Comunidade
Para metalúrgicos da MWM, sindicato falhou na negociação
Empresa fechou as portas, definitivamente, na última sexta-feira, 12. Metalúrgicos reclamam
O convidado do programa OT Notícias da última sexta-feira, 12, foi Vitor Luiz Schwertner, um dos líderes. Para a web rádio canoense, Vitor, que é um dos líderes dos metalúrgicos que trabalham na fábrica levantou temas importantes. Em seu entendimento, houve uma falha política nas tentativas de manter os mais de 1.300 postos de trabalho que a empresa mantinha.
“Os metalúrgicos de Canoas estão de luto, pois hoje é o encerramento das atividades da segunda maior fábrica de Canoas. O processo começou com a denúncia de O Timoneiro. Nós éramos 1.300 trabalhadores e hoje se vão os últimos 200”, comentou.
O processo se finalizou por volta das 10 horas da manhã. “Entramos com o último motor na linha e nesse momento se finalizou a produção. Foi o encerramento das atividades”, lamentou o trabalhador. A empresa se instalou no município em 1995, comprando parte de outra empresa, a Massey Fergusson.
Em 2011, no auge, foi então firmado um contrato com a multinacional General Motors (GM) para a fabricação, segundo Vitor, de 45 mil motores por ano. “Eles fizeram uma antecipação do encerramento deste contrato. Ele iria até outubro de 2018, então houve uma negociação entre as duas empresas que acharam mais conveniente e lucrativo encerrar este contrato. A Caminhonete a qual nós fabricávamos o motor, a S10, ainda é líder de mercado. Então de algum lugar esses motores devem vir”, salienta.
Fábrica de caminhões fantasma
Segundo o metalúrgico, um dos motivos de indignação é que o prefeito Jairo Jorge (PT) estava presente quando se inaugurou uma fábrica de caminhões, mas não quando a mesma fechou. “Uma fábrica fantasma, que foi usada para, na verdade, transferir a usinagem para São Paulo, que tinha um centro de usinagem, e se colocou uma fábrica de caminhões da International dentro deste pavilhão”, denuncia Schwertner.
“Essa fábrica estava em Caxias, mas é um modelo de caminhões que não conquistou o mercado. Um caminhão ultrapassado americano, então se pegou dinheiro público para instalar esta fábrica. Hoje ela está cheia de caminhões parados porque ainda tem envolvimento com o dinheiro público e eles não podem terminar com o CNPJ. Puxaram todos os caminhões para dentro da fábrica onde era a linha de montagem. Deve ter mais de 50, 60 caminhões parados, de fachada, como se houvesse a fábrica. Funcionou um ano no mesmo endereço. Exatamente um ano”, explica o trabalhador.
Esses motores, segundo ele, eram montados em Caxias, com uma parceria. “Prepararam a fábrica para vender, para fazer uma parceria com um grupo chinês de caminhões. Para que este negócio fosse viável, eles fizeram uma linha de caminhões dentro dessa fábrica. E aí começa a briga com a GM. Uma briga combinada entre as duas partes, pois era interessante, naquele momento, romper o contrato para conseguir instalar uma fábrica de caminhões. E naquela época, de um a um ano e meio atrás, os chineses ainda vinham investindo muito no Brasil. Então se viu uma grande oportunidade de fazer uma parceria com um grupo chinês e por isso se começa a desativar a fábrica de motores. A parceria não se concretizou. Fizeram um mal negócio, mas um negócio planejado”, diz.
Essa fábrica, conforme informou Victor, tem várias linhas de financiamento, das quais a empresa foi beneficiada para se instalar em Canoas para vender motores. “Tinha uma reposição de peças que veio a dez anos para Canoas que é um centro de distribuição de peças, uma logística, um negócio milionário, com uma renda mensal de 30 milhões. Faturava 1 milhão por dia. Tava a todo o vapor e se transferiu para São Paulo. Há exatamente 20 anos atrás, quando veio motores para Canoas, também veio com incentivos fiscais. Terminou, eles erguem a bandeira e vão embora”, critica o metalúrgico que fala em nome dos demais.
Denúncia ao vento
O deputado estadual Pedro Ruas (PSOL) foi quem representou os trabalhadores da MWM na Assembleia Legislativa, “mas não teve o respaldo que achávamos que iria ter”, salienta. O parlamentar orientou os manifestantes a procurar o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Delegacia Regional do Trabalho (DRT). “E nós fizemos todo esse processo. Na delegacia, nós fizemos essa denúncia, mas praticamente foi como fazer uma denúncia ao vento. No MPT, estamos com ela encaminhada, com um abaixo assinado de com mais de 200 pessoas, inclusive anexado a essa denúncia, e estamos esperando o retorno. Está nas mãos do Ministério Público que é a última esperança”, lamenta.
