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Vice-prefeita assina petição para redução do salário dos vereadores
E o deputado estadual Nelsinho Metalúrgico (PT) se lançou pré-candidato à Prefeitura de Canoas
Bruno Lara
O final de semana foi movimentado politicamente em Canoas e, ao que tudo indica, a base aliada está se desfazendo. Composta inicialmente por 17 partidos coligados, o bloco BOM parece estar se diluindo, sobretudo em função das campanhas majoritárias em 2016.
A coluna da jornalista Iara Gonçalves, do jornal Diário de Canoas, já revelava no sábado, 21, as intenções do deputado estadual Nelsinho Metalúrgico (PT) para as eleições de 2016. Em nota, Nelsinho se autodeclara pré-candidato ao posto hoje ocupado por Jairo Jorge (PT), embora o presidente da sigla no município, vereador Emilio Neto (PT), peça calma e afirma que tudo será resolvido no dia 3 de dezembro.
A novidade, no entanto, foi a vice-prefeita do município, Beth Colombo (PP), assinando a petição para reduzir em 20% o salário dos legisladores do município e seus assessores no domingo, 22. Um vídeo, publicado no grupo Fala Canoas no Facebook, mostra Beth no Parque Municipal Getúlio Vargas (Parcão) assinando o documento. O Partido Progressista (PP) possui duas cadeiras na Câmara, ocupadas por Airton Souza e Júlio Barbosa.
Segundo uma das organizadoras da ação, a empresária Andrea Azevedo, o prefeito Jairo Jorge e o deputado Nelsinho Metalúrgico “passaram correndo a fim de evitar e recusaram-se a assinar mesmo com o convite”. A organizadora afirma que o grupo coletou mais de mil assinaturas entre o sábado, 21, no Calçadão e durante a abertura do Canoas Jazz no domingo, 20.
Optou por incentivar o movimento
Em entrevista, Beth Colombo conversou com a equipe de O Timoneiro sobre a assinatura do projeto. Segundo ela, o ato foi na intenção de incentivar o movimento, mas não considera que os vereadores ganham mais do que deveriam. “Eu tenho a tranquilidade de saber que a Câmara de Canoas já se antecipou a esse processo sensível a todas as situações de crise, de dificuldade, já fizeram o tema de casa”, afirmou.
Em seu entendimento, não é o salário dos parlamentares que deve ser reduzido, mas os que ganham menos que devem receber mais. “Eu não penso que eles ganham muito. Eu não faço essa avaliação. O que eu penso é que nós temos que fazer um grande movimento para aumentar os que ganham menos. O próprio fator previdenciário eu condeno e sou contra. É uma injustiça com o trabalhador”, destaca.
Para ela, independente do resultado, o movimento deve ser incentivado. “Sou uma pessoa democrática. Eu falo e penso na medida da maior possibilidade do uso da democracia. Principalmente quando é um movimento democrático. Estavam no parque em um movimento democrático. Reivindicar é compreensível. Democrático, direito, desde que façam com ordem e respeito”, salientou.
Questionada sobre uma possível redução do seu salário, em função da atitude do prefeito municipal de reduzir seu subsídio em 10% por três meses e de reduzir em 20% o salário dos vereadores, afirmou que não vê problema se for necessário. “Eu estou ganhando o que o vice-prefeito Jurandir (Maciel) recebia oito anos atrás”, justifica lembrando que em todo o primeiro man-dato de Jairo “nós não tivemos nenhum repasse da inclusão”.
Segundo Beth, o seu é o “menor salário do primeiro escalão”, ganhando menos que o Prefeito, os secretários municipais e até os subprefeitos. “Eu até, quando o prefeito reduziu 10%, apresentei a proposta de reduzir o meu também”, lembra.
Destaques
Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
Destaques
DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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