Saúde
Idosa morre no HU e família descobre uma semana depois

Por Simone Dutra
Um vídeo repassado em grupos de whatsapp e demais plataformas digitais, nesta quarta-feira, 10, mostra a revolta de um cidadão que afirma que família só soube do falecimento de uma parente quase uma semana após o óbito. O homem que fala é Marcelo Oliveira, advogado canoense e neto de Iracema da Silva Souza.
Procurado por nossa reportagem, Marcelo disse que a avó deu entrada no domingo, 1º de janeiro, após piora do quadro pulmonar, pré- avaliado na clínica de repouso onde residia. A equipe da intuição geriátrica, então, a levou à UPA Boqueirão, mas Iracema não teria conseguido atendimento, o que fez com que seguissem à UPA Rio Branco, onde permaneceu por algumas horas antes do encaminhamento e internação no Hospital Universitário de Canoas.
De acordo com Oliveira, diante do quadro, foi realizado o teste de Covid na avó e que ela foi internada na ala Covid contra a vontade e insistência da família, que só teve acesso ao resultado no dia 10 de março, junto com o atestado de óbito.
“No domingo passado (7 de março), a pedido da Assistente Social Maristela, eu e minha irmã fomos até o hospital levar fraldas, produtos de higiene pessoal e toalha de banho… Eu gostaria de saber quem recebeu esses insumos, já que ela estava morta!”, desabafa Marcelo no vídeo divulgado em frente à unidade de saúde.
Descoberta da morte
Após três dias sem retorno sobre o estado de saúde de Dona Iracema, a própria filha telefonou para o hospital, que noticiou de “forma fria”, segundo relatou Marcelo, que “Iracema já havia morrido há uma semana”.
Confusão de documentos
Era quase 21hs desta quarta-feira quando falei por telefone novamente com Marcelo, que tentava resolver problemas na documentação do óbito de Iracema, que estava indevidamente preenchido (e à caneta), pois não havia horário e dados necessários. De acordo com o advogado, a médica que atestou o óbito relatou a ele que não conhecia a paciente e que havia acabado de pegar o plantão quando assinou o documento, portanto, não tinha como estar correto. “A falta de competência dos profissionais é absurda, e a falta de humanidade, de condolência com quem está perdendo um ente querido… Entendo a dificuldade que os profissionais da saúde estão passando neste momento, mas nada justifica”, enfatizou.
Nota do HU
O Timoneiro entrou em contato com a assessoria de comunicação do Hospital, que enviou uma nota oficial, que segue abaixo:
“Referente ao caso relatado pelo senhor Marcelo Oliveira, por meio de suas redes sociais na tarde desta quarta-feira, 10, o Hospital Universitário de Canoas (HU) reconhece e lamenta profundamente o ocorrido, destacando que está apurando todos os procedimentos realizados em relação à paciente, para esclarecer o episódio injustificável.
Contudo, salienta que o óbito ocorreu no domingo, 7, às 20h05. E, ainda, que a familiar deu entrada no HU no dia 1º de fevereiro com síndrome respiratória, sendo submetida ao teste para detectar a presença do coronavírus no mesmo dia.
O resultado deu positivo para a Covid-19, sabendo-se que são necessárias 72h, após o contágio, para que o exame acuse o positivo. Se feito em prazo menor, pode apresentar um “falso negativo”. Ou seja, a paciente já entrou na instituição com a doença.
As equipes trabalham balizadas em protocolos, dentre os quais, há a determinação de que os familiares sejam chamados ao hospital, a fim de tomarem conhecimento sobre o falecimento do paciente. Diante da manifestação do senhor Marcelo Oliveira – que conversou com a direção no fim da tarde de quarta-feira – o HU reconhece que o atraso de dois dias e a forma da comunicação do óbito se deram fora dos seus padrões habituais, fatos, como já referido, sob apuração.
O Hospital Universitário reforça sua solidariedade à família, e destaca todo o esforço, empenho e trabalho dos seus profissionais, que, há um ano, estão lutando contra esse inimigo, o Coronavírus.