Sindicato falhou
Para Vitor, o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas falho no seu dever de lutar pelo direito dos trabalhadores. “Nós estamos no processo há um ano e o sindicato dos metalúrgicos de Canoas, através da sua direção, até este momento, não foi realizada nenhuma assembleia com os trabalhadores para discutir a situação”, denuncia. “Um sindicato que sempre foi a vanguarda da luta em Canoas, que saiu as grandes lideranças políticas Marco Maia, (Paulo) Paim, Nelsinho Metalúrgico. Porque não conversar com os trabalhadores? Por que não fazer uma assembleia? Estava em jogo comunidades de Canoas, uma boa parte. Quantas pessoas foram largadas na rua?”, questiona as lideranças municipais.
“Estava conversando ontem com os primeiro que saíram, que já fecha um ano. A grande maioria não conseguiu nada. Nem se quer uma entrevista para um emprego”, conta.
Para Vitor, um dos grandes problemas foi o modo como se deu a negociação. “A comissão negociou a portas fechadas. Não envolveu os trabalhadores, não perguntou se os trabalhadores estavam dispostos a isso. Os supervisores passaram postos por postos de trabalho obrigando os trabalhadores a assinar. Intimidando. Essa foi a assembleia falcatrua que o Paim se referiu”, faz menção a última reportagem publicada por O Timoneiro anteriormente.
Sem assembleia?
Por mais que o diretor diga que participou pessoalmente das conversas com a comissão e os trabalhadores, alguns acreditam que não seja verdade. “Tenho um abaixo assinado que garante que os trabalhadores não realizaram nenhuma assembleia. Eles (sindicato) negociaram a participação dos lucros e uma comissão de fábrica, a qual eu também fiz parte por três anos. Aproveitaram um momento que a grande maioria da fábrica estava de férias por a produção ser baixa, estávamos em férias coletiva. Apenas um setor, o dos caminhões, com 36 trabalhadores, estava na ativa. Ele foi, juntamente com o diretor da empresa, e apresentou aquela lista para pegar as assinaturas renovando a comissão de fábrica, colocando nomes completamente desconhecido, que nunca estiveram a frente dos trabalhadores, uma comissão para que a empresa pudesse negociar como ela quisesse, essa é a denúncia que estamos fazendo. E com os trabalhados assustados, perdendo o empregos, coletaram assinaturas sem expor realmente o que estava acontecendo”, dá a sua versão.
Com assembleia
Para Cledenir Dias Paim, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas, a informação do metalúrgico não condiz com a verdade. “Foi feita assembleia. Uma assembleia é o começo de um processo. Todos os acordos a gente deposita no Ministério do Trabalho. Todos os acordos são depositados. Não é verdadeiro. Tem assinaturas da maioria”, comenta.
O diretor admite que alguns não foram acompanhados. “Tem um turno, de umas 40 pessoas, que não foi acompanhado pelo sindicato. Tinha uma turma que estava retornando, era o primeiro dia de trabalho, às 6 horas da manhã, eu falei na assembleia. A comissão mais três pessoas colocou. Quem tem que dar proposta não é o trabalhador, mas a empresa”, afirma.
“A pessoa que se sentir lesada pode procurar os seus direitos”, garantiu o diretor sem se ater as demandas políticas. “Eu nego isso. Houve uma fala com a comissão de negociação e depois foi estendida a todos os demais envolvidos”, argumentou. Segundo ele, a acusação de uma comissão fantasma é descabida.
Isto porque a mesma constituída dentro da própria empresa, por pessoas que lá trabalham. “É uma comissão constituída dentro do chão de fábrica com aclamação dos demais, da maioria, e isso também está no mediador. Qualquer problema é ir ao Ministério do Trabalho”, conclui.
Pegar ou largar
Para Vitor, o que o sindicato chama de assembleia foi, na verdade, o anúncio do fechamento da empresa. “Ele diz que houve assembleia quando o diretor da empresa, senhor Paulo Borba, anuncia o calendário de fechamento da empresa. Ele faz o pronunciamento, reúne toda a fábrica, sem a participação de nenhum diretor de sindicato, e faz o pronunciamento do fechamento da empresa e o pacote de como iria ser”, afirma.
Para o metalúrgico tudo isso é muito estranho. “Um contrato milionário que foi rompido com a GM que tinha uma multa rescisória inicial de R$ 150 milhões. E quem está pagando nossa rescisão hoje é a GM, dando dois salários e meio a mais das pessoas que estão indo para a rua. O sindicato não teve participação nenhuma nisso. O próprio Paulo Borba disse: “eu não dei oportunidade para negociação. Era pegar ou largar”. Cadê o sindicato que fazia a luta? Com 1.300 trabalhadores dispostos a luta. Porque ela não foi feita?”, questiona
Ouça entreviste de Victor ao programa O Timoneiro Notícias na sexta-feira, 12:
Comunidade
Municípios ainda podem se inscrever no programa Mãe Gaúcha
Todos os municípios gaúchos interessados ainda podem realizar a adesão ao programa Mãe Gaúcha em 2025. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e promove a distribuição de kits com itens essenciais para recém-nascidos a gestantes em situação de vulnerabilidade social de cidades que se habilitem no edital do programa.
