Coluna
PSICOLOGIA: Como identificar se estou em uma relação violenta? (por Marianna Rodrigues)
por Marianna Rodrigues
Como identificar se estou em uma relação violenta?
Grande parte das relações têm algum grau de violência, que geralmente aparece em um momento de uma discussão mais intensa ou em meio a conflitos. Há, contudo, um conjunto de comportamentos que tornam uma relação sistematicamente violenta, isto é, aquilo que sustenta a relação é a violência.
O aspecto mais difícil de assimilar, nesses casos, é o fato de que todas as pessoas envolvidas na relação têm algum papel para que se possa romper com o ciclo de violência. Em outras palavras, não há como esperar apenas do polo que comete a agressão, por exemplo, a iniciativa de mudar de comportamento, como se quem estivesse do outro lado fosse um ser totalmente passivo e sem poder. Por isso, a Psicologia tem deixado de falar em pessoas “vítimas de violência” para afirmar que se tratam de pessoas “em situação de violência”.
Quando a violência é física e deixa marcas no corpo, pode ser mais fácil para muitas pessoas identificarem que se trata de uma relação violenta. E se a violência não deixa marcas visíveis? Bem, existem algumas perguntas que podem ajudar a identificá-la:
– Quais são os momentos de prazer e felicidade da relação?
– Para disfrutar de momentos prazerosos, você precisa abrir mão de muitas coisas que são importantes para você?
– A pessoa com quem você se relaciona apoia suas conquistas e seus momentos de alegria quando vocês não estão juntos?
– Você se sente frequentemente em dívida, culpada ou responsável por tudo que acontece com o outro?
– Em uma discussão, ambos conseguem falar? Você se sente obrigada a não expressar o que está sentindo? Você ouve ofensas quando expressa uma crítica?
Infelizmente, nós naturalizamos inúmeros comportamentos violentos, como se não fosse possível ser diferente, como se aquela fosse a única forma possível de se relacionar. Isso não é verdade. É possível construir relações saudáveis.
Relacionar-se de maneira saudável e com base em uma ética não violenta é uma tentativa diária e pode ser difícil no começo. Talvez, precisemos ficar anos sem uma relação duradoura para aprender a impor limites e até encontrar quem nos respeite, admire e esteja disposto a construir um vínculo de companheirismo e cuidado.
Talvez, possamos viver independentemente de uma relação amorosa. Afinal, por que sustentamos determinadas relações que não nos fazem bem? Por que colocamos um status de relacionamento acima de nós mesmos?
*É psicóloga clínica (CRP 07/30799), Mestre e Doutoranda em Psicologia Social e Institucional (UFRGS) e pesquisadora
Coluna
ECONOMIA: Educação Financeira e Comportamento (por Cristiane Souza)
por Cristiane Souza
Educação Financeira e Comportamento
No nosso dia a dia, somos constantemente influenciados por nossos comportamentos e hábitos. Desde a maneira como organizamos nossa rotina até as pequenas decisões que tomamos, nossos comportamentos moldam o caminho que seguimos na vida. Seja no trabalho, nos relacionamentos ou na gestão do tempo, a forma como agimos reflete nossas prioridades e valores.
O comportamento no cotidiano é o alicerce das nossas vidas. Ele determina como nos relacionamos com as outras pessoas, como enfrentamos desafios e, principalmente, como fazemos escolhas. Por exemplo, uma pessoa que tem o hábito de planejar suas atividades e cumprir prazos é vista como organizada e confiável. Já alguém que frequentemente age por impulso pode enfrentar dificuldades para alcançar objetivos de longo prazo, pois não dedica o tempo necessário para pensar nas consequências de suas ações.
Esses padrões comportamentais não se limitam a aspectos emocionais ou profissionais. Eles se estendem também à maneira como lidamos com nossas finanças. O comportamento financeiro é uma extensão natural dos nossos hábitos cotidianos. Quando falamos de dinheiro, a importância de ter disciplina, responsabilidade e visão de futuro torna-se ainda mais evidente.
A história de Ana e Lia, duas jovens que trabalham juntas e ganham o mesmo salário, é um exemplo claro de como o comportamento no cotidiano pode influenciar diretamente a vida financeira. Ambas estão no mesmo ciclo da vida financeira, chamado do clico da aprendizagem, com as mesmas oportunidades, mas fazem escolhas muito diferentes que acabam por afetar drasticamente suas situações financeiras.
