Comunidade
Intervenção por suspeita de fraude em eleições
Por Bruno Lara
Uma comissão interventora assumiu na manhã da segunda-feira, 2, a administração da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Canoas. A mudança se deu após uma ação da Federação das APAES do Estado (Feapes/RS) na Justiça receber um parecer favorável.
A justificativa da Federação é que a instituição não seguiu o rito necessário para eleger a então diretora Lia Isabel Lopes, agora afastada. Em seu entendimento, Lia não poderia ser legitimada por não ter havido uma eleição. Uma auditoria será realizada na instituição.
Diretoria herdada
Segundo o procurador-geral da Feapes/RS, Dr. Roberto Salaberry, as primeiras denúncias feitas por mães de alunos e membros da diretoria chegaram em 2014, logo após a diretora eleita se afastar do cargo alegando “motivos pessoais” e o deixando para sua filha e não para o seu vice, como manda o regulamento. “A diretora, junto com alguns outros membros, em vez de dar posse ao vice, acabou por indicar a própria filha como presidente da Apae. A eleição, da forma como ocorreu, foi uma fraude. Não respeitou a ordem sucessória. Em função desta denúncia fomos averiguar o que estava acontecendo”, informou.
Segundo ele, uma série de documentações foi solicitada. “Constatamos que eram verdades as denúncias que chegaram a nós quanto às eleições. Abrimos um processo ético interno, tiverem defesa”, alegou. Em seu entendimento, o afastamento foi necessário, pois “houve perseguições de algumas pessoas que denunciaram a situação”, lembrou revelando que nenhuma denúncia anônima é aceita na Federação, portanto todas elas estão “registradas e gravadas”.
O que chamou a atenção da Feapes também foi a defesa da diretoria. “Eles apresentaram uma defesa e, mesmo fora do prazo ,nós aceitamos. Entre as diversas irregularidades apontadas, muitas foram confessas”, aponta. Ele conta que um dos argumentos era de que o vice eleito “não era uma pessoa idônea e, por isso, se optou por um novo processo”. Mas, em seu entendimento, “o vice não tinha os mesmos interesses e ideologias de gestão que lá estava”, opina Salaberry.
Parecer favorável
A ação anulatória proposta pela Feapaes, que teve como julgador o juiz Sandro Antonio da Silva, da 4ª Vara Civil de Canoas, visava anular a assembleia geral extraordinária que elegeu a gestão e constituir a comissão interventora com que tem como membros Paulo Roberto Araújo da Silva (secretário geral), Afonso Tochetto (tesoureiro) e Paulo Roberto Bogado (presidente).
“Por todas essas razões, não há dúvidas da verossimilhança das alegações da parte autora e da plausabilidade do direito que alega. Já o dano, iminente e com alta probabilidade, irreversibilidade, se revela presente no simples fato de a presidência estar sendo exercida por pessoas que não foram eleitas de forma natural e pelas vias ordinárias tal como determinado no estatuto, o que se revela absolutamente temerário.
A isso se soma o fato de já terem sido constatadas outras irregularidades na gestão que, após processo administrativo com respeito ao contraditório, concluiu pela necessidade de intervenção na gestão”, diz o despacho que decide por suspender e não anular a eleição por entender que o processo ainda está na sua fase inicial.
Comissão
Através da sua conta na rede social Facebook, o presidente interventor, Paulo Bogado, informou que estava assumindo a instituição e aproveitou para pedir ajuda aos alunos. “Por determinação da Justiça, acabo de assumir a Apae de Canoas como Presidente interventor. Por isso, quem quiser nos ajudar, por favor, nos contate através do e-mail apaecanoas49@gmail.com.Toda ajuda para estas crianças sempre é bem vinda”, comentou.
Auditoria nas contas
Para Salaberry, será necessário uma auditoria para avaliar a fundo a situação da instituição. O procedimento que deve ter início na segunda-feira, 9, busca sanar dúvidas quanto a prestação de contas, a arrecadação e os gastos fixos da gestão anterior.
Mesmo com poucos dias de trabalho na Apae Canoas, segundo Salaberry, foi possível identificar o que classificou como “coisas perigosas”. Para ele, há uma fragilidade contábil nas prestações de contas e um desacerto em relação ao que era arrecadado com os gastos fixos que se apresentavam. “Não tinham outras fontes de arrecadação a não serem fontes públicas”, aponta. Conforme informou, os pagamentos eram feitos apenas pela presidente, que vinha a ser a filha da diretora.
A Associação tem eleições nacionais de três em três anos, podendo haver uma reeleição. Em novembro de 2016, se tudo estiver correto, a comissão interventora pretende deixar o cargo para uma nova diretoria eleita em assembleia. “A intervenção continua até que tudo seja regularizado”, garante o advogado.
Dinheiro público
A Prefeitura é a principal fonte de renda da instituição. Só nos três primeiros meses deste ano, nove empenhos foram feitos para a Apae de Canoas somando em torno de R$ 539.179,71. O recurso, conforme publicado no Portal da Transparência, é para a compra e manutenção de vagas de alunos com necessidades especiais. Hoje a estrutura conta com 23 funcionários que atendem 250 pessoas de idades variadas.
Questionada, a Prefeitura respondeu que “respeita a decisão da Federação” e que a Apae mantém contratos com a administração municipal e a fiscalização dos serviços prestados “é efetuada de acordo com o que está previsto na legislação, especificamente em relação aos serviços prestados aos munícipes”.
A equipe de reportagem de O Timoneiro tentou por diversas vezes contato com a ex-presidente da Apae Canoas, Lia Isabel Lopes, mas não obteve sucesso.
Comunidade
XVI Conferência Municipal da Assistência Social reúne comunidade e entidades em Canoas

