Saúde
Intervenção na Saúde completa primeiro mês de desafios

O sistema de Saúde de Canoas passa por uma intervenção administrativa após uma decisão judicial emitida em dezembro de 2018. O fato ocorreu após o escândalo, amplamente divulgado pelo jornal Timoneiro, envolvendo o Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp). No comando dos hospitais Universitário e de Pronto Socorro, de duas Upas e de quatro Caps, Francisco de Paula Figueiredo concedeu entrevista ao jornal Timoneiro. Na ocasião, ele explicou o andamento da intervenção e o planejamento para conter a grave crise pela qual passa a Saúde da cidade.
Início
Segundo Francisco, o maior desafio no começo de seu trabalho, no dia 12 de dezembro, foi acertar a folha de pagamento. “Conseguimos resolver a questão de salários e décimo terceiro. Isso tomou toda nossa atenção no início. Passamos muitas dificuldades para cumprir essas questões”, afirma. Ele comenta que também foi difícil negociar com os credores, administrando um orçamento já limitado. “Nós estamos cumprindo um cronograma que foi prometido. Passamos os momentos mais tensos, mas conseguimos estabelecer uma relação de confiança com funcionários e sindicatos”, diz o interventor.
Contrato
Diante de críticas sobre como a atual gestão manteve o contrato com o Gamp mesmo após problemas, Francisco defende que a administração recebeu um contrato já em andamento. Além disso, ele lembra que em 2017 a administração municipal havia notificado o Gamp sobre problemas na prestação de serviço. “Naquele momento alguma coisa melhorou, mas na sua essência, nós não queríamos isso [a manutenção do contrato com o Gamp], mas tínhamos que administrar, tanto que levamos até onde foi possível”, relata. Ele ainda pondera que, administrativamente, os caminhos de rompimentos são mais difíceis: “Olhando todo o conjunto é difícil alguém que venha e assuma a prestação de serviço. Tínhamos que pensar nisso”.
Ajuda
Na segunda-feira, 7 de janeiro, a Prefeitura anunciou o lançamento do programa “Todos pela Saúde”, com uma consultoria e apoio dos hospitais Sírio-Libanês, Moinhos de Vento e do Grupo Hospitalar Conceição. “Essas instituições estão fazendo um rastreamento da situação e vão nos auxiliar a criar as ferramentas para uma nova licitação. Temos que aguardar esse trabalho todo para termos uma definição clara. Queremos eliminar qualquer margem de erro para o futuro”, explica Francisco. Através do Programa de Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), os Hospitais Sírio-Libanês e Moinhos de Vento, irão realizar consultorias em pontos-chave na gestão dos contratos executados até pouco tempo atrás pelo Gamp. Sem custos ao município, o trabalho será coordenado pelo médico gaúcho Paulo Malabarba, consultor sênior do Sírio-Libanês, e contará com uma equipe de cinco profissionais, de diversas áreas.
Prazo
Segundo o interventor, a ideia é realizar todos os processos administrativos até o final do prazo de 180 dias: “Até o final dela, se tudo ocorrer sem incidentes, é possível que uma nova gestora assuma. Assim teremos um novo prestador de serviço, com qualidade e excelência na área da saúde”.
Ainda há problemas
“Desde que chegamos, já verificamos a falta de medicamentos e insumos. Já fizemos compras e conversamos com fornecedores, muita coisa está ajustada e sanada. Mas ainda há muita coisa por fazer. Temos esperança de que em março já tenhamos uma normalidade de atendimento”, avalia Francisco.
Mais dinheiro
A Prefeitura de Canoas decidiu cancelar o Carnaval 2019 e outros quatro eventos da cidade para garantir mais recursos para a saúde. Também foram suspensos a Parada Livre e as semanas da Música, da Capoeira e do Hip Hop. Com isso, a Prefeitura afirma que irá economizar mais de R$ 1 milhão. Esse recurso vai contribuir para a reforma da UPA Caçapava e para as obras do novo prédio da UBS Santa Isabel.