Ana, por exemplo, aprendeu a valorizar a responsabilidade e o planejamento desde cedo. Essa atitude não se manifesta apenas em seu trabalho ou nos estudos, mas também na forma como ela gerencia seu dinheiro. Ana contribui para as despesas de casa, paga sua educação e ainda consegue poupar, mostrando que seus hábitos diários de disciplina e organização se refletem em uma gestão financeira saudável.
Lia, por outro lado, adota um comportamento mais voltado para o imediatismo. Sem responsabilidades financeiras em casa, ela gasta seu salário em lazer, moda e festas, sem considerar as consequências a longo prazo. Esse comportamento impulsivo faz com que ela frequentemente se encontre em dificuldades financeiras, apesar de ganhar o mesmo que Ana.
Ao observarmos essas histórias, fica claro que o comportamento no cotidiano e o comportamento financeiro estão interligados. Nossas escolhas diárias, por mais simples que possam parecer, têm o poder de moldar nosso futuro. Por isso, é fundamental desenvolver uma consciência sobre nossos hábitos e buscar constantemente o equilíbrio entre as necessidades presentes e os objetivos de longo prazo.
A educação financeira, portanto, não é apenas uma questão de aprender a economizar ou investir. Trata-se de fazer escolhas conscientes, que refletem uma compreensão mais ampla das consequências de nossas decisões financeiras. Ana e Lia são exemplos de como o comportamento pode ditar o rumo das nossas finanças. E, ao observarmos essas histórias, podemos nos inspirar a refletir sobre as nossas próprias escolhas e buscar uma relação mais saudável com o dinheiro.
*Educadora financeira, professora universitária, formada em contabilidade, mestre em economia, estudante de psicologia, conselheira do CRCRS e atua há vários anos como gestora na área contábil e financeira.
Coluna
PSICOLOGIA: ‘Esgotamento do trabalho’ (por Marianna Rodrigues)
Por Marianna Rodrigues*
Esgotamento do trabalho
É difícil encontrarmos alguém que não esteja esgotado do trabalho. A lista de razões é imensa: muitas horas de jornada, situações de assédio, medo de ser demitido, cobranças por rendimentos, relações conflituosas com colegas, etc.
A instabilidade das relações trabalhistas prejudica ainda mais esse sentimento, já que sem direito a férias, com salários defasados, contratos frágeis e uma série de outras inseguranças, você sequer pode dar-se ao direito de esgotar-se. Pelo contrário, você tenta adaptar-se, adequar-se, sustentar-se. Até que você simplesmente se esgota.
Você sabe identificar quais são os sinais de esgotamento? Noites mal dormidas, vontades sorrateiras de chorar, humor frequentemente irritado, pensamentos de desistência e auto deterioração (achar que não consegue e criticar-se de forma exagerada), são apenas alguns exemplos. Não conseguir levantar-se para ir trabalhar ou ter pânico de pensar no trabalho são alguns dos sinais limítrofes, mas antes deles há uma infinidade de formas de expressar o seu esgotamento.
A questão é que somos educados, geralmente, para ignorar ou desviar deste tipo de sentimento. Se o trabalho é uma necessidade, como eu vou permitir esgotar-me? E, na verdade, isso também é um grande desafio para psicoterapeutas: o que fazer com as situações de esgotamento do trabalho?
Apesar de existirem muitas controvérsias no tema, existem sim estratégias terapêuticas para aliviar o esgotamento. Algumas serão de âmbito muito particulares, como deixar de levar o trabalho para casa, incorporar atividades de lazer e descanso durante a rotina, estimular encontros em que você consiga rir e divertir-se; e outras, de âmbito coletivo/institucional, como organizar greves para conquistar direitos, denunciar situações de assédio ou propor mudanças no seu espaço de trabalho. As estratégias variam de acordo com os objetivos terapêuticos de cada um(a).
Fato é que ser trabalhador(a) e sentir-se esgotado é um sintoma generalizado da sociedade capitalista, já que o trabalho é, sobretudo, um meio de exploração. Uma vez que é muito desproporcional aquilo que você recebe (em termos de salário e de satisfação) frente à quantidade de tempo e de esforço despendida no seu cotidiano, como não querer “largar tudo de mão”?
Ao fim e ao cabo, esgotar-se e revoltar-se em razão do trabalho não podem ser lidos simplesmente como expressões de uma patologia a ser tratada individualmente, tampouco condições naturais e imutáveis do ser humano. Por que não podemos lê-los como estímulos para mudanças que vão além da rotina nossa de cada dia?
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