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27/06/2025
 

Comunidade

Canoenses sem energia elétrica por mais de uma semana

Temporal deixou mais de 28 mil residências sem energia elétrica; 32 internados por quedas de telhados

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Manifestação no bairro Nossa Senhora das Graças pedia retorno do fornecimento de energia elétrica no sábado, 17. Foto: Bruno Lara/OT

Manifestação no bairro Nossa Senhora das Graças pedia retorno do fornecimento de energia elétrica no sábado, 17. Foto: Bruno Lara/OT

As chuvas da última semana trouxeram um cenário de devastação em Canoas. A estimativa da Prefeitura Municipal é de que ao menos dez mil residências tenham sido danificadas pelo temporal, acompanhado de forte queda de granizo que atingiu a cidade por volta das 23 horas de quarta-feira, 14. Foram registrados 81 milímetros de chuva, mais de 70% do volume esperado para todo o mês de outubro, que é de 114 milímetros. Na quinta-feira, 15, o município chegou a ter mais de 28 mil residências sem o fornecimento de energia elétrica.

Luz demorou
O fornecimento de energia elétrica, interrompido durante os temporais em mais de 28 mil residências, demorou a retornar. Alguns moradores de Canoas deram trabalho as autoridades para cobrar o retorno da luz. No bairro Nossa Senhora das Graças, dezenas se reuniram para protestar no sábado. Da noite de quarta-feira, 14, até a tarde de sábado, 17, apenas um trecho das ruas José Bonifácio e Monte Castelo ficou sem o fornecimento. “Perdi tudo que estava na geladeira”, relatou uma das residentes. Até segunda-feira, 19, foi possível observar clientes reclamando de falta do serviço em locais pontuais nos bairros Rio Branco, Mato Grande e Guajuviras.
Na quarta-feira, 21, a empresa divulgou um balanço. “o dia 7 ao dia 19 foram 5 temporais com danos na rede elétrica, que causaram interrupção no fornecimento de energia para aproximadamente 500 mil clientes”. Repudiou também as manifestações. “Os protestos de algumas comunidades que em nada contribuem para agilizar o atendimento às demandas, inclusive com riscos à vida dos profissionais que estão trabalhando para recuperar a rede”, criticou a concessionária. Sete postes caíram ao longo da avenida Guilherme Schell.
Segundo dados da AES Sul, a incidência de raios foi de 476.529, tendo como fonte o Grupo Eletricidade Atmosférica, ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Foram 18.517 Atendimentos de campo (84% acima da média normal); 12.958 ocorrências de perigo (postes quebrados, fios partidos, entre outros); Mobilização de aproximadamente 2.500 profissionais, sendo 1.500 envolvidos diretamente nos atendimentos em campo; 240 km de redes reconstruídos; 163 transformadores queimados ou avariados; e 7 linhas de subtransmissão desligadas devido à queda de 14 estruturas de grande porte.

126 caíram dos telhados

Moradores de Niterói arrumando o telhado durante o temporal. Foto: Bruno Lara/OT

Moradores de Niterói arrumando o telhado durante o temporal. Foto: Bruno Lara/OT

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Canoas reforçou esta semana o alerta à população para o risco de queda na troca de telhas e no conserto de avarias das casas atingidas. Segundo o órgão, “já foram atendidas 126 pessoas no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), estando 32 delas internadas com fraturas e lesões, e quatro na UTI, em estado gravíssimo”.

Desabrigados
Os números assustam. Dentre as famílias atingidas, a contagem era de 80 na Prainha do Paquetá, 40 no Beco do Berto Círio, 30 na Rua da Barca, 15 no Dique do Gravataí, 10 na Rua Sebastião Barreto e 12 no Dique do Canil. Um total de 187 desabrigados no início da semana passada.
Ao final, o nível do Guaíba, que atingiu pela primeira vez desde 1967 a marca de 2,79m, atingindo também 57 cidades, inclusive a capital Porto Alegre. Aproximadamente 50 mil pessoas precisaram deixar suas residências no estado. Ao todo, calcula-se que 5.775 foram desalojados e 4.164 desabrigados em locais públicos em todo o estado. Até terça-feira, 20, cerca de 400 pessoas ainda estavam desabrigadas em Canoas, segundo a assessoria de comunicação do município.

