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28/06/2025
 

Comunidade

Secretário perde a compostura em reunião com associações no Igara

Encontro discutia sobre uma área que possui dos projetos distintos com duas instituições interessadas

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Reunião na sede da Amorji na manhã de segunda-feira, 21, reuniu quatro pastas do governo Jairo Jorge e duas instituições. Foto: Bruno Lara/OT

Reunião na sede da Amorji na manhã de segunda-feira, 21, reuniu quatro pastas do governo Jairo Jorge e duas instituições. Foto: Bruno Lara/OT

Com dedo em riste, o secretário adjunto de Relações Institucionais da Prefeitura de Canoas, Célio Piovesan, perdeu a postura em uma reunião na manhã desta segunda-feira, 21, entre o poder público, a Associação dos Moradores do Jardim Igara II (Amorji) e representantes do Grêmio São Cristóvão, no bairro Igara. A pauta era informar oficialmente a associação da perda de uma das áreas antes por ela administrada.

O tumulto começou quando uma das presentes na reunião ameaçou o integrante do poder Executivo de tentar persuadir o presidente da associação, Carlos Alberto da Silva, em uma reunião com seis secretários do governo Jairo Jorge, dentro da Prefeitura, a desistir da resistência ao projeto. Após ouvir isso, e já irritado anteriormente com os moradores que não aceitavam a nova ideia, Célio levantou da cadeira e alterou o tom de voz com a moradora, inclusive com o dedo apontado para a mesma.

 

Somos gente, não políticos

Outro integrante da entidade então se levantou e foi ao encontro do secretário. “O senhor não aponte o dedo para ninguém aqui”, dizia enquanto afastava as mulheres que também foram discutir com o representante do governo. “Ninguém faz conluio naquela secretaria. (…) A acusação, você vai ter que provar isso. (…) Veio lá dar carteiraço (sic). Todas as reuniões têm lista de presença”, se defendeu. O presidente interveio. “Nós estamos aqui democraticamente. (…) Vamos acalmar, gente. Não vamos levar nada para o lado pessoal. Eu disse desde o começo, vamos fazer com que a coisa seja social e democrática. Nós somos gente, nós não somos políticos”, concluiu.

Curiosamente a secretaria pela qual Piovesan responde como adjunto tem como competência, segundo a própria Prefeitura de Canoas, “o relacionamento com a Câmara Municipal de Vereadores, manter contatos com lideranças políticas e parlamentares do Município, com representantes da sociedade civil, com organizações comunitárias, governamentais, coordenar o Orçamento Participativo e as Plenárias de Serviços Públicos”. O titular da pasta, que não estava presente, é o sociólogo Jorge Branco, que trabalhou no governo Tarso Genro (PT) até 2014 e, com a derrota de Tarso, veio para Canoas.

 

Área possui dois projetos

A discussão é antiga na área e perdura há mais de 15 anos, segundo os moradores. “Tem uma área de serviço que foi projetada junto aos moradores, que seria uma praça ou parque. Dentro disto, várias vezes, já houve um direito de uso assinado pela Prefeitura para o time do São Cristóvão. Essa área sempre vem sendo usada por várias pessoas da comunidade. Depois disto veio um edital, eles ganharam o direito de um sistema, em cima de um projeto de uma praça, saiu um edital. A associação e os moradores não se anteporam (sic) a este projeto, pois tinham isto aqui como uma área de parque. Quando nós vimos estavam colocando no edital para esporte. Isso então nos pegou de surpresa. Então não entramos no edital, não fizemos nada que fosse contra aquele ato e fomos impugnar o edital via jurídico. Não veio resposta nenhuma e ficamos aguardando. Em cima desse aguardar se tornou esse impasse” explica Carlos.

