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Comissão Processante ouvirá testemunhas e vereador Celso Jancke nesta sexta
Na sexta-feira, 29, os trabalhos da Comissão Processante (CP) contra o vereador Celso Jancke (PP) terão início na Câmara dos Vereadores de Canoas. A partir das 9 horas, no Plenário da Câmara, a CP realizará audiência para ouvir as testemunhas do caso envolvendo denúncias de retenção de parte dos vencimentos de assessores contra o vereador do Partido Progressista (PP). Também está previsto para o mesmo dia o interrogatório do parlamentar.
Criada em 23 de abril, a comissão tem o prazo de 90 dias para apresentar suas conclusões e apontar pela cassação ou não do mandato de Jancke, embora a decisão final seja do Plenário. Os trabalhos são conduzidos por três vereadores: Pedro Bueno, presidente, Ivo Lech (PMDB), relator, e Aloisio Bamberg (PPL). A Comissão foi instaurada em função de o legislador não se defender no Legislativo, levando em conta apenas o Judiciário.
Os demais acusados do crime de concussão, Francisco da Mensagem (PSB) e Dr. Pompeu (PTB) tiveram as denúncias consideradas insuficientes e, em função disto e de apresentarem defesa consistente, o Plenário julgou desnecessária a abertura de uma comissão processante visando à cassação do mandato.
Denúncias contra Jancke
O caso foi deflagrado em 25 de agosto de 2014, quando uma ação do Ministério Público (MP) que investigava a extorsão de Cargos em Confiança (CC) prendeu o legislador. Segundo a investigação do MP, os funcionários eram obrigados a fazer empréstimos para entregar o dinheiro aos políticos. Durante a operação, o vereador saiu da Casa preso.
Confira trechos de interceptações telefônicas obtidas pelo MP
Vereador Celso Jancke: eu acho que vocês não estão entendendo que vocês são cargos meus. E quem manda nos cargos sou eu. E aí, eu dou uma ordem, uma determinação e a coisa não anda.
Jancke: eu vou fazer com todos: 50%.
Jancke: vamos supor, o líquido deu R$ 8 mil: R$ 4 mil. É isso, sabe. O líquido deu R$ 5 mil: R$ 2,5 mil. Décimo (décimo terceiro), um terço das férias, tudo.
O parlamentar argumentou em sua defesa que tudo se trata de montagem.
O relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), aprovado no dia 23 de abril, chegou à votação com 210 páginas escritas por César Augusto Ribas (PRB). Em sua conclusão, entende que uma Comissão Processante deveria ser instaurada contra Celso e que o arquivamento é a medida mais salutar nos casos de Francisco e Pompeu.
Nas primeiras doze páginas o documento traz as acusações ao legislador em nome de Marcos Vinicius Pehl dos Santos, Priscila Bartzen Acosta, Barbara Anghioni Barbosa e Franklin Silva de Vargas. Os denunciantes afirmam que Jancke cobrava parte do salário em troca da contratação e permanência no cargo. Um mandato de busca e apreensão na residência de Jancke apreendeu documentos, computador, chip de celular, entre outros bens. Destacou-se entre estes, um contrato de abertura de crédito pessoal consignado do Banrisul em nome de Priscila Bartzen Acosta e uma cópia de contracheque de Anete Teixeira que, em conjunto com Vanderson Cardona Leites, Rodrigo Alves da Silva e Mercedes Lúcia Carbonera, negaram a existência de repasse.
Relembre o caso
Os denunciantes afirmam que Jancke cobrava parte do salário em troca da contratação e permanência no cargo. Em seu depoimento, Marcos Vinicius afirmou que foi cobrado, após a eleição, além do repasse mensal do salário, que contraísse um empréstimo no Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) no valor de R$ 77.900,00 e repassasse, por meio de transferência ou depósito para a conta pessoal do vereador a quantia de R$ 51.100,00. Para a conta do filho, Matheus Jancke, a importância de R$ 10.000,00 e R$ 10.800,00 para a conta de Terezinha Bierhals.
Priscila Bartzen afirmou que Celso, em acordo de vontades e em conjunção de esforços com Cláudio Roberto Saldanha e Paulo Roberto Saldanha, exigia de forma continuada e sucessiva a vantagem indevida de parte do salário da assessora em condição para contratação e permanência no cargo. Não satisfeitos, exigiram um empréstimo bancário no valor de R$ 20.000,00, também no Banrisul, que deveria ser repassado por meio de transferência.
Barbara Barbosa declarou que entre os meses de outubro de 2012 e janeiro de 2013, após as eleições municipais, exigiu o repasse de parte do salário pelo período pré-definido de seis meses, antes de empossado vereador, mas em decorrência do fato. Barbara também citou Cláudio e Roberto Saldanha que, por sua vez, agiam sob as ordens de Jancke.
Além de que todos os servidores repassavam verbas pessoalmente, Mario Luis Azambuja alegou que existia uma funcionária fantasma no gabinete, de nome Daiana Silva de Oliveira Gonçalves que é casada com Lindomar Gonçalves, sobrinho de Jancke. “pega mil reais por mês e o restante é todo dele”, e que ela “nunca apareceu no gabinete”. Segundo ele, denunciou ao partido e “não levaram para a frente a história”.
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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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