Perfil
Francisco de Paula Figueiredo é advogado formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), especialista em Direito Público e servidor público concursado de Canoas há 29 anos. Foi professor na Ulbra Canoas e São Jerônimo de 1995 a 2013. Exerceu o cargo de procurador-geral do município em dois períodos: de 1998 até 2000 e na gestão do prefeito Luiz Carlos Busato, de janeiro de 2017 a fevereiro de 2018. Atuou como procurador adjunto de Canoas de 2009 a 2010. Foi também procurador-geral do município de Triunfo, em 2011, e técnico jurídico nas Delegações de Prefeituras Municipais (DPM). Foi assessor jurídico da autarquia Canoas XXI. Atualmente, é presidente do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores Municipais de Canoas (Canoasprev).
Saúde
Emenda impositiva destina R$ 426,8 mil para a reconstrução do HPSC

Um ato simbólico na manhã da quinta-feira, 26, marcou o recebimento, pela Prefeitura de Canoas, de verbas provenientes de uma emenda impositiva ao orçamento do Município, destinada pela Câmara de Vereadores, que aportou R$ 426.836,00 para as obras do Hospital de Pronto Socorro (HPSC) da cidade, que teve o andar térreo destruído pela enchente de 2024.
A emenda é de autoria do ex-vereador Márcio Antônio da Silva (Marcinho). De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, os recursos serão utilizados para a compra de equipamentos e mobiliário que serão utilizados no hospital após a reconstrução.
“Estes recursos vêm em boa hora para compor com tudo o que a gente precisa para reconstruir o HPS”, comentou o prefeito Airton Souza durante o ato.
“Não está faltando esforço do governo e vamos encontrar as soluções para a saúde. Logo, logo Canoas vai ser outra cidade.”
O vice-prefeito Rodrigo Busato destacou que Canoas está dando a volta por cima após a enchente de 2024 com a união de esforços em todas as esferas.
“Com a ajuda dessas emendas impositivas a gente vai chegando naquilo que desejamos: uma saúde mais digna.”
Saúde
Cremers aciona MP após anúncio de restrição de atendimento de emergência no Graças apenas para moradores de Canoas

Após a Prefeitura de Canoas anunciar a restrição de atendimento de emergência do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) exclusivamente para moradores do município, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), Régis Angnes, reuniu-se com o promotor de Justiça Márcio Emílio Lemos Bressani, do Ministério Público em Canoas, para discutir medidas que garantam atendimento a toda população.
A reunião ocorreu na tarde da segunda-feira, 23, e contou com a participação da segunda-secretária do Cremers Laís Leboutte, do coordenador do Departamento de Fiscalização (Defis), Luciano Haas, da conselheira Maria Fernanda Detanico, além de representantes da Assessoria Jurídica e do Defis.
Como encaminhamento, ficou definido que o Cremers fornecerá ao MP-RS dados sobre a necessidade mínima de médicos para garantir o atendimento adequado no HNSG e no Hospital de Pronto-Socorro de Canoas (HPSC). Com essas informações, o MP-RS deverá encaminhar a demanda ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS).
“Ninguém tem dúvida de que Canoas já demonstrou não ter condições de continuar gerindo a saúde do município”, destacou Angnes.
Durante as enchentes que atingiram o estado em maio de 2024, o HNSG passou a abrigar parte dos atendimentos emergenciais, já que o Hospital de Pronto Socorro está fechado para obras desde então, e o Cremers tem realizado diversas vistorias, avaliando as condições estruturais, a disponibilidade de insumos e a escala médica das unidades de saúde.
No dia 19 de junho, o TJ-RS determinou o bloqueio de R$ 200 mil das contas da Prefeitura de Canoas para custear as necessidades do HPSC. Os dados que serão fornecidos pelo Cremers ao MP-RS auxiliarão na avaliação sobre a suficiência do valor bloqueado para restabelecer o atendimento à população canoense.
Em reunião realizada na manhã desta segunda, o Cremers decidiu peticionar junto à ação civil pública movida pelo MP-RS contra o município de Canoas, questionando a divulgação, por parte do prefeito de Canoas, e a restrição de atendimento a moradores de outros municípios.
O que diz a Prefeitura
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Canoas enviou uma nota em que cita superlotação da unidade de saúde; confira na íntegra abaixo:
“A Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, informa que enviou, nesta terça-feira (24), ofício para a diretoria do Departamento de Gestão da Atenção Especializada da Secretaria Estadual da Saúde em resposta ao ofício encaminhado pelo Estado na segunda-feira (23) a respeito da restrição da porta de Emergência do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), por um período mínimo de 72 horas, para pacientes que não são oriundos de Canoas.