Outra parte envolvida é o time de futebol São Cristóvão. Mas, segundo seu diretor administrativo-financeiro, Hernani Amaral, a área foi ofertada a eles pelo poder público. “O São Cristóvão tem uma posição bem clara nesse aspecto: Em nenhum momento nós pedimos o campo localizado aqui nesta praça. Esta praça foi disponibilizada através de edital e o Grêmio São Cristóvão se habilitou através do edital público. Se habilitou a uma área para a prática do futebol. Essa não é uma área privada. Ela vai administrar a área, mas voltada para o lado social, inclusive com a participação de escolas que trabalharão aqui e a comunidade que vai desfrutar dos jogos, rachão domingo à tarde, onde vamos abrir o campo, obviamente dentro de regras”, lembrou.

A Amorji se colocou à disposição para conversar, mas criticou a falta de articulação política do governo. “Dizem que hoje, como eles tem direito no edital, que vão fazer de qualquer jeito. A gente está aberto para o diálogo. A gente está aberto para que a comunidade se entenda. Isto aqui não é nosso, não é só do Jardim Igara II, da Amorji II, isto aqui é de um bairro, de uma comunidade inteira”, afirma.

Para o secretário adjunto, no entanto, a Amorji, instituição que atua no local há 33 anos, é “um grupo de pessoas que está privatizando a área para algumas pessoas”. Em entrevista, explicou que todas as praças devem ser públicas. “É uma comunidade que tenta se apropriar de uma área pública. Todas as praças são de interesse público. Nós temos aqui um programa de uso compartilhado das áreas, todas elas, é a partir de regras, de editais públicos estabelecidos, inclusive por regra do Ministério Público. E essa não é diferente de qualquer uma.  Mas aqui há um entendimento de que a área é destes moradores. Isso é uma forma de apropriação das áreas públicas incorreta por que todas as áreas públicas são de interesse público”, explica. “Não é posição da Prefeitura, isso esta na regra. Se tem um edital público, uma vez que a área foi licitada para o uso, quem se apresentou e se qualificou para isso tem o direito de usar”, conclui.

Projeto da Amorji previa uma área de lazer e um campo de futebol. Foto: Bruno Lara/OT

Projeto da Amorji previa uma área de lazer e um campo de futebol. Foto: Bruno Lara/OT

 

PSB de saída do governo?

A reunião seguia sem muitos sorrisos de nenhum dos lados. Os moradores afirmaram que vão em busca de assinaturas para barrar a novidade. “Essa é uma política pública e ela tem que ser mantida. Essa fase está vencida. Nós viemos aqui para demarcar a questão dos espaços. Aqui tem tampa quebrada, cerca caída”, lembrou um dos membros do governo presente. Os presentes levantaram que a área é alvo de retaliação do poder público por negar a área. “Se ele (prefeito) falou em retaliação, mentiu. Quem faz a distribuição é o prefeito”, afirmou o secretário municipal de Esporte e Lazer, Edimilson Tresoldi, cargo do PSB no governo, o que indica um possível distanciamento da sigla.

Para o secretario municipal de Meio Ambienta, Carlos Atilio Todeschinni, a reunião não era para negociar, mas para estabelecer o que já estava definido. “Não estamos aqui para retroceder. Não está mais na nossa alçada. Estamos aqui para cumprir o que está estabelecido”, afirmou durante a reunião.

 

Atualização: 22 de dezembro – 10:15

Não era o prefeito

O secretário municipal de Esporte e Lazer, Edimilson Tresoldi, ligou para a redação de O Timoneiro na manhã desta terça-feira, 22, para contribuir com a correção de um erro cometido pela equipe presente no local.  Segundo ele, uma moradora informou a ele que “alguém, não citou o nome, que alguém tinha dito que não colocava a quadra por retaliação, mas não o prefeito”. Tresoldi aproveitou para lembrar que somente no bairro igara há quatro academias ao ar livre. “Jamais diria isso sobre o prefeito”, reiterou. “Na verdade aquilo ali, como sendo uma área pública, estamos tentando fazer uma mediação para fazer uma mediação tanto com a associação, que é legitima, quanto com o São Cristóvão”, explica. Para o membro do Executivo o que há na área é um preconceito dos moradores com o esporte “que não pode mais ocorrer no século XXI”, argumenta.

