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25/12/2025
 

Comunidade

Mulher se acorrenta em grade da secretaria de Saúde: “Não sou mais cidadã”

Segundo ela, já são 16 anos de consultas inconclusivas. Secretária adjunta de Saúde, Ana Boll, trabalha com possibilidade de paciente ter problemas psicológicos

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Eroni Maria Monteiro, 57 anos, ficou acorrentada na secretaria de Saúde em protesto. Foto: Bruno Lara/OT.

Eroni Maria Monteiro, 57 anos, ficou acorrentada na secretaria de Saúde em protesto. Foto: Bruno Lara/OT.

Por Bruno Lara

 

Eroni Maria Monteiro, de 57 anos, acorrentou-se à grade da Secretaria Municipal de Saúde na manhã desta sexta-feira, 8, em protesto a qualidade do serviço ofertado pelo órgão nas consultas e exames que realizou. Cercada por papeis picotados por ela mesma, incluindo a Carteira de Trabalho, a canoense se disse inconformado com a situação que vive.

“Em 2000 eu fiz a primeira endoscopia e deu problema. Estamos em 2016 e eles só me dão omeprazol. Nada é grave”, contestava em frente ao órgão para quem quisesse ouvir. “Não vou consultar mais, mas não vou votar também. eu sou a João Ninguém”, lamentou.

 

“Emagreci 10kg”

Segundo ela, os médicos solicitam exames, mas não o apreciam. “A endoscopia deu positivo, mas ele não explicam nada, se é câncer ou não é. A questão é que de cinco anos para cá eu emagreci 10 kg, pois não consigo comer. Duas especialidades graves que Canoas não tem. Otorrinolaringologista. Eu vou lá e ele só olha a garganta e apalpa. Eu to com suspeita de câncer por um clínico. Incha o meu pescoço, eu não consigo comer”, relata.

 

“Eu queria ser doadora”

Uma de suas maiores objeções era quando a ser doadora de órgãos, o que não será mais possível. Isso, conforme ela informou a equipe de reportagem de O Timoneiro, se dá em função da grande quantidade de remédios. “Parecetamol é de hora em hora. O meu fígado que estava bom não presta mais. Eu queria ser doadora e agora não tenho um órgão para doar, está tudo estragado”, lastima cobrando um maior rigor na fiscalização. “Consulta não me falta, mas o diploma não quer dizer nada. Tenho gente na família que tem diploma, mas pendurou e não tem capacidade de fazer. Isso não diz nada, tem que ter humanidade”, aponta.

 

“Não vou votar mais”

O ápice da manifestação ocorreu por volta das 10 horas da manhã, quando Eroni começou a rasgar documentos pessoais como a Carteira de Trabalho, o Cartão Canoas Saúde e centenas de folhas da secretaria. “Em vez de previdência social, tem que colocar incompetência total. Não adianta isso aqui. Eu vou cortar tudo isso aqui em protesto. Não vou votar mais, não quero saber de vereador batendo na minha porta. Por que vereador é pra falar pelo povo, para ir lá na UPA ver. Tu chega lá na UPA do Guajuviras eles xingam a gente. Esses dias meu cunhado chegou lá sangrando e eles mandam embora”, critica.

 

“Um empurra para o outro”

No Caic (unidade de saúde do Guajuviras) tu não pode perguntar uma informação. Tu tem que marcar ficha para perguntar. Meu exame foi marcado lá? Não. Um empurra para o outro. Ginecologista, eu to com problema grave de inflamação, mas eu nem trouxe aqui. De hoje em diante não vou mais consultar. Não sou mais cidadã, esse é o meu desabafo. Se eu morrer hoje, vou morrer feliz”, termina.

 

“O honesto hoje não tem vez”

Questionada pela reportagem sobre qual a sua reivindicação principal, respondeu: “Direito de natureza. A saúde e se alimentar. Eu disse: Vou lá. Se eles me prenderem, lá terei água, comida, luz, vou ter tudo. O honesto hoje não tem vez no Brasil, começando lá pelos grandão. Imagina tu ser cheia de problemas e não ter um diagnóstico para ir no INSS pedir um auxílio”, conta.

 

“Meu brinquedo era a foice”

Erani diz que foi criada no interior e que não teve a oportunidade de brincar na infância. “Meu brinquedo era a foice, a inchada. Me criei lá fora, trabalhando com fome aos seis anos, capinando, cortando soja, estou toda quebrada da minha coluna. Para hoje ter um atendimento desses”, reclama.