Paquetá

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A situação na Praia do Paquetá, como de costume, era precária na última semana. O acesso pela BR-448, apelidada como Rodovia do Parque, ainda é impossível. A equipe de O Timoneiro conversou com Paulo Denilto Ribeiro, 48 anos, presidente da associação dos moradores e pescadores da praia do Paquetá. “A gente mora num lugar de alagamento. Mas esse ano superou. Esse ano nos judiou. Esse ano não teve quem não atingiu”, lamentou informando que este foi um fenômeno atípico. “Nem os moradores mais antigos viram uma coisa dessas. 15 anos morando na prainha”, complementou.
Segundo Paulo, as enchentes são costumeiras e não significa algo ruim. “A gente tá acostumado com enchentes. A enchente é uma coisa maravilhosa. Ela traz a vida. Quando tem uma enchente traz de volta os peixes, renova. Traz transtornos, mas a enchente traz a vida. Todos os peixes estão migrando para fazer a reprodução deles. Com essa enchente imagina o que terá de peixes essa semana”, trouxe o outro ponto de vista da situação.

BM atingida

Sedes do 15º  BPM em Canoas. Ilustração: Divulgação 15º BPM

Sedes do 15º BPM em Canoas. Ilustração: Divulgação 15º BPM

Segundo dados do Tenente Coronel Oto Eduardo Amorin, 46 Policiais militares do 15º Batalhão de Polícia Militar (BPM) tiveram as casas destelhadas. Ele aproveita para reiterar que eles precisam de “1) fralda “p” e “gg”; 2) roupa masculina para criança de 5 anos; 3) telhas 5mm para as casas”. Para maiores informações, os interessados em ajudar a corporação podem procurar a sede da 4ª companhia do 15º BPM, no bairro rio branco, e a sede da 3º companhia. Ambas tiveram varias telhas quebradas. As viaturas da 4º cia do “tiveram vidros quebrados”, informo. “Agradeço as pessoas da comunidade que estão apoiando os policiais militares do 15bpm”, destacou o Tenente Coronel.

Boato dos diques
Boatos rodaram a cidade que os diques estariam prestes a romper. A equipe do Escritório de Engenharia e Arquitetura (EEA) da Prefeitura tomou a iniciativa de informar que estes possuem entre 6,5 e 7 metros de altura. O do Niterói tem extensão de 5.320 metros e o do Rio Branco, 7.780 m. Estes, incluindo o Mathias Velho (7.100 m) e Araçá (7.200 m), têm uma extensão de 27,4 mil metros. Os mesmos, segundo o órgão, não estão rompendo e nem devem. “A Prefeitura informa, ainda, que há equipes da Defesa Civil estão visitando casas, somente para o auxílio humanitário, com distribuição de lonas, telhas, alimentos e roupas”.

Água regularizada
A falta do fornecimento de água foi tema de reclamação de alguns moradores. Na quinta-feira, 15, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), informou que os temporais ocasionaram situações de emergência e calamidade pública em diversos municípios gaúchos. “A falta de energia elétrica causada pelas chuvas compromete os sistemas operacionais de abastecimento de água”, informou. Segundo a Companhia, a maioria dos sistemas de abastecimento de água que tiveram sua regularidade afetada pelas tempestades está normalizada. “Entre os que estão em vias de normalização está Canoas”, destacou.

Ajuda Federal
O Ministério da Integração Nacional informou que disponibilizou 22,2 mil kits de ajuda humanitária para o estado. O investimento total foi de quase R$ 2 milhões: R$ 539,1 mil referentes ao material que estava estocado e R$ 1,37 milhão referentes aos outros kits de ajuda humanitária.

FGTS
O Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) informou que trabalhadores residentes nos municípios com reconhecimento federal de situação de emergência poderão sacar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) até o valor de R$ 6.220. Embora a Prefeitura tenha feito o anúncio com alarde, a realidade é que os canoenses ainda não podem usar o valor, pois o Ministério da Cidade não reconheceu, pelo menos por enquanto, Canoas como em situação de emergência.
Após este reconhecimento, se acontecer, para a liberação dos recursos a Prefeitura deverá ainda indicar as áreas afetadas à Caixa Econômica Federal. Após a indicação, trabalhadores podem se dirigir a uma agência e comprovar que moram nas áreas determinadas pela Prefeitura. Somente então o saque será liberado em até 15 dias.