 

 

Conciliação possível

Para Hernani, a única demanda é ter um espaço em boas condições, independente se naquela área ou não. “Nós só queremos uma área para a prática esportiva do futebol e uma área adequada, com grama boa, com drenagem, com vestiários, uma área bem definida. O Grêmio São Cristóvão participou por seis anos da manutenção do Centro Olímpico, ou seja, é a maior demonstração de que nós não queremos privatizar uma área pública, nós queremos democratizar uma área pública”, afirma. Segundo ele, o próprio grupo mantinha o espaço. “Nós mantínhamos o campo. Nós colocávamos terra preta, nós cortamos grama, mantínhamos as redes, as bandeirinhas, pintura de campo. O Grêmio São Cristóvão sempre administrou a área pública de uma forma pública”, salienta.

Para a Amorji, o que falta é o companheirismo. “Eu acho que a melhor maneira é se o órgão que tem interesse aqui trabalhasse junto, em uma parceria com a associação, com os moradores, de que conservasse a pista de caminhada, conservasse as áreas livres, conservar toda a área que foi projeta, porque aquilo ali é dinheiro público, foi pago, foi feito 3, 4 projetos pagos com o dinheiro público do mesmo projeto, sendo que houve um em 2006 e outro em 2011. Projeto sobre projeto”, sugere Carlos. “Não há nem por que. A área vai ser utilizada tanto por um quanto por outro, apenas será administrada com regras claras de que tem que se manter o campo em estado adequado para campo”, afirma em resposta sugestiva o diretor do Grêmio São Cirstóvão.

 

Praça sucateada

Inaugurada no início deste ano, a Praça Dom Vicente Scherer já vive dias difíceis. Conforme explica o presidente da associação dos moradores do Jardim Igara, a estrutura está prestes a ficar inutilizada em função da falta de reparos. “Neste de 2011 (projeto) deu R$ 99 mil de investimentos para a revitalização da Praça Dom Vicente Scherer, sendo que até hoje nós estamos com a praça sem luz, com as tubulações, os suportes, todo o material ali de terceira qualidade, já caindo e se deteriorando. Estamos sem iluminação porque incendiou toda a parte elétrica da praça inaugurada. E agora, quando vimos tem esse projeto que já esta estabelecido e queremos que seja cumprido pela Prefeitura aquilo que os moradores e os bairros adjacentes querem. Isso que é importante para nós”, lembra.

Moradores não querem um campo de futebol administrado pelo Grêmio São Cristóvão na praça. Foto: Bruno Lara/OT

Moradores não querem um campo de futebol administrado pelo Grêmio São Cristóvão na praça. Foto: Bruno Lara/OT

 

 

Vídeo: Veja vídeo do desentendimento na página de O Timoneiro no Facebook.

 

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Moradores que decidiram permanecer na Praia do Paquetá recebem auxílio da Defesa Civil

Redação

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Moradores que decidiram permanecer na Praia do Paquetá recebem auxílio da Defesa Civil

De acordo com a gestão municipal, desde a quinta-feira, 19, quando as águas começaram a subir na Praia do Paquetá, a comunidade local começou a receber suporte da Prefeitura de Canoas, com coordenação da Defesa Civil e contando com a ação integrada entre diversas secretarias.

Entre as ações voltadas a quem optou por permanecer no local, ocorreram entregas de cestas básicas e suporte com acolhimento a famílias atingidas, além de resgate de pets encontrados na região. Na localidade vivem 120 famílias, das quais 100 optaram por permanecer nas suas casas.

Para o secretário da Defesa Civil e Resiliência Climática, Vanderlei Marcos, a estratégia prioritária é antecipar o suporte humanitário, mitigando o impacto sobre a vida das pessoas. Além da entrega de ranchos completos, a Defesa Civil atuou no alerta sobre riscos e na oferta de transporte para quem necessitasse buscar segurança por decorrência da cheia.

Já o secretário da Assistência Social, Márcio Freitas, trabalhou na entrega de alimentos e comandou o serviço de abrigos públicos para desalojados. A secretária de Bem-estar Animal, Paula Lopes, liderou o resgate de bichinhos de estimação para castração e encaminhamento a tutores. As atividades prosseguirão ao longo do final de semana.