 

Problemas psicológicos?

Presente na manifestação da canoense revoltada com o tratamento que recebeu do Município, a secretária adjunta de Saúde de Canoas, Ana Regina Boll, rebateu as criticas informando que a questão não é falta de acesso. “A gente gostaria de ajudar a dona Eroni, mas ela não quer aceitar nenhuma ajuda. Na realidade ela tem acesso aos serviços, está tendo acesso há anos a todos os novos serviços, tanto é que ela mesma traz essas informações que ela fez as endoscopias, eu li todos os laudos, eles estão todos formalizados. Então é uma queixa imprecisa. Ela relata dores que ali não se apresentam”, aponta.

Segundo informou a secretária, o esforço do órgão foi em verificar a existência de problemas psicológicos na paciente. “A gente está tentando ver se não é o caso de uma situação mais emocional ou psiquiátrica, enfim, porque ela não tem precisão. Fala do INSS, fala do judiciário, fala que já esteve em outros órgãos para tentar a aposentadoria. Nós vamos tentar saber exatamente o que a dona Eroni precisa porque não é falta de acesso ao serviço”, garante.

Para ela, o trabalho foi no sentido de tentar identificar os pedidos da canoense. “Todos os especialistas que ela precisou ela tem. Ela tem todos os laudos. Endoscopias ela fez várias, ela fez exames, biópsias, e todos eles apresentam uma situação de não achado de patologia. Então como ela mesma disse que teve depressão, que esteve internada, a gente vai ver qual é a situação e qual é a necessidade real dela isso e que nós vamos tentar agora identificar”.

Por volta das 14 horas do mesmo dia, a equipe de O Timoneiro voltou ao local para acompanhar o caso, mas nem a paciente e nem os papéis estavam mais no local.

Veja fotos do protesto:

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Restaurante Popular serve ceia de Natal para 400 pessoas em situação de vulnerabilidade, em Canoas

Redação

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Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, realiza nesta quarta-feira, 24 uma ceia de Natal destinada a cerca de 400 pessoas em situação de vulnerabilidade social. A ação ocorre em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA).

O atendimento será realizado no Restaurante Popular, localizado na Avenida Boqueirão, nº 2781, no bairro Estância Velha. A partir das 11h30, o espaço estará aberto ao público, com a ceia sendo servida das 12h às 13h30.

A refeição será oferecida em formato de buffet, com os alimentos preparados no próprio local conforme a demanda, garantindo reposição contínua durante todo o período de atendimento. O cardápio inclui arroz branco, arroz à grega, feijão, frango assado, massa, aipim com farofa e saladas mistas.

Todo o custo do almoço será assumido pela CUFA, enquanto a produção das refeições contará com o trabalho conjunto das equipes da Central Única das Favelas e da Secretaria Municipal de Assistência Social. Além do consumo no local, os participantes também poderão levar as refeições para casa.

A iniciativa integra as ações de fim de ano do município e tem como objetivo garantir um Natal mais digno e solidário às pessoas que mais precisam.

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Comunidade

Novo Restaurante Popular começa a funcionar no bairro Mathias Velho, em Canoas

Redação

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Foto: Vinícius Medeiros/ PMC

Canoas passou a contar, a partir de segunda-feira, 22, com um novo Restaurante Popular voltado ao atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade social inscritas no Cadastro Único (CadÚnico). A nova unidade está localizada na Avenida Rio Grande do Sul, nº 3.462, no bairro Mathias Velho, e tem capacidade para servir 200 refeições gratuitas por dia.

O espaço funcionará de segunda-feira a sábado, das 11h30 às 13h30. O atendimento ocorre por ordem de chegada. No local, os usuários realizam a atualização do cadastro, recebem uma ficha e, em seguida, são encaminhados para o almoço. A partir da próxima semana, o restaurante poderá acomodar até 120 pessoas almoçando simultaneamente.

Esta é a segunda unidade do serviço implantada no município. Canoas já conta com um Restaurante Popular em funcionamento na Avenida Boqueirão, nº 2.781, no bairro Estância Velha, que também serve cerca de 200 almoços diários, no mesmo horário.

A cerimônia de inauguração contou com a presença do prefeito Airton Souza, do vice-prefeito Rodrigo Busato, da deputada estadual Eliana Bayer, além de secretários municipais, vereadores e moradores da comunidade.

