa que se sentir lesada pode procurar os seus direitos”, garantiu o diretor sem se ater as demandas políticas. “Eu nego isso. Houve uma fala com a comissão de negociação e depois foi estendida a todos os demais envolvidos”, argumentou. Segundo ele, a acusação de uma comissão fantasma é descabida.

Isto porque a mesma constituída dentro da própria empresa, por pessoas que lá trabalham. “É uma comissão constituída dentro do chão de fábrica com aclamação dos demais, da maioria, e isso também está no mediador. Qualquer problema é ir ao Ministério do Trabalho”, conclui.

 

Pegar ou largar

Para Vitor, o que o sindicato chama de assembleia foi, na verdade, o anúncio do fechamento da empresa. “Ele diz que houve assembleia quando o diretor da empresa, senhor Paulo Borba, anuncia o calendário de fechamento da empresa. Ele faz o pronunciamento, reúne toda a fábrica, sem a participação de nenhum diretor de sindicato, e faz o pronunciamento do fechamento da empresa e o pacote de como iria ser”, afirma.

Para o metalúrgico tudo isso é muito estranho. “Um contrato milionário que foi rompido com a GM que tinha uma multa rescisória inicial de R$ 150 milhões. E quem está pagando nossa rescisão hoje é a GM, dando dois salários e meio a mais das pessoas que estão indo para a rua. O sindicato não teve participação nenhuma nisso. O próprio Paulo Borba disse: “eu não dei oportunidade para negociação. Era pegar ou largar”. Cadê o sindicato que fazia a luta? Com 1.300 trabalhadores dispostos a luta. Porque ela não foi feita?”, questiona

 

 

Ouça entreviste de Victor ao programa O Timoneiro Notícias na sexta-feira, 12:

 

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Comunidade

Moradores que decidiram permanecer na Praia do Paquetá recebem auxílio da Defesa Civil

Redação

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Moradores que decidiram permanecer na Praia do Paquetá recebem auxílio da Defesa Civil

De acordo com a gestão municipal, desde a quinta-feira, 19, quando as águas começaram a subir na Praia do Paquetá, a comunidade local começou a receber suporte da Prefeitura de Canoas, com coordenação da Defesa Civil e contando com a ação integrada entre diversas secretarias.

Entre as ações voltadas a quem optou por permanecer no local, ocorreram entregas de cestas básicas e suporte com acolhimento a famílias atingidas, além de resgate de pets encontrados na região. Na localidade vivem 120 famílias, das quais 100 optaram por permanecer nas suas casas.

Para o secretário da Defesa Civil e Resiliência Climática, Vanderlei Marcos, a estratégia prioritária é antecipar o suporte humanitário, mitigando o impacto sobre a vida das pessoas. Além da entrega de ranchos completos, a Defesa Civil atuou no alerta sobre riscos e na oferta de transporte para quem necessitasse buscar segurança por decorrência da cheia.

Já o secretário da Assistência Social, Márcio Freitas, trabalhou na entrega de alimentos e comandou o serviço de abrigos públicos para desalojados. A secretária de Bem-estar Animal, Paula Lopes, liderou o resgate de bichinhos de estimação para castração e encaminhamento a tutores. As atividades prosseguirão ao longo do final de semana.

“A nossa comunidade vive da pesca e do turismo. Com o tempo adverso, não tem como pescar, nem tem pessoas para comprar nosso pescado. Esse alimento garante segurança para estes dias difíceis”, pontuou o presidente da Associação de Moradores e Pescadores da Praia de Paquetá, Paulo Denilto.

Moradora de Paquetá, Elisabete Saroba agradeceu o donativo que irá manter a família formada por sete pessoas, cujos adultos trabalham na pesca e na construção, pelas próximas semanas. A Defesa Civil mantém plantão na entrada do bairro para orientar e transportar pessoas para acolhimento. As demais áreas da cidade não apresentam mais zonas de alagamento.

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Abrigo em Canoas acolhe 129 pessoas atingidas pelas fortes chuvas da madrugada

Redação

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Abrigo em Canoas acolhe 129 pessoas atingidas pelas fortes chuvas da madrugada

Na tarde desta quarta-feira, 18, a cidade de Canoas segue monitorando os impactos das fortes chuvas registradas na noite anterior. De acordo com informações da Secretaria Municipal de Assistência Social, 129 pessoas seguem acolhidas no Ginásio São Luís, no bairro São Luís.

O abrigo emergencial foi estruturado para garantir acolhimento seguro e digno à população afetada. Além disso, 35 pessoas que estavam abrigadas já puderam retornar com segurança para suas residências no bairro Mathias Velho, uma das regiões mais atingidas.

A Prefeitura reforça que permanece mobilizada, por meio de suas equipes técnicas e voluntários, para oferecer suporte imediato às famílias em situação de vulnerabilidade durante este período de instabilidade climática. A estrutura no Ginásio São Luís conta com alimentação, espaço para higiene, roupas, colchões, atendimento ambulatorial e também acolhimento de animais de estimação.

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Comunidade

Canoas lança Campanha do Agasalho 2025 com o tema “O seu roupeiro não sente frio”

Redação

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Canoas lança Campanha do Agasalho 2025 com o tema “O seu roupeiro não sente frio

Com o tema “O seu roupeiro não sente frio – desapegue do que você não usa mais e aqueça quem precisa”, a Campanha do Agasalho 2025 de Canoas foi lançada oficialmente na manhã de sábado, 14, durante a 3ª edição do evento Prefeitura na Tua Casa, na Praça Dona Mocinha, no bairro Niterói.

A iniciativa busca mobilizar a comunidade para a doação de roupas e cobertores, com foco no acolhimento das pessoas em situação de vulnerabilidade social e em situação de rua. Diante da antecipação das ondas de frio, antes mesmo do início oficial do inverno, a campanha ganha ainda mais relevância neste momento.

Neste ano, a ação contará com telebusca de doações, facilitando a entrega dos itens pela população, além de uma parceria com uma lavanderia industrial de Cachoeirinha, que garantirá a higienização das peças arrecadadas.

Coordenada pela Secretaria Municipal da Defesa Civil e Resiliência Climática, a campanha envolve a parceria das secretarias de Assistência Social, Segurança Pública, Desenvolvimento Econômico e Inovação e Cidadania, Mulher e Inclusão, integrando esforços para ampliar o alcance das ações.

O secretário da Defesa Civil e Resiliência Climática, Vanderlei Marcos, ressaltou o papel fundamental da população na construção de uma cidade mais solidária:

“Essa campanha é um esforço coletivo que depende do engajamento de toda a sociedade. Cada doação representa uma barreira contra o frio para quem não tem proteção. Nosso trabalho é garantir que esses itens cheguem com dignidade a quem mais precisa, e para isso, contamos com o espírito solidário dos canoenses.”

Durante o lançamento, o prefeito em exercício Rodrigo Busato destacou a importância da união da sociedade em torno da causa.

“A Campanha do Agasalho é mais do que uma ação de inverno, é um gesto de cuidado com quem mais precisa. Cada peça doada representa acolhimento e respeito. Nosso compromisso de governo é garantir que nenhum canoense enfrente o frio sem o mínimo necessário para se proteger”, afirmou Rodrigo Busato.

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