Fátima Farias – Diretora Assistencial – Hospital Universitário”
Erros continuam sendo apontados
Sobre a nota, a família se manifestou novamente, afirmando que as informações estão equivocadas quanto às datas citadas.
Saúde
Emenda impositiva destina R$ 426,8 mil para a reconstrução do HPSC

Um ato simbólico na manhã da quinta-feira, 26, marcou o recebimento, pela Prefeitura de Canoas, de verbas provenientes de uma emenda impositiva ao orçamento do Município, destinada pela Câmara de Vereadores, que aportou R$ 426.836,00 para as obras do Hospital de Pronto Socorro (HPSC) da cidade, que teve o andar térreo destruído pela enchente de 2024.
A emenda é de autoria do ex-vereador Márcio Antônio da Silva (Marcinho). De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, os recursos serão utilizados para a compra de equipamentos e mobiliário que serão utilizados no hospital após a reconstrução.
“Estes recursos vêm em boa hora para compor com tudo o que a gente precisa para reconstruir o HPS”, comentou o prefeito Airton Souza durante o ato.
“Não está faltando esforço do governo e vamos encontrar as soluções para a saúde. Logo, logo Canoas vai ser outra cidade.”
O vice-prefeito Rodrigo Busato destacou que Canoas está dando a volta por cima após a enchente de 2024 com a união de esforços em todas as esferas.
“Com a ajuda dessas emendas impositivas a gente vai chegando naquilo que desejamos: uma saúde mais digna.”
Saúde
Cremers aciona MP após anúncio de restrição de atendimento de emergência no Graças apenas para moradores de Canoas

Após a Prefeitura de Canoas anunciar a restrição de atendimento de emergência do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) exclusivamente para moradores do município, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), Régis Angnes, reuniu-se com o promotor de Justiça Márcio Emílio Lemos Bressani, do Ministério Público em Canoas, para discutir medidas que garantam atendimento a toda população.
A reunião ocorreu na tarde da segunda-feira, 23, e contou com a participação da segunda-secretária do Cremers Laís Leboutte, do coordenador do Departamento de Fiscalização (Defis), Luciano Haas, da conselheira Maria Fernanda Detanico, além de representantes da Assessoria Jurídica e do Defis.
Como encaminhamento, ficou definido que o Cremers fornecerá ao MP-RS dados sobre a necessidade mínima de médicos para garantir o atendimento adequado no HNSG e no Hospital de Pronto-Socorro de Canoas (HPSC). Com essas informações, o MP-RS deverá encaminhar a demanda ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS).
“Ninguém tem dúvida de que Canoas já demonstrou não ter condições de continuar gerindo a saúde do município”, destacou Angnes.
Durante as enchentes que atingiram o estado em maio de 2024, o HNSG passou a abrigar parte dos atendimentos emergenciais, já que o Hospital de Pronto Socorro está fechado para obras desde então, e o Cremers tem realizado diversas vistorias, avaliando as condições estruturais, a disponibilidade de insumos e a escala médica das unidades de saúde.
No dia 19 de junho, o TJ-RS determinou o bloqueio de R$ 200 mil das contas da Prefeitura de Canoas para custear as necessidades do HPSC. Os dados que serão fornecidos pelo Cremers ao MP-RS auxiliarão na avaliação sobre a suficiência do valor bloqueado para restabelecer o atendimento à população canoense.
Em reunião realizada na manhã desta segunda, o Cremers decidiu peticionar junto à ação civil pública movida pelo MP-RS contra o município de Canoas, questionando a divulgação, por parte do prefeito de Canoas, e a restrição de atendimento a moradores de outros municípios.
O que diz a Prefeitura
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Canoas enviou uma nota em que cita superlotação da unidade de saúde; confira na íntegra abaixo:
“A Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, informa que enviou, nesta terça-feira (24), ofício para a diretoria do Departamento de Gestão da Atenção Especializada da Secretaria Estadual da Saúde em resposta ao ofício encaminhado pelo Estado na segunda-feira (23) a respeito da restrição da porta de Emergência do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), por um período mínimo de 72 horas, para pacientes que não são oriundos de Canoas.