Atualização: 23/10/2015 às 13:52min

A Prefeitura de Canoas reafirma que, aqueles que tiveram suas casas atingidas pelas chuvas no município poderão movimentar suas contas de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O decreto foi reconhecido pelo Ministério da Integração Nacional e publicado nesta sexta feira, 23, no Diário Oficial da União.

Prefeitura mobilizada
A Secretaria de Educação informou que ainda prosseguem com problemas as escolas de Ensino Fundamental Pinto Bandeira, por danos na edificação com destelhamento, e a Rui Cirne Lima com problemas de alagamento e falta de telhas. Os alunos foram transferidos para terem aula na EMEF Gonçalves Dias. Duas escolas infantis, Carinha de Anjo e a Gilda Schiavon, seguem com problemas em função de destelhamento. As aulas devem retornar na próxima segunda-feira, 26.
Quatro Unidades Básicas de Saúde (UBSs) foram atingidas pelo temporal e tiveram de ser fechadas na quinta-feira, 15: Boa Saúde, Central Park, Pedro Luís da Silveira e José Veríssimo. Cerca de 500 agentes públicos da Defesa Civil, subprefeituras e secretarias municipais formaram uma força tarefa. O trabalho se concentrou no acolhimento aos desabrigados, no apoio ao transporte de famílias e na entrega de materiais de primeira necessidade.
A prefeitura informou que distribuiu 29 mil telhas e 231 mil metros quadrados de lonas. Como parte das ações de limpeza do sistema de drenagem local, as equipes da Secretaria Municipal de Obras (SMO) retirou, nos últimos dois dias, cerca de 12 caminhões de algas e barro, na entrada da Casa de Bombas. Em média, são retirados, mensalmente, 50 caminhões, 12 toneladas desse material das valas da cidade. Outros 50 contêineres são também retirados, mensalmente, das casas de bombas.

Descaso

Roupas são deixadas em margem de estrada

Roupas são deixadas em margem de estrada

A leitora Leticia Longhi enviou fotos de um provável descarte de doações para aqueles que perderam tudo na enchente da última semana. As fotos, enviadas por ela, são da rua Engenheiro Irineu Carvalho Braga, no bairro Mato Grande. “Me deparei com várias roupas provavelmente de doação, jogadas na rua, inclusive dentro de sacos fechados. Fiquei muito triste com o que vi, pois é um descaso com quem precisa”, relatou.

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Comunidade

Moradores que decidiram permanecer na Praia do Paquetá recebem auxílio da Defesa Civil

Redação

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Moradores que decidiram permanecer na Praia do Paquetá recebem auxílio da Defesa Civil

De acordo com a gestão municipal, desde a quinta-feira, 19, quando as águas começaram a subir na Praia do Paquetá, a comunidade local começou a receber suporte da Prefeitura de Canoas, com coordenação da Defesa Civil e contando com a ação integrada entre diversas secretarias.

Entre as ações voltadas a quem optou por permanecer no local, ocorreram entregas de cestas básicas e suporte com acolhimento a famílias atingidas, além de resgate de pets encontrados na região. Na localidade vivem 120 famílias, das quais 100 optaram por permanecer nas suas casas.

Para o secretário da Defesa Civil e Resiliência Climática, Vanderlei Marcos, a estratégia prioritária é antecipar o suporte humanitário, mitigando o impacto sobre a vida das pessoas. Além da entrega de ranchos completos, a Defesa Civil atuou no alerta sobre riscos e na oferta de transporte para quem necessitasse buscar segurança por decorrência da cheia.

Já o secretário da Assistência Social, Márcio Freitas, trabalhou na entrega de alimentos e comandou o serviço de abrigos públicos para desalojados. A secretária de Bem-estar Animal, Paula Lopes, liderou o resgate de bichinhos de estimação para castração e encaminhamento a tutores. As atividades prosseguirão ao longo do final de semana.

