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Opinião: Prefeito Jairo Jorge faz politicagem com a Defesa Civil
A população de Canoas tem mais um motivo para se preocupar. Não basta olhar para o céu e conferir a previsão do tempo, orando para que o granizo, a chuva forte ou os ventos não atinjam suas moradias.
Agora, quando a população for prejudicada por temporais como o da sexta-feira passada, dia 18 de dezembro, quando um tornado atingiu parte do bairro São Luís e danificou fortemente cerca de 400 casas, teremos na chefia da Defesa Civil, departamento que deve dar suporte em situações como esta, um homem que nunca trabalhou na área.
E mais: temos como secretário da Defesa Civil um homem que há décadas tem como profissão ser político de carreira. Sempre no governo, tanto de esquerda quanto de direita, tanto do PT quanto do PSDB, Gilmar Pedruzzi é uma daquelas personagens que, de um jeito ou de outro, sempre estão agarradas nos fartos seios do Governo.
Ele já foi condenado por desvio e corrupção com verba federal, há duas décadas, quando era responsável em Uruguaiana pela Delegacia Regional do Trabalho e deveria ter construído um prédio para o INSS. O prédio não saiu do papel, mas o dinheiro foi repassado para a empreiteira amiga. Tem gente que acredita que cachorro ovelheiro pode virar vegetariano…
Gilmar Pedruzzi nunca passou perto de uma Defesa Civil e, agora, coordena a de Canoas. Milhares de vidas afetadas por desastres estão, desde a semana passada, nas mãos deste homem, que tem como maior habilidade a de se manter junto ao poder, custe o que custar.
E o prefeito Jairo Jorge o conhece bem, de muitos carnavais. Recebeu a indicação do partido que Pedruzzi agora está, o PSD, e o aceitou como secretário. O colocou, sem nem pestanejar, no lugar do Coronel Pacheco, com décadas de carreira militar e que fazia respeitado trabalho a frente da Defesa Civil. Toma lá, dá cá. O partido pediu, ele trocou.
Com esta decisão puramente eleitoreira e politiqueira, Jairo Jorge entrega a Defesa Civil da cidade a um homem condenado por corrupção, político de carreira e proibido, em 2008, pela Justiça Eleitoral de concorrer a vereador. Um ficha suja!
O prefeito é responsável direto por tudo o que acontecer à população da cidade em eventual falha da Defesa Civil, pois ele foi eleito para zelar pela interesse público e não para usá-lo para fazer politicagem rasteira. Está na sua conta.
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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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