Durante o evento, o prefeito destacou a importância do serviço.

“A fome não pode esperar. Um restaurante popular é mais do que uma política pública de alimentação; é um compromisso com a dignidade humana, garantindo acesso diário a uma refeição saudável e de qualidade para quem mais precisa”, afirmou.

O vice-prefeito Rodrigo Busato ressaltou que a ampliação do serviço já estava prevista no plano de governo.

“Estamos ampliando um serviço essencial. Este projeto fazia parte do nosso plano e aguardávamos com expectativa pela inauguração”, declarou.

Segundo o secretário municipal de Assistência Social, Marcio Freitas, foram investidos R$ 100 mil na reforma do espaço, com recursos vinculados da pasta, em parceria com o Conselho Municipal do Idoso e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Além disso, uma emenda parlamentar da deputada estadual Eliana Bayer possibilitou a contratação de cozinheiras e auxiliares de cozinha.

A contratação da mão de obra tem a parceria da Cufa, que será a responsável, também, por executar e entregar as marmitas.

“Mais que proporcionar refeição de qualidade, vamos garantir dignidade e acolhimento às pessoas que mais precisam”, comenta Freitas.

Conforme ele, a gestão do espaço será compartilhada entre as secretarias de Assistência Social e de Desenvolvimento Econômico e Inovação.

Moradora do bairro Mathias Velho, a dona de casa Rodnéia da Silva, 46 anos, elogiou a iniciativa.

“É um excelente projeto. Vou poder buscar a comida para mim e para minha mãe, que é cadeirante, sem precisar trazê-la até aqui. Uma refeição de qualidade e gratuita faz muita diferença no nosso dia a dia”, afirmou.

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Comunidade

Canoas destina R$ 2 milhões para construção do novo CRAS do Guajuviras

Redação

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Foto: Júlia Krauspenhar/PMC

O município de Canoas anunciou a destinação de R$ 2 milhões para a construção do novo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do bairro Guajuviras. O investimento tem como objetivo ampliar e qualificar o atendimento social prestado à população, com foco em crianças, adolescentes, idosos e famílias em situação de vulnerabilidade.

Dos recursos previstos, R$ 750 mil são provenientes do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, outros R$ 750 mil do Fundo Municipal da Pessoa Idosa e R$ 500 mil correspondem a financiamento do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. A nova estrutura permitirá ampliar a capacidade de atendimento e facilitar o acesso da comunidade aos serviços socioassistenciais.

O prefeito Airton Souza destacou que a obra representa cuidado direto com quem mais precisa.

“A construção do novo CRAS do Guajuviras é um passo muito importante para cuidar das pessoas que mais precisam. Estamos falando de um investimento que fortalece a rede de proteção social, amplia o atendimento às famílias, às crianças, aos adolescentes e aos idosos e garante mais dignidade para quem vive no bairro”, afirmou.

O secretário estadual de Desenvolvimento Social, Beto Fantinel, ressaltou o papel do CRAS como porta de entrada das políticas sociais e a importância da parceria entre Estado e município.

“Canoas dá hoje um pontapé inicial para a construção do CRAS do Guajuviras. O CRAS é um equipamento de acolhimento, é a porta de entrada da política de desenvolvimento social. Esse investimento impacta diretamente no cuidado, na proteção e no acolhimento da comunidade”, afirmou.

Já o secretário municipal de Assistência Social, Marcio Freitas, disse que a construção do CRAS é uma demanda antiga da comunidade e que a nova estrutura vai qualificar o atendimento no bairro.

“Essa é uma solicitação de muitos anos. Com a construção do prédio próprio, teremos mais qualidade no atendimento e um tratamento digno para as pessoas em situação de vulnerabilidade social”, explicou.

O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, Lucinei Hanaver, destacou o papel dos conselhos na construção das políticas públicas.

“Os conselhos caminham de mãos dadas com a administração pública. Ter equipamentos adequados é fundamental para atender de forma digna idosos, crianças e famílias em vulnerabilidade. O CRAS do Guajuviras será um espaço que fará diferença real na vida das pessoas”, afirmou.

A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Giorgia dos Santos, reforçou a importância da atuação integrada entre município, conselhos e Estado.

“O COMDICA é parceiro nessa iniciativa porque pensamos na crescente demanda das crianças, adolescentes e suas famílias. Precisamos atuar como rede, enquanto município, para garantir uma vida melhor às crianças e adolescentes canoenses”, destacou.

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