A Secretaria Municipal da Saúde ressaltou que a superlotação do HNSG, agravada no fim de semana com o envio de 19 pacientes de outros municípios para o hospital, cinco deles pelo sistema de Vaga Zero, impediu o recebimento de pacientes graves a partir de então porque foram ultrapassados os limites assistenciais adequados e a capacidade física, técnica e de recursos humanos do hospital estava em vias de esgotamento. Durante a madrugada de segunda-feira (23), a Emergência do HNSG chegou a operar com 38 pacientes internados no espaço onde deveriam haver 10. Além destes, naquele momento, havia seis pacientes graves internados em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Canoas aguardando transferência para o HNSG, e a retaguarda do Hospital Universitário (HU) também encontrava-se lotada. A Secretaria Municipal da Saúde destacou que a não restrição poderia configurar imprudência e desconsideração de evento que traria risco à vida e à segurança dos pacientes.
A administração municipal esclarece que a comunicação da restrição da porta de Emergência do HNSG foi realizada imediatamente por meio de ofício à Central de Regulação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), na noite de domingo (22), e estendida à Secretaria Estadual da Saúde na segunda-feira (23). A decisão pela restrição se baseou na Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, e na Resolução da Diretoria Colegiada nº 36, de 25 de julho de 2013, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde.
A Prefeitura de Canoas destaca que pacientes que procuram a Emergência do HNSG diretamente passam pelo procedimento padrão de triagem de acordo com o Protocolo de Manchester de classificação de risco, que estabelece a gravidade do quadro e a prioridade de atendimento. Pacientes de Canoas trazidos ao hospital pelo Samu também estão sendo atendidos normalmente. A restrição é para aqueles de fora de Canoas que são encaminhados ao HNSG por outros municípios por meio do sistema de referenciamento do Estado.
O período mínimo de 72 horas para a restrição dos atendimentos é fundamental para que seja possível a redução da lotação do HNSG, o restabelecimento da rede e o desafogamento das UPAs. Após este período a Secretaria Municipal da Saúde reavaliará os indicadores da rede do Município para definir se a restrição será mantida ou se o atendimento poderá ser normalizado”.
Saúde
Construção da Unidade de Saúde Rio Branco tem ordem de início iniciada

Foi assinada na tarde da segunda-feira, 23, a ordem de início das obras de construção da nova unidade de saúde Rio Branco. Localizada na Rua D. João Becker, 47, no bairro Rio Branco, a unidade terá porte maior do que as que o Município possui hoje. De acordo com a gestão municipal, os trabalhos já começaram, com a limpeza do terreno, na mesma segunda-feira.
No ato da assinatura da ordem de início das obras, o prefeito Airton Souza destacou as ações que a administração municipal vem realizando para promover melhorias para a saúde em Canoas, como mutirões de atendimento, modernização da gestão e reorganização do atendimento da população.
“Estamos trabalhando muito para resolver os problemas da saúde da nossa cidade”, disse o prefeito. “Essa unidade vai ajudar muito a comunidade.”
Conforme a secretária municipal de Projetos e Captação de Recursos, Daniela Fontoura, a nova unidade de saúde terá 912,32 metros quadrados de área construída e terá, entre outros espaços, dez consultórios, salas de medicação, vacinação e coleta de exames, farmácia, área de embarque e desembarque de ambulância e espaços de acolhimento.
A obra tem prazo de conclusão de 18 meses e o investimento será de R$ 4.968.466,66, com recursos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sem contrapartida do Município.
“Hoje nós temos em funcionamento uma unidade de saúde de porte 2 para esta comunidade, e passaremos a ter uma de porte 4, com muito mais qualidade de atendimento para a população”, destacou a secretária.
O secretário municipal da Saúde, Marcelo Reis, destacou a importância da obra, pela localização, onde atenderá uma parcela da população afetada pela enchente de 2024, e também pelo porte da nova unidade de saúde: “é um marco para a cidade, vai ser a primeira unidade de saúde de porte 4 de Canoas, maior do que as que temos hoje.”
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