“A nossa comunidade vive da pesca e do turismo. Com o tempo adverso, não tem como pescar, nem tem pessoas para comprar nosso pescado. Esse alimento garante segurança para estes dias difíceis”, pontuou o presidente da Associação de Moradores e Pescadores da Praia de Paquetá, Paulo Denilto.

Moradora de Paquetá, Elisabete Saroba agradeceu o donativo que irá manter a família formada por sete pessoas, cujos adultos trabalham na pesca e na construção, pelas próximas semanas. A Defesa Civil mantém plantão na entrada do bairro para orientar e transportar pessoas para acolhimento. As demais áreas da cidade não apresentam mais zonas de alagamento.

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Abrigo em Canoas acolhe 129 pessoas atingidas pelas fortes chuvas da madrugada

Redação

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Abrigo em Canoas acolhe 129 pessoas atingidas pelas fortes chuvas da madrugada

Na tarde desta quarta-feira, 18, a cidade de Canoas segue monitorando os impactos das fortes chuvas registradas na noite anterior. De acordo com informações da Secretaria Municipal de Assistência Social, 129 pessoas seguem acolhidas no Ginásio São Luís, no bairro São Luís.

O abrigo emergencial foi estruturado para garantir acolhimento seguro e digno à população afetada. Além disso, 35 pessoas que estavam abrigadas já puderam retornar com segurança para suas residências no bairro Mathias Velho, uma das regiões mais atingidas.

A Prefeitura reforça que permanece mobilizada, por meio de suas equipes técnicas e voluntários, para oferecer suporte imediato às famílias em situação de vulnerabilidade durante este período de instabilidade climática. A estrutura no Ginásio São Luís conta com alimentação, espaço para higiene, roupas, colchões, atendimento ambulatorial e também acolhimento de animais de estimação.

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Comunidade

Canoas lança Campanha do Agasalho 2025 com o tema “O seu roupeiro não sente frio”

Redação

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Canoas lança Campanha do Agasalho 2025 com o tema “O seu roupeiro não sente frio

Com o tema “O seu roupeiro não sente frio – desapegue do que você não usa mais e aqueça quem precisa”, a Campanha do Agasalho 2025 de Canoas foi lançada oficialmente na manhã de sábado, 14, durante a 3ª edição do evento Prefeitura na Tua Casa, na Praça Dona Mocinha, no bairro Niterói.

A iniciativa busca mobilizar a comunidade para a doação de roupas e cobertores, com foco no acolhimento das pessoas em situação de vulnerabilidade social e em situação de rua. Diante da antecipação das ondas de frio, antes mesmo do início oficial do inverno, a campanha ganha ainda mais relevância neste momento.

Neste ano, a ação contará com telebusca de doações, facilitando a entrega dos itens pela população, além de uma parceria com uma lavanderia industrial de Cachoeirinha, que garantirá a higienização das peças arrecadadas.

Coordenada pela Secretaria Municipal da Defesa Civil e Resiliência Climática, a campanha envolve a parceria das secretarias de Assistência Social, Segurança Pública, Desenvolvimento Econômico e Inovação e Cidadania, Mulher e Inclusão, integrando esforços para ampliar o alcance das ações.

O secretário da Defesa Civil e Resiliência Climática, Vanderlei Marcos, ressaltou o papel fundamental da população na construção de uma cidade mais solidária:

“Essa campanha é um esforço coletivo que depende do engajamento de toda a sociedade. Cada doação representa uma barreira contra o frio para quem não tem proteção. Nosso trabalho é garantir que esses itens cheguem com dignidade a quem mais precisa, e para isso, contamos com o espírito solidário dos canoenses.”

Durante o lançamento, o prefeito em exercício Rodrigo Busato destacou a importância da união da sociedade em torno da causa.

“A Campanha do Agasalho é mais do que uma ação de inverno, é um gesto de cuidado com quem mais precisa. Cada peça doada representa acolhimento e respeito. Nosso compromisso de governo é garantir que nenhum canoense enfrente o frio sem o mínimo necessário para se proteger”, afirmou Rodrigo Busato.

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