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Convênio com o Graças, o que a Prefeitura vai fazer?
O Hospital Nossa Senhora das Graças se avizinha de um novo momento crítico em sua história. Após diversos problemas de sustentabilidade financeira ao longo de décadas de serviços aos canoenses, o Gracinha enfrenta dificuldades que podem interromper suas atividades.
Isto porque o convênio que sustenta as atividades com a Prefeitura de Canoas é alvo de uma Ação de Improbidade Administrativa por parte do Ministério Público Federal desde 2015. Além disso, ele termina no próximo dia 31 de julho e não há decisão anunciada se e como a Prefeitura irá continuar conveniada com a entidade mantenedora do Graças, a ABC.
São réus no processo o ex-prefeito Jairo Jorge, o ex-secretário de saúde Marcelo Bosio, a entidade ABC e a procuradora municipal Cristina Santos Tietbohl.
Ausência de Licitação
O processo de 2015 se deu por ausência de licitação no convênio nº 64/2013, teve início na gestão Jairo Jorge, no valor de R$ 87.138.215,00, com prazo de vigência de cinco anos, a contar de 31.07.13. Compreende serviços de gestão e de mão de obra nas UPAs Guajuviras, Niterói e do Idoso e nas farmácias básicas, além da higienização de diversos prédios da saúde, como UBSs e CAPS.
Segundo o MPF, o valor do contrato seria de R$ 87.138.215,40, conforme a cláusula 7ª, item a, a título de despesas operacionais. Seria, pois no item I da referida cláusula já vem um acréscimo de 20% a título de taxa de administração sobre este valor. “Portanto, o valor original do contrato seria na realidade de R$ 104.565.858,00. Seria esse valor, pois o referido contrato ainda passa um cheque em branco para a contratada ABC possa se ressarcir dos gastos com investimentos, pelo valor nominal das notas fiscais”, salienta.
Sinuca
O município se encontra em uma situação de decisão difícil e ainda não tomou decisão ou, pelo menos, ainda não anunciou como será o relacionamento com a ABC e se manterá algum tipo de financiamento ao Hospital Graças.
Posição do município
Inicialmente intimado para se manifestar ainda em 2015, o município apresentou defesa na época a qual não foi considerada porque o município não é parte da ação, apenas tinha sido intimado para ser coautor com o MPF. A novidade agora é que pela primeira vez a atual gestão foi acionada e ainda não se manifestou no processo sobre como irá se posicionar, tendo em vista que deverá ou não participar como coautora. Por consequência, manteve um convênio tido como suspeito de irregularidade pelo MPF e terá agora que tomar uma decisão sob pena de responsabilidade do atual gestor.
Com uma relação de idas e vindas entre a atual gestão e a ABC, já noticiado pelo jornal Timoneiro, o governo precisa decidir ainda se continua de alguma forma com a parceria e a prestação de serviços com a entidade, afastando ou não a suposta irregularidade.
O que diz a Prefeitura
Procurado pela reportagem do jornal Timoneiro, o prefeito Luiz Carlos Busato (PTB) respondeu, por nota, que: “Desde o início do governo buscamos manter uma relação profissional com o hospital. Investimos dinheiro público e devemos receber os serviços para a população. Nem sempre esta postura por nossa parte foi bem aceita, mas sempre nos mantemos em diálogo e construção permanente com a ABC. Diante dos novos fatos, vamos analisar junto à Procuradoria a melhor atitude para preservar a legalidade dos atos. Uma coisa a população pode ter certeza, ela não ficará desassistida em nenhuma hipótese”, salientou.
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“Nunca trabalhei na vida, eu faço o que me dá prazer”; morre Jesus Pfeil aos 85 anos
Morreu no domingo, 24, o cineasta, historiador e escritor, e figura ilustre de Canoas, Antonio Jesus Pfeil. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, decretou três dias de luto oficial. O velório acontece nesta segunda-feira, até 17 horas, no Crematório de Cemitério São Vicente, em Canoas.
Antonio Jesus Pfeil nasceu em 7 de outubro de 1939, na área de Canoas que posteriormente foi emancipada e se tornou Nova Santa Rita. Cineasta, historiador e pesquisador do cinema gaúcho, estudou no Colégio La Salle e passou pelo serviço militar. Em 1960, atuou como ator no Teatro Brasileiro de Comédias, que estava com uma peça em cartaz no Theatro São Pedro. Na ocasião, subiu ao palco ao lado de Nathália Timberg e Leonardo Villar.
Seu primeiro curta-metragem, Cinema Gaúcho dos Anos 20, participou da mostra do Festival de Cinema Brasileiro de Gramado e, em 1974, recebeu um prêmio especial no mesmo festival. Além da carreira como cineasta, Jesus também conquistou espaço como pesquisador, autor de artigos e, paralelamente, atua como participante de conferências e de comissões julgadoras em festivais e outros eventos ligados à História do Cinema Gaúcho e Brasileiro.
Resgate
Como escritor e historiador, Jesus tem profunda contribuição para o resgate histórico da cidade. Ele é autor da coleção Canoas: Anatomia de Uma Cidade, e organizador do livro Origens de Canoas, que conta com artigos de Edgar Braga da Fontoura, primeiro prefeito do município. Estas são apenas algumas dentre muitas obras de Jesus no cinema e na literatura.
No ano 2000, Jesus recebeu uma justa homenagem pela sua contribuição para a cultura na cidade. A biblioteca da Escola Municipal Ícaro foi inaugurada e, desde então, se chama Biblioteca Antonio Jesus Pfeil.
Prazeres
Ao ser indagado pelo O Timoneiro, em 2018, sobre como enxerga a importância de seu trabalho para o meio cultural e para Canoas, Jesus, sempre bem-humorado, brinca: “Trabalho? Que trabalho? Eu nunca trabalhei na vida, eu só tenho prazeres, só faço o que me dá prazer”.
“As pessoas me perguntam ‘Jesus, qual é a novidade hoje?’, e eu respondo: ‘Olha, de manhã eu abri os olhos e estava vivo, não morri dormindo. Vamos ver o que acontece hoje’. Eu sempre digo, e disse no filme Jesus – O Verdadeiro, é que meu futuro foi ontem e não tem como saber o que vai acontecer hoje. Sobre o que eu já vivi, eu posso falar. Meu primeiro Kikito em gramado eu ganhei em 1974 e foi o primeiro Kikito gaúcho do festival. Eu gosto de trabalhar com História porque filme de ficção todo mundo faz e faz igual hoje em dia, só muda o nome dos personagens e o título, é sempre o mesmo roteiro. Um filme que eu fiz e gosto de destacar é o Porto Alegre, Adeus…! É uma carta que eu escrevi ao Glauber Rocha. E o Glauber Rocha tinha aquela frase que dizia que tinha que ter uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Pensando bem, hoje em dia as pessoas, muitas vezes, têm a câmera na mão, mas não têm a ideia na cabeça, por isso fazem tanta coisa igual”.
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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
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