Inscrição
Para se inscreverem, os municípios devem enviar um Termo de Adesão, assinado pelo prefeito, juntamente dos demais documentos indicados no edital, para o e-mail maegaucha@social.rs.gov.br. Até o momento, 180 municípios já aderiram ao programa (veja a lista).
Lançado no início de 2024, o Mãe Gaúcha beneficia gestantes a partir da 28ª semana de gravidez, inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) e que recebam o benefício do Bolsa Família (ou que estejam aguardando o deferimento da inscrição no programa). Além disso, as gestantes precisam estar com o pré-natal em dia.
Cada kit é composto por peças essenciais para os primeiros meses do bebê – como cobertor, toalha de banho com capuz, casaquinho de moletom, macacões longos e curtos, bodies, culotes e meias, além de uma bolsa maternidade. O Mãe Gaúcha já soma mais de 28 mil kits entregues desde seu lançamento.
A distribuição dos kits às prefeituras é baseada no número de gestantes no CadÚnico que residem no município e que atendem aos requisitos do programa. Compete às prefeituras a entrega dos kits diretamente às beneficiárias.
Próximas entregas
Estão previstas para janeiro e fevereiro as primeiras entregas de 2025 dos kits do Mãe Gaúcha às prefeituras. As ações ocorrem de forma regionalizada e devem beneficiar 150 municípios. No total, serão distribuídas 4.442 unidades.
Confira abaixo o calendário de entregas de janeiro e fevereiro
Janeiro
- 21/1 – Polo Lajeado (234 kits/14 municípios beneficiados)
- 22/1 – Polo Caxias do Sul (765 kits/13 municípios beneficiados)
- 28/1 – Polo Passo Fundo (86 kits/16 municípios beneficiados)
- 29/1 – Polo Frederico Westphalen (296 kits/34 municípios beneficiados)
- 30/1 – Polo Santo Ângelo (339 kits/21 municípios beneficiados)
Fevereiro
- 18/2 – Polo Uruguaiana (1.123 kits/11 municípios beneficiados)
- (a definir) – Polo Santa Maria (912 kits/29 municípios beneficiados)
- (a definir) – Polo Pelotas (687 kits/12 municípios beneficiados)
Comunidade
Jovens aprendizes do Partiu Futuro Reconstrução de Canoas iniciam atividades práticas no serviço público
O programa Partiu Futuro Reconstrução oferece formação profissional para 250 estudantes atingidos pela enchente em Canoas, no Rio Grande do Sul. É uma iniciativa do governo do estado, em parceria com a Demà Jovem by Renapsi, e visa proporcionar oportunidades de emprego e desenvolvimento para jovens em situação de vulnerabilidade.
Os estudantes selecionados têm entre 14 e 22 anos e foram afetados pela enchente de maio passado. Eles participarão de atividades práticas em secretarias municipais, escolas, bibliotecas e coordenadorias, além de receberem uma bolsa-auxílio de R$ 786,95 e vale-alimentação de R$ 550.
O programa também oferece acompanhamento psicológico, orientação jurídica, reforço escolar, serviço de telemedicina e seguro. Os jovens aprenderam noções básicas sobre empresas, órgãos públicos, hierarquia, postura no mercado de trabalho e conceitos básicos para escrever um e-mail.
Essa iniciativa é parte de um esforço maior para apoiar os jovens afetados pela enchente, e já conta com 500 jovens aprendizes em Porto Alegre. A Demà Jovem é uma tecnologia social que busca promover a inclusão social, educação e desenvolvimento profissional de jovens e adolescentes.
Comunidade
Restaurante Popular de Canoas serve marmita especial de Natal
“É um investimento destinado a famílias em vulnerabilidade social e situação de rua. Durante a enchente, o Restaurante Popular chegou a funcionar até as 18h, entregando mais de 55 mil refeições, uma vez que os moradores do lado Oeste de Canoas tiveram de migrar para a região Leste”, relembra.
O cardápio de Natal incluiu arroz colorido com cenoura e bacon, sobrecoxa de frango à milanesa, macarrão ao molho alho e óleo, feijão, batata inglesa corada, repolho com uva passa, pêssego e suco. Normalmente é servida água. A dona de casa Cristina Pereira, 42 anos, levou os três filhos para almoçarem no Restaurante Popular.
“Daqui, eles vão direto para a escola. Essa ajuda que a Prefeitura dá com a alimentação é muito importante”, conta a moradora do bairro Mathias Velho.
Segundo a nutricionista da SMAS, Anelise Ribeiro, para ter acesso ao Restaurante Popular, é preciso ter Cadastro Único e apresentar documento de identidade.
“Quem chegar sem esses requisitos, entretanto, não vai ficar com fome. Será servido e orientado a fazer seu cadastro nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS)”, explica.
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