“A nossa comunidade vive da pesca e do turismo. Com o tempo adverso, não tem como pescar, nem tem pessoas para comprar nosso pescado. Esse alimento garante segurança para estes dias difíceis”, pontuou o presidente da Associação de Moradores e Pescadores da Praia de Paquetá, Paulo Denilto.

Moradora de Paquetá, Elisabete Saroba agradeceu o donativo que irá manter a família formada por sete pessoas, cujos adultos trabalham na pesca e na construção, pelas próximas semanas. A Defesa Civil mantém plantão na entrada do bairro para orientar e transportar pessoas para acolhimento. As demais áreas da cidade não apresentam mais zonas de alagamento.

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Abrigo em Canoas acolhe 129 pessoas atingidas pelas fortes chuvas da madrugada

Redação

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Abrigo em Canoas acolhe 129 pessoas atingidas pelas fortes chuvas da madrugada

Na tarde desta quarta-feira, 18, a cidade de Canoas segue monitorando os impactos das fortes chuvas registradas na noite anterior. De acordo com informações da Secretaria Municipal de Assistência Social, 129 pessoas seguem acolhidas no Ginásio São Luís, no bairro São Luís.

O abrigo emergencial foi estruturado para garantir acolhimento seguro e digno à população afetada. Além disso, 35 pessoas que estavam abrigadas já puderam retornar com segurança para suas residências no bairro Mathias Velho, uma das regiões mais atingidas.

A Prefeitura reforça que permanece mobilizada, por meio de suas equipes técnicas e voluntários, para oferecer suporte imediato às famílias em situação de vulnerabilidade durante este período de instabilidade climática. A estrutura no Ginásio São Luís conta com alimentação, espaço para higiene, roupas, colchões, atendimento ambulatorial e também acolhimento de animais de estimação.

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Comunidade

Canoas lança Campanha do Agasalho 2025 com o tema “O seu roupeiro não sente frio”

Redação

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Canoas lança Campanha do Agasalho 2025 com o tema “O seu roupeiro não sente frio

Com o tema “O seu roupeiro não sente frio – desapegue do que você não usa mais e aqueça quem precisa”, a Campanha do Agasalho 2025 de Canoas foi lançada oficialmente na manhã de sábado, 14, durante a 3ª edição do evento Prefeitura na Tua Casa, na Praça Dona Mocinha, no bairro Niterói.

A iniciativa busca mobilizar a comunidade para a doação de roupas e cobertores, com foco no acolhimento das pessoas em situação de vulnerabilidade social e em situação de rua. Diante da antecipação das ondas de frio, antes mesmo do início oficial do inverno, a campanha ganha ainda mais relevância neste momento.

Neste ano, a ação contará com telebusca de doações, facilitando a entrega dos itens pela população, além de uma parceria com uma lavanderia industrial de Cachoeirinha, que garantirá a higienização das peças arrecadadas.

Coordenada pela Secretaria Municipal da Defesa Civil e Resiliência Climática, a campanha envolve a parceria das secretarias de Assistência Social, Segurança Pública, Desenvolvimento Econômico e Inovação e Cidadania, Mulher e Inclusão, integrando esforços para ampliar o alcance das ações.

O secretário da Defesa Civil e Resiliência Climática, Vanderlei Marcos, ressaltou o papel fundamental da população na construção de uma cidade mais solidária:

“Essa campanha é um esforço coletivo que depende do engajamento de toda a sociedade. Cada doação representa uma barreira contra o frio para quem não tem proteção. Nosso trabalho é garantir que esses itens cheguem com dignidade a quem mais precisa, e para isso, contamos com o espírito solidário dos canoenses.”

Durante o lançamento, o prefeito em exercício Rodrigo Busato destacou a importância da união da sociedade em torno da causa.

“A Campanha do Agasalho é mais do que uma ação de inverno, é um gesto de cuidado com quem mais precisa. Cada peça doada representa acolhimento e respeito. Nosso compromisso de governo é garantir que nenhum canoense enfrente o frio sem o mínimo necessário para se proteger”, afirmou Rodrigo Busato.

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