Na quinta-feira, 14, a Associação Pestalozzi de Canoas foi palco da XVI Conferência Municipal da Assistência Social, que teve como tema “20 anos do SUAS: Construção, Proteção Social e Resistência”. O evento reuniu usuários, trabalhadores, entidades e gestores da política de assistência social, promovendo debates e a troca de experiências.
O objetivo, conforme a gestão municipal, foi fortalecer as ações de assistência social no município, com espaço para discussão sobre políticas públicas municipais, estaduais e nacionais. Para Edina Aparecida Alegro, presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, “estamos aqui num momento muito importante de fala para tratar de políticas ligadas à assistência social em todas as esferas”.
Participante do encontro, Paola Estalamartes, integrante da Associação das Senhoras das Campanhas dos Bebês, destacou a relevância do apoio recebido: “Somos gratos pelo apoio da Prefeitura e de instituições parceiras. Nosso foco é trabalhar o fortalecimento do vínculo familiar”.
Representando a gestão municipal, o secretário de Assistência Social, Márcio Freitas, reforçou o compromisso com a área: “Estamos participando deste grande evento com o comprometimento de manter e ampliar as políticas públicas de assistência social, voltadas especialmente para a população que mais precisa”.
Comunidade
Canoas retoma acordo para regulamentar comércio indígena no Centro

O comércio indígena no Centro de Canoas passará por mudanças nos próximos meses. Representantes de quatro aldeias, do Ministério Público Federal (MPF), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação (SMDEI) definiram a retomada do acordo firmado em 2019, que estabelece 12 pontos fixos para a comercialização de produtos.
O pacto original foi firmado após o Município relatar ao MPF a expansão das bancas indígenas, a venda de produtos industrializados e problemas de circulação de pedestres e veículos, especialmente na Rua Quinze de Janeiro. Na época, ficou determinado que, fora dos pontos autorizados, valeria a legislação municipal que proíbe o comércio transitório na área central.
Em vistoria realizada em julho deste ano, a SMDEI identificou 29 bancas ativas no Centro, número superior ao acordado. O levantamento motivou pedidos de providências de entidades empresariais e levou à retomada das negociações.
Com o novo entendimento, será mantido o limite de 12 bancas, que receberão placas e crachás de identificação para facilitar a fiscalização. Três boxes da Praça da Bíblia serão disponibilizados para depósito de materiais.
Segundo a SMDEI, a medida busca equilibrar a preservação do direito de comercialização dos povos indígenas com a organização do espaço público e o cumprimento da legislação municipal.
Comunidade
Campanha do Agasalho 2025 de Canoas recebeu 28.340 peças e distribuiu 15.774

A Campanha do Agasalho deste ano em Canoas atingiu os quantitativos de 28.340 peças recebidas e 15.774 itens distribuídos. Nesta quarta-feira, 6, a ação ocorreu com parceria entre agentes da Defesa Civil do município e voluntários para estender solidariedade aos moradores do bairro Rio Branco.
Em uma busca cuidadosa, pilha após pilha, sem desdobrar nem desarrumar os itens separados sobre uma grande mesa, propiciou que a dona de casa Tânia de Jesus, 46 anos, encontrasse roupas para proteger seus quatro filhos, de 13, 11, 8 e dois anos de idade.
Conforme o secretário de Defesa Civil e Resiliência Climática de Canoas, Vanderlei Marcos, a ação é estratégica para fazer com que os bens doados pela comunidade cheguem efetivamente para quem precisa. “A parceria com lideranças e pessoas que são referências nas localidades é fundamental para ampliar o acesso daqueles que precisam dos agasalhos”, descreve o gestor.
Ao lado da parceira de voluntariado Celi Oliveira, Vera confirma que o elo se fortalece e a corrente de solidariedade estende sua proteção.
“Fazemos isso há dez anos. Abro minha casa para receber quem precisa da ajuda. Cada pessoa que sai daqui com uma roupinha para sua família faz valer o trabalho da gente”, define Vera.
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