A Secretaria Municipal da Saúde ressaltou que a superlotação do HNSG, agravada no fim de semana com o envio de 19 pacientes de outros municípios para o hospital, cinco deles pelo sistema de Vaga Zero, impediu o recebimento de pacientes graves a partir de então porque foram ultrapassados os limites assistenciais adequados e a capacidade física, técnica e de recursos humanos do hospital estava em vias de esgotamento. Durante a madrugada de segunda-feira (23), a Emergência do HNSG chegou a operar com 38 pacientes internados no espaço onde deveriam haver 10. Além destes, naquele momento, havia seis pacientes graves internados em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Canoas aguardando transferência para o HNSG, e a retaguarda do Hospital Universitário (HU) também encontrava-se lotada. A Secretaria Municipal da Saúde destacou que a não restrição poderia configurar imprudência e desconsideração de evento que traria risco à vida e à segurança dos pacientes.
A administração municipal esclarece que a comunicação da restrição da porta de Emergência do HNSG foi realizada imediatamente por meio de ofício à Central de Regulação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), na noite de domingo (22), e estendida à Secretaria Estadual da Saúde na segunda-feira (23). A decisão pela restrição se baseou na Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, e na Resolução da Diretoria Colegiada nº 36, de 25 de julho de 2013, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde.
A Prefeitura de Canoas destaca que pacientes que procuram a Emergência do HNSG diretamente passam pelo procedimento padrão de triagem de acordo com o Protocolo de Manchester de classificação de risco, que estabelece a gravidade do quadro e a prioridade de atendimento. Pacientes de Canoas trazidos ao hospital pelo Samu também estão sendo atendidos normalmente. A restrição é para aqueles de fora de Canoas que são encaminhados ao HNSG por outros municípios por meio do sistema de referenciamento do Estado.
O período mínimo de 72 horas para a restrição dos atendimentos é fundamental para que seja possível a redução da lotação do HNSG, o restabelecimento da rede e o desafogamento das UPAs. Após este período a Secretaria Municipal da Saúde reavaliará os indicadores da rede do Município para definir se a restrição será mantida ou se o atendimento poderá ser normalizado”.
Saúde
Construção da Unidade de Saúde Rio Branco tem ordem de início iniciada

Foi assinada na tarde da segunda-feira, 23, a ordem de início das obras de construção da nova unidade de saúde Rio Branco. Localizada na Rua D. João Becker, 47, no bairro Rio Branco, a unidade terá porte maior do que as que o Município possui hoje. De acordo com a gestão municipal, os trabalhos já começaram, com a limpeza do terreno, na mesma segunda-feira.
No ato da assinatura da ordem de início das obras, o prefeito Airton Souza destacou as ações que a administração municipal vem realizando para promover melhorias para a saúde em Canoas, como mutirões de atendimento, modernização da gestão e reorganização do atendimento da população.
“Estamos trabalhando muito para resolver os problemas da saúde da nossa cidade”, disse o prefeito. “Essa unidade vai ajudar muito a comunidade.”
Conforme a secretária municipal de Projetos e Captação de Recursos, Daniela Fontoura, a nova unidade de saúde terá 912,32 metros quadrados de área construída e terá, entre outros espaços, dez consultórios, salas de medicação, vacinação e coleta de exames, farmácia, área de embarque e desembarque de ambulância e espaços de acolhimento.
A obra tem prazo de conclusão de 18 meses e o investimento será de R$ 4.968.466,66, com recursos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sem contrapartida do Município.
“Hoje nós temos em funcionamento uma unidade de saúde de porte 2 para esta comunidade, e passaremos a ter uma de porte 4, com muito mais qualidade de atendimento para a população”, destacou a secretária.
O secretário municipal da Saúde, Marcelo Reis, destacou a importância da obra, pela localização, onde atenderá uma parcela da população afetada pela enchente de 2024, e também pelo porte da nova unidade de saúde: “é um marco para a cidade, vai ser a primeira unidade de saúde de porte 4 de Canoas, maior do que as que